16/06/2016
Função de caixa está sendo extinta na Caixa Econômica Federal
O anúncio feito por representantes da Caixa Federal, em negociação com o movimento sindical no dia 2 de junho, de que a função de caixa seria paulatinamente extinta já está se tornando realidade.
De acordo com denúncia vindas de unidades, principalmente na região periférica da cidade de São Paulo, a saída de empregados que exerciam a tarefa não está sendo reposta. “Éramos em três caixas e já não dávamos conta. Há uns dois meses fomos reduzidos para dois. Até agora não houve reposição e já disseram que não haverá. Isso compromete nosso serviço para dar atendimento melhor a quem precisa dos programas sociais”, afirma um bancário.
Dionísio Reis, integrante da Comissão Executiva dos Empregados (CEE), afirma estar em curso política de precarização nas condições de trabalho, pois na medida em que as pessoas deixarem essas funções - são cerca de 13 mil, não haverá reposição. A tarefa seria ocupada por outros bancários que receberiam por minuto trabalhado no caixa. Além disso, há o risco de o tesoureiro ser utilizado indevidamente.
“Os tesoureiros estão deixando de ser subordinados à Giret (Gerência de Retaguarda) para integrarem a hierarquia das agências, respondendo ao gerente-geral. O risco disso é que sejam pressionados a ‘tapar buraco’ deixado por caixas”, alerta Dionisio.
O integrante da CEE avalia que isso é desvio grave da função e deve ser denunciado ao Sindicato.
Fechamento de agências
O ataque a caixas e tesoureiros integra série de ações contra os trabalhadores e o banco público. Entre elas outro temor refere-se ao fechamento de cem agências consideradas “deficitárias”. “Todos os dias eu e meus colegas acordamos com a impressão de que chegaremos à nossa agência e encontremos fechada. Ninguém consegue trabalhar direito num clima desses”, desabafa um empregado de unidade na zona leste da capital paulista.
A preocupação, segundo o também diretor do Sindicato Francisco Pugliesi, é sentida em diversas unidades que não dão o resultado esperado na ótica da empresa. “Em vez de dar condições melhores de trabalho nesses locais, a Caixa veta qualquer aumento de dotação de pessoal. Nem sequer repõe vagas por adesões aos planos de apoio a aposentadoria. Ou seja, tudo é feito para que a situação piore ainda mais, como se fosse um castigo por não cumprirem metas.”
Défict social
Uma bancária também critica a falta de transparência nas intenções da direção do banco. “Os boatos que correm é de que está sendo feito estudo econômico das unidades. Mas ao que parece não leva em conta o ‘déficit’ social que a Caixa tem com a população. Se fecha agência em região carente, onde essas pessoas serão atendidas? E mais, o que acontecerá com os comissionados desses lugares, eles terão redução na remuneração por perderem a função?”
Para Dionísio a única forma que fará com que a Caixa reveja essa política é ampliar a organização no local de trabalho, a partir da eleição de delegados sindicais em todos os setores, e se preparar para ampliar a mobilização.
“A situação das unidades é tão importante que será um dos temas de debate do 32º Conecef que começa nesta quinta e de onde sairão resoluções e propostas para a pauta específica a ser entregue à Caixa para a Campanha 2016”, explica. “Mas é essencial que todos tenham a clareza de que a defesa da Caixa 100% pública, para evitar o fechamento de agências e o fim da função de caixa, passam necessariamente pelo empenho de todos na luta.”
Conecef
O 32º Conecef (Congresso Nacional dos Empregados da Caixa) ocorre de 16 a 19 de junho, em São Paulo e reunirá 472 delegados de todo o país, sendo 330 representando bancários da ativa e 142 dos aposentados. O lema deste ano é Lutar Sempre Vale a Pena – Nós Somos a Resistência.
De acordo com denúncia vindas de unidades, principalmente na região periférica da cidade de São Paulo, a saída de empregados que exerciam a tarefa não está sendo reposta. “Éramos em três caixas e já não dávamos conta. Há uns dois meses fomos reduzidos para dois. Até agora não houve reposição e já disseram que não haverá. Isso compromete nosso serviço para dar atendimento melhor a quem precisa dos programas sociais”, afirma um bancário.
Dionísio Reis, integrante da Comissão Executiva dos Empregados (CEE), afirma estar em curso política de precarização nas condições de trabalho, pois na medida em que as pessoas deixarem essas funções - são cerca de 13 mil, não haverá reposição. A tarefa seria ocupada por outros bancários que receberiam por minuto trabalhado no caixa. Além disso, há o risco de o tesoureiro ser utilizado indevidamente.
“Os tesoureiros estão deixando de ser subordinados à Giret (Gerência de Retaguarda) para integrarem a hierarquia das agências, respondendo ao gerente-geral. O risco disso é que sejam pressionados a ‘tapar buraco’ deixado por caixas”, alerta Dionisio.
O integrante da CEE avalia que isso é desvio grave da função e deve ser denunciado ao Sindicato.
Fechamento de agências
O ataque a caixas e tesoureiros integra série de ações contra os trabalhadores e o banco público. Entre elas outro temor refere-se ao fechamento de cem agências consideradas “deficitárias”. “Todos os dias eu e meus colegas acordamos com a impressão de que chegaremos à nossa agência e encontremos fechada. Ninguém consegue trabalhar direito num clima desses”, desabafa um empregado de unidade na zona leste da capital paulista.
A preocupação, segundo o também diretor do Sindicato Francisco Pugliesi, é sentida em diversas unidades que não dão o resultado esperado na ótica da empresa. “Em vez de dar condições melhores de trabalho nesses locais, a Caixa veta qualquer aumento de dotação de pessoal. Nem sequer repõe vagas por adesões aos planos de apoio a aposentadoria. Ou seja, tudo é feito para que a situação piore ainda mais, como se fosse um castigo por não cumprirem metas.”
Défict social
Uma bancária também critica a falta de transparência nas intenções da direção do banco. “Os boatos que correm é de que está sendo feito estudo econômico das unidades. Mas ao que parece não leva em conta o ‘déficit’ social que a Caixa tem com a população. Se fecha agência em região carente, onde essas pessoas serão atendidas? E mais, o que acontecerá com os comissionados desses lugares, eles terão redução na remuneração por perderem a função?”
Para Dionísio a única forma que fará com que a Caixa reveja essa política é ampliar a organização no local de trabalho, a partir da eleição de delegados sindicais em todos os setores, e se preparar para ampliar a mobilização.
“A situação das unidades é tão importante que será um dos temas de debate do 32º Conecef que começa nesta quinta e de onde sairão resoluções e propostas para a pauta específica a ser entregue à Caixa para a Campanha 2016”, explica. “Mas é essencial que todos tenham a clareza de que a defesa da Caixa 100% pública, para evitar o fechamento de agências e o fim da função de caixa, passam necessariamente pelo empenho de todos na luta.”
Conecef
O 32º Conecef (Congresso Nacional dos Empregados da Caixa) ocorre de 16 a 19 de junho, em São Paulo e reunirá 472 delegados de todo o país, sendo 330 representando bancários da ativa e 142 dos aposentados. O lema deste ano é Lutar Sempre Vale a Pena – Nós Somos a Resistência.
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