Contraf-CUT debate com Santander precarização do trabalho de PCDs
A Contraf-CUT, federações e sindicatos discutiram com o Santander na terça-feira (19), em São Paulo, a precarização do trabalho dos funcionários que são pessoas com deficiência (PCDs). O movimento sindical denunciou casos de desvio de função e falta de sensibilidade do banco em respeitar o ritmo da pessoa com deficiência. Além disso, PCDs com dificuldades graves de locomoção têm tido a deficiência agravada pelo excesso de esforço na locomoção ou por não estar em função ou local adequado ao tipo de restrições.
"Detectamos que o gestor não está preparado para receber este trabalhador e não possui tempo e ferramentas para tal. Muitos alegam que não possuem orçamento para buscar as soluções viáveis para as necessidades deste público", afirma Deise Recoaro, funcionária do Santander e secretária de Mulheres da Contraf-CUT.
O banco recebeu antecipadamente uma pauta encaminhada pelo movimento sindical, solicitando informações para servir de parâmetro para as negociações. Um exemplo é o número total de PCDs no banco, quais funções ocupam e condições de trabalho que possuem, assim como a distância entre local de trabalho e residência.
De acordo com informações do banco, o número de PCDs oscila entre 5,1% e 5,2% do quadro de funcionários, com mais de 2 mil trabalhadores com deficiência. "Diante dos números do banco, os representantes do movimento sindical defenderam igualdade na oportunidades e, para tanto, é preciso implantar um tratamento diferente. São necessárias ações afirmativas voltadas para o público mais vulnerável nas relações de trabalho", defende Deise.
Guia da PCD
Após um debate de caráter conceitual de entendimento sobre a problemática e a maneira que deve ser tratado o tema, o banco informou que possui um guia específico da pessoa com deficiência, no qual dá orientações e dicas de convivência. Foi anunciado também cursos pela intranet de sensibilização e treinamento para os funcionários. "Acreditamos que essas medidas são positivas e devem ser amplamente divulgadas", ressalta a dirigente da Contraf-CUT.
Grupo de trabalho
Durante a reunião foi definido a criação de um grupo de trabalho formado por especialistas, com reuniões mensais para pensar políticas voltadas ao melhoramento da qualidade de trabalho deste público.
"Apesar de o banco ter reconhecido que não é possível cobrar o mesmo resultado de desempenho de um trabalhador com deficiência, na realidade não é respeitado o ritmo e as limitações que essas pessoas enfrentam para desempenhar suas funções. Esse será um tema de debate do grupo", aponta Deise.
Fonte: Contraf-CUT
MAIS NOTÍCIAS
- Lula cobra e Caixa suspende lançamento de bet
- EDITAL ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA ESPECÍFICA - ACT Saúde Caixa
- VIII Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro destaca combate ao racismo e defesa da igualdade de oportunidades
- Concentração de inovações tecnológicas nas “big techs” é ameaça à democracia
- Saúde Caixa: Proposta com reajuste zero será deliberada em assembleia nos dias 11 e 12
- Aprovada na Câmara, licença-paternidade de 20 dias é conquista histórica dos bancários
- Senado propõe regras para impedir fechamento indiscriminado de agências bancárias
- Lucro do Itaú chega a R$ 34 bilhões enquanto milhares são demitidos
- Banco Central mantém a economia estrangulada com a Selic em 15%
- Abertas as inscrições para as eleições do Conselho de Usuários do Saúde Caixa
- Senado aprova isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil
- Tecnologia, trabalho e ação sindical: desafios e caminhos possíveis
- Participação dos trabalhadores na gestão das empresas é de interesse público
- Sindicato denuncia abusos do Santander no Dia Nacional de Luta e reafirma defesa dos bancários
- Trabalhadores denunciam: BC atua como inimigo do país com a prática de juros altos