18/05/2013
Na abertura do Congresso, funcionalismo discte como conter ataques do BB
A relação da direção do Banco do Brasil com os funcionários é a pior dos últimos dez anos, marcada por conduta autoritária, prática antissindical e ataques constantes aos direitos dos trabalhadores, perseguição a grevistas, descomissionamentos e demissões por atos de gestão. Para fazer frente a isso, os bancários precisam fortalecer sua organização e unidade nacional e intensificar a mobilização em todo o país.
Essa foi a síntese da abertura do 24º Congresso dos Funcionários do Banco do Brasil, na noite desta sexta-feira 17 no Hotel Holiday Inn, em São Paulo. Organizado pela Contraf-CUT, o encontro termina domingo com a aprovação da pauta específica de reivindicações dos bancários do BB.
"Precisamos intensificar a mobilização e a unidade nacional para fazer frente às agressões do banco e denunciar o projeto da atual direção do BB de dar ao banco uma gestão de banco privado", disse Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT na sessão de abertura.
Cordeiro advertiu que, além dos ataques da direção, os funcionários do BB "têm que dar uma resposta classista e organizada" a outros desafios presentes na conjuntura atual, como o projeto de lei que tramita no Congresso Nacional legalizando a terceirização, desde que praticada por empresas especializadas, a proliferação dos correspondentes bancários e a parceria que está sendo articulada entre o BB e a Oi para precarizar as relações de trabalho e o atendimento à população.
O presidente da Contraf-CUT exortou os trabalhadores do BB "a resgatarem a solidariedade, terem a ousadia de ir além do corporativismo, se transformarem em porta-vozes da esperança e estreitarem a unidade nacional para se contrapor às agressões do banco e lutar pelos interesses da classe trabalhadora que estão ameaçados".
A sessão de abdertura começou com a apresentação de um vídeo do astrônomo Carl Sagan sobre a Terra, nosso lar solitário no Universo.
"O vídeo é para lembrar que estamos na mesma luta, que podemos discutir e divergir, mas fraternalmente", pediu William Mendes, diretor de Formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, fazendo um apelo à unidade.
Ir além do corporativismo
Anfitriã do 24º Congresso, a presidenta do Sindicato de São Paulo, Juvandia Moreira, defendeu a necessidade de o movimento sindical bancário "dialogar com o sentimento dos funcionários que estão nos locais de trabalho sofrendo os ataques do BB".
Juvandia, que também falou em nome da Fetec SP, lembrou que o Sindicato de São Paulo escolheu como lema para comemorar o seu aniversário "90 anos fortalecendo a democracia" porque os bancários "sempre construímos nossa luta indo além dos interesses corporativos e pensando nos interesses da classe trabalhadora. Essa é uma marca da categoria".
Para a presidenta do Sindicato de São Paulo, "a democracia que queremos envolve as lutas gerais da sociedade, o que passa pelo estabelecimento de um novo marco regulatório da comunicação, dominada hoje por seis famílias, e pela reforma política, para retirar do capital o poder que ele tem de eleger a maioria do Parlamento".
Medo e sedução
Presidente do Sindicato dos Bancários de Campinas (SP) e secretário-geral da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb-SP/MS), Jeferson Boava ressaltou que a direção do BB adotou um modelo de ataque e de desrespeito a tudo que foi construído pelo funcionalismo. "Não podemos ficar parados diante dessas demissões, do novo plano de cargos e dos descomissionamentos sumários. O ataque é a melhor defesa. Também temos que atacar", propôs ele, convocando todos à luta.
Ao fazer uma breve análise da crescente prática antidemocrática e antissindical da diretoria do BB, Eduardo Araújo, diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília e representante da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro-Oeste e Norte (Fetec/CN-CUT), disse que o funcionalismo irá fazer frente a todos os ataques. "Com passivo trabalhista de mais de R$ 3 bilhões, cifra que coloca a instituição financeira entre as maiores empresas devedoras do país na Justiça trabalhista, o BB está massacrando seu maior patrimônio: os bancários. Tudo para aumentar seu superávit e gerar caixa", afirmou, lembrando que o banco utiliza o medo e a sedução para enfraquecer a luta coletiva.
Congresso será resposta aos atos da direção do BB
Em nome da Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários dos Estados da Bahia e Sergipe (Feeb) Olivan Faustino, que é secretário-geral do Sindicato dos Bancários da Bahia, saudou os participantes conclamando os bancários e bancárias do BB a reagiram contra todos os ataques da atual diretoria da instituição.
"Precisamos tomar uma atitude contra esse desrespeito que há muito tempo não víamos. Os bancos públicos estão a serviço do povo. Nós podemos escolher o nosso destino. Ou nos unimos ou não vamos a lugar nenhum", frisou. "Precisamos transformar esse congresso numa resposta à altura aos atos praticados pela direção do BB", acrescentou.
Representando a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do Rio Grande do Sul (Fetrafi-RS), Julio César Pereira destacou que todas as dificuldades enfrentadas pelo funcionalismo do BB não podem ser empecilhos para a luta dos trabalhadores. "Não basta a gente derrubar a atual ou a próxima diretoria do banco. Precisamos derrotar este modelo de gestão e fazer com que o banco respeite o trabalhador e a população, e deixe de discriminar. Por isso, precisamos construir a unidade para fortalecer a luta. Até a vitória sempre".
Já para Simara Pereira, representante da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito em Santa Catarina (Fetec-SC), é o momento dos bancários do BB intensificarem a mobilização para combater a postura intransigente da diretoria da instituição. "Espero todo empenho das delegações para construir uma pauta que represente os bancários do BB".
Diretora eleita de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes da Cassi, Mirian Fochi também participou da abertura do 24º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil.
Também participaram da abertura do 24º Congresso dos Funcionários do BB Wagner Nascimento, representante da Fetraf Minas; Carlos Eduardo Bezerra Marques, presidente da Fetec Nordeste; Carlos Souza, pela Feeb Rio de Janeiro/Espírito Santo; Ana Smolka, representando a Fetec Paraná; e Dirceu Travesso, da CSP/Conlutas.
Ainda fizeram parte da abertura do Congresso Ann Luck, dirigente da CWA, o sindicato que representa 700 mil trabalhadores de comunicações dos Estados Unidos e Canadá, e Roberto Menezes, diretor da La Bancaria, sindicato da categoria na Argentina.
O 24º Congresso do BB continua neste sábado, com discussão sobre conjuntura a partir de palestra do economista Clemente Gans Lúcio, diretor-técnico do Dieese, seguida de reuniões de grupos para discutir eemuneração e condições de trabalho, saúde e previdência, BB e sistema financeiro e organização do movimento.
Essa foi a síntese da abertura do 24º Congresso dos Funcionários do Banco do Brasil, na noite desta sexta-feira 17 no Hotel Holiday Inn, em São Paulo. Organizado pela Contraf-CUT, o encontro termina domingo com a aprovação da pauta específica de reivindicações dos bancários do BB.
"Precisamos intensificar a mobilização e a unidade nacional para fazer frente às agressões do banco e denunciar o projeto da atual direção do BB de dar ao banco uma gestão de banco privado", disse Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT na sessão de abertura.
Cordeiro advertiu que, além dos ataques da direção, os funcionários do BB "têm que dar uma resposta classista e organizada" a outros desafios presentes na conjuntura atual, como o projeto de lei que tramita no Congresso Nacional legalizando a terceirização, desde que praticada por empresas especializadas, a proliferação dos correspondentes bancários e a parceria que está sendo articulada entre o BB e a Oi para precarizar as relações de trabalho e o atendimento à população.
O presidente da Contraf-CUT exortou os trabalhadores do BB "a resgatarem a solidariedade, terem a ousadia de ir além do corporativismo, se transformarem em porta-vozes da esperança e estreitarem a unidade nacional para se contrapor às agressões do banco e lutar pelos interesses da classe trabalhadora que estão ameaçados".
A sessão de abdertura começou com a apresentação de um vídeo do astrônomo Carl Sagan sobre a Terra, nosso lar solitário no Universo.
"O vídeo é para lembrar que estamos na mesma luta, que podemos discutir e divergir, mas fraternalmente", pediu William Mendes, diretor de Formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, fazendo um apelo à unidade.
Ir além do corporativismo
Anfitriã do 24º Congresso, a presidenta do Sindicato de São Paulo, Juvandia Moreira, defendeu a necessidade de o movimento sindical bancário "dialogar com o sentimento dos funcionários que estão nos locais de trabalho sofrendo os ataques do BB".
Juvandia, que também falou em nome da Fetec SP, lembrou que o Sindicato de São Paulo escolheu como lema para comemorar o seu aniversário "90 anos fortalecendo a democracia" porque os bancários "sempre construímos nossa luta indo além dos interesses corporativos e pensando nos interesses da classe trabalhadora. Essa é uma marca da categoria".
Para a presidenta do Sindicato de São Paulo, "a democracia que queremos envolve as lutas gerais da sociedade, o que passa pelo estabelecimento de um novo marco regulatório da comunicação, dominada hoje por seis famílias, e pela reforma política, para retirar do capital o poder que ele tem de eleger a maioria do Parlamento".
Medo e sedução
Presidente do Sindicato dos Bancários de Campinas (SP) e secretário-geral da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb-SP/MS), Jeferson Boava ressaltou que a direção do BB adotou um modelo de ataque e de desrespeito a tudo que foi construído pelo funcionalismo. "Não podemos ficar parados diante dessas demissões, do novo plano de cargos e dos descomissionamentos sumários. O ataque é a melhor defesa. Também temos que atacar", propôs ele, convocando todos à luta.
Ao fazer uma breve análise da crescente prática antidemocrática e antissindical da diretoria do BB, Eduardo Araújo, diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília e representante da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro-Oeste e Norte (Fetec/CN-CUT), disse que o funcionalismo irá fazer frente a todos os ataques. "Com passivo trabalhista de mais de R$ 3 bilhões, cifra que coloca a instituição financeira entre as maiores empresas devedoras do país na Justiça trabalhista, o BB está massacrando seu maior patrimônio: os bancários. Tudo para aumentar seu superávit e gerar caixa", afirmou, lembrando que o banco utiliza o medo e a sedução para enfraquecer a luta coletiva.
Congresso será resposta aos atos da direção do BB
Em nome da Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários dos Estados da Bahia e Sergipe (Feeb) Olivan Faustino, que é secretário-geral do Sindicato dos Bancários da Bahia, saudou os participantes conclamando os bancários e bancárias do BB a reagiram contra todos os ataques da atual diretoria da instituição.
"Precisamos tomar uma atitude contra esse desrespeito que há muito tempo não víamos. Os bancos públicos estão a serviço do povo. Nós podemos escolher o nosso destino. Ou nos unimos ou não vamos a lugar nenhum", frisou. "Precisamos transformar esse congresso numa resposta à altura aos atos praticados pela direção do BB", acrescentou.
Representando a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do Rio Grande do Sul (Fetrafi-RS), Julio César Pereira destacou que todas as dificuldades enfrentadas pelo funcionalismo do BB não podem ser empecilhos para a luta dos trabalhadores. "Não basta a gente derrubar a atual ou a próxima diretoria do banco. Precisamos derrotar este modelo de gestão e fazer com que o banco respeite o trabalhador e a população, e deixe de discriminar. Por isso, precisamos construir a unidade para fortalecer a luta. Até a vitória sempre".
Já para Simara Pereira, representante da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito em Santa Catarina (Fetec-SC), é o momento dos bancários do BB intensificarem a mobilização para combater a postura intransigente da diretoria da instituição. "Espero todo empenho das delegações para construir uma pauta que represente os bancários do BB".
Diretora eleita de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes da Cassi, Mirian Fochi também participou da abertura do 24º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil.
Também participaram da abertura do 24º Congresso dos Funcionários do BB Wagner Nascimento, representante da Fetraf Minas; Carlos Eduardo Bezerra Marques, presidente da Fetec Nordeste; Carlos Souza, pela Feeb Rio de Janeiro/Espírito Santo; Ana Smolka, representando a Fetec Paraná; e Dirceu Travesso, da CSP/Conlutas.
Ainda fizeram parte da abertura do Congresso Ann Luck, dirigente da CWA, o sindicato que representa 700 mil trabalhadores de comunicações dos Estados Unidos e Canadá, e Roberto Menezes, diretor da La Bancaria, sindicato da categoria na Argentina.
O 24º Congresso do BB continua neste sábado, com discussão sobre conjuntura a partir de palestra do economista Clemente Gans Lúcio, diretor-técnico do Dieese, seguida de reuniões de grupos para discutir eemuneração e condições de trabalho, saúde e previdência, BB e sistema financeiro e organização do movimento.
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