Bancários aumentam protestos contra demissões em massa no Santander
Os bancários intensificaram os protestos em todo país contra as demissões em massa no Santander. Novas paralisações ocorrem nesta quinta-feira (6) buscando aumentar a pressão para abrir negociações com o banco espanhol. Com os lucros bilionários do banco no Brasil, que representam 26% do resultado mundial, não há por que dispensar trabalhadores.
Carta ao presidente do Santander
A Contraf-CUT enviou na quarta-feira (5) carta ao presidente do Santander Brasil, Marcial Portela, solicitando "a marcação de uma reunião, dentro da maior brevidade possível, para discutirmos a reintegração dos funcionários desligados, a manutenção dos empregos, a melhoria das condições de trabalho e medidas que ampliem o crédito e estimulem o crescimento econômico do país, como contrapartida social pelos excelentes resultados aqui obtidos".
O ofício denuncia as demissões em massa no banco "que atingiram principalmente funcionários com mais de 10 anos de casa, muitos oriundos de bancos adquiridos (Banespa, Real, Meridional, Noroeste), perto da aposentadoria e até pessoas com deficiência. Dispensas que acontecem em pleno final de ano, às vésperas do Natal".
Carta ao ministro do Trabalho e Emprego
Também foi enviada carta ao ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, solicitando "a adoção de medidas no âmbito do governo federal para estabelecer um diálogo social com o Santander, visando a reintegração dos desligados, a manutenção dos empregos e o fim da rotatividade, como forma de contrapartida pelos excelentes resultados aqui obtidos".
> Clique aqui para ler a íntegra da carta.
A correspondência denuncia ao ministro as demissões em massa no banco espanhol. Brizola Neto participou da 14ª Conferência Nacional dos Bancários, no dia 20 de julho, em Curitiba, onde criticou a alta rotatividade no sistema financeiro.
Audiência de conciliação
O Sindicato dos Bancários de São Paulo ingressou com uma ação no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, com o objetivo de impedir a dispensa em massa. Uma audiência de conciliação entre a entidade e o banco foi marcada para a tarde desta quinta-feira, na capital paulista.
A ação visa proteger direitos coletivos sob o argumento de que demissões de grande contingente de trabalhadores, como a promovida pelo Santander, têm de ser informadas previamente ao Sindicato para que possam ser estudadas medidas que evitem os cortes.
Mais protestos
Na quarta-feira (5), inúmeras manifestações foram realizadas nas principais cidades do país, ampliando os protestos contra a onda de dispensas do banco que foi deflagrada na semana passada com o desligamento de 40 funcionários na Torre Santander e disparou na segunda-feira (3) com cerca de mil demissões e que podem chegar a 5 mil até esta sexta-feira (7), segundo informações extraoficiais.
Não há motivos para cortar empregos. "O banco não demite na Espanha onde há crise, nem em outros países da América Latina. Não aceitamos que dispensem os funcionários daqui", enfatiza Maria Rosani, diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo e coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.
"Ao invés de promover um Natal de demissões em massa, o Santander deveria fazer contratações, acabar com a rotatividade, melhorar as condições de trabalho e apostar no crescimento do país. Por isso, exigimos a reintegração dos desligados e a manutenção dos empregos dos trabalhadores", reitera o funcionário do banco e secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.
Fonte: Contraf-CUT
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