15/10/2014

Com propostas insuficientes, Santander frustra negociação

30 dias após a segunda rodada de negociação sobre o acordo aditivo, o Santander frustrou os trabalhadores na terceira rodada, realizada na última terça-feira, 14, em São Paulo. O banco não apresentou nenhuma nova proposta e os dirigentes sindicais saíram da reunião decepcionados por não terem nenhuma expectativa atendida.
 
“As nossas reivindicações específicas não foram atendidas pelo Santander. É um absurdo, um banco que lucrou R$ 2,9 bilhões somente no primeiro semestre deste ano, não apresentar nenhuma proposta decente aos seus funcionários”, afirmou o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Euclides de Almeida Prado, que é, também, funcionário do Santander e esteve presente na reunião com o banco.
 
A proposta apresentada pelo banco não representa nada além de uma nova redação para as cinco cláusulas do acordo vigente, sem nenhuma novidade. De acordo com a Contraf- CUT, há atualização de procedimentos sobre licença adoção, desconto de mensalidade sindical e incentivo à sindicalização, porém, o novo texto não trás nenhuma cláusula sobre igualdade de oportunidades, nem medidas concretas e efetivas de combate às discriminações.
 
Os dirigentes sindicais criticaram a nova redação para a cláusula de bolsas auxílio-estudo. O banco manteve a concessão de 2.500 bolsas para a primeira graduação, no valor de 50% da mensalidade, com limite de R$ 442,80, que vinha sendo atualizado ano a ano pelo índice de reajuste da categoria. Com a nova redação, se sobrar vagas, as bolsas poderão ser concedidas para a segunda graduação. Para Euclides, porém, a proposta ainda é insuficiente: “Queremos o aumento do número de bolsas e a atualização do valor, seguindo o reajuste salarial da categoria”.
 
O diretor falou, também, sobre a proposta em relação ao plano de saúde: “Não houve avanços nessa questão. Nós defendemos a necessidade de melhorar a manutenção do plano de saúde do funcionário na aposentadoria nas mesmas condições vigentes quando na ativa”.


Emprego e melhores condições de trabalho
 
Os bancários cobraram do banco o fim das reuniões diárias para cobrança de metas abusivas e a proibição de descontos de comissões por venda de produtos. Outra reivindicação foi o fim das metas para a área operacional.
 
“Nas negociações com a Fenaban, o Santander sempre defendeu que diversas questões sobre condições de trabalho deveriam ser discutidas diretamente com os bancos. Agora que estamos discutindo, esperamos que haja avanços nesse sentido”, disse o diretor Euclides de Almeida Prado.
 
Os dirigentes sindicais reivindicaram ao banco o fim das demissões, da rotatividade e das terceirizações, além de mais contratações. “Pedimos mais contratações para que não haja tanta sobrecarga de trabalho devido à falta de funcionários”, afirmou Euclides.
 
Foi colocado em pauta, também, a criação de um centro de realocação de funcionários diante do fechamento de agências, a realização de eleições democráticas e transparentes no SantanderPrevi, a isenção de tarifas e a redução das taxas de juros para funcionários e aposentados.
 
Saúde
 
Voltou à mesa de debates a denúncia formalizada pelos dirigente sindicais na primeira rodada de negociação, em 2 de setembro, sobre a existência de um controle nos exames médicos para a caracterização do funcionário como inapto. 
 
À época, os representes dos trabalhadores entregaram ao banco um formulário de "prontuário clínico" da empresa Micelli Soluções em Saúde Empresarial, contratada pelo Santander para a realização de exames periódicos e de retorno ao trabalho. No prontuário há um espaço onde consta o "fluxo para inaptidão", onde o médico examinador deve "contatar antecipadamente o médico coordenador para conclusão". 
 
Foram apresentados três depoimentos (dois da Bahia em áudio e um de São Paulo por escrito) de funcionários afastados, relatando a prática descabida, pois não se justifica que o profissional que atende o trabalhador tenha que consultar o médico do banco para decidir se o bancário está inapto ao trabalho. Pedir tal autorização fere a ética médica.
 
Os representantes do banco reiteraram o compromisso de trazer na próxima rodada o novo coordenador da área médica do banco para discutir o assunto.
 
Próxima reunião
 
Nova rodada foi agendada para a próxima quinta-feira (23), às 10h30.
Fonte: Seeb Catanduva, com Contraf-CUT

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