14/10/2025
Ameaça de perda de função e sobrecarga de trabalho são as principais formas de assédio organizacional dentro da Caixa
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Quase metade dos empregados da Caixa Econômica Federal sofreu ou testemunhou ameaça de perda de função e sobrecarga de trabalho. As duas práticas são apontadas pelos trabalhadores, inclusive, como as principais formas de assédio organizacional dentro da instituição financeira. O dado foi revelado pela pesquisa nacional encomendada pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), entre os meses de junho e julho deste ano, com 3.820 empregados do banco — ativos e aposentados.
Realizada pela Acerte Pesquisa e Comunicação, a pesquisa investigou os riscos psicossociais e os aspectos da organização do trabalho no banco público. O objetivo do estudo foi compreender os indicadores de saúde da categoria e contribuir para o desenvolvimento de políticas de saúde efetivas, que tragam melhores condições de trabalho para os empregados da Caixa e assegurem a excelência dos serviços prestados à sociedade.
A pesquisa considerou a exposição a práticas assediadoras do ponto de vista direto (ter sido vítima) e indireto (ter testemunhado). A sobrecarga de trabalho é identificada pelos empregados da Caixa como a principal prática assediadora na instituição. Quase metade das pessoas entrevistadas afirmou ter sido vítima ou testemunha da prática, o que eleva em quase duas vezes o risco de uso de medicação controlada e de diagnósticos psiquiátricos.
Os resultados mostram também que as práticas assediadoras por imposição de sobrecarga e ameaça de perda de função aumentam em quase duas vezes tanto o risco de uso de medicação controlada quanto o de diagnósticos psiquiátricos. Naqueles bancários assediados com sobrecarga de trabalho, por exemplo, o percentual de uso de medicação sobe de 18,5% para 39,7%. Considerando que 32% dos bancários afirmam utilizar medicação de uso controlado por motivos relacionados ao trabalho, é possível supor que esse tipo de assédio responda por aproximadamente 10% da medicalização na Caixa.
Para o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, os números confirmam aquilo que o movimento sindical tem denunciado ao longo dos anos: a pressão por metas, associada a diversos fatores, como o medo do descomissionamento, tem afetado a saúde mental dos trabalhadores. “A direção da Caixa finge não ver que os empregados e empregadas estão sofrendo com diversos tipos de assédio. Além de não reorganizar a gestão do trabalho para evitar esse tipo de prática, agora impõe um reajuste no Saúde Caixa quase impossível para os trabalhadores. A categoria pede urgência nas condições de trabalho e no Saúde Caixa — este último é fundamental para garantir o tratamento adequado para os empregados que sofrem com assédio”, reforça Takemoto.
Apesar do aumento nos índices de medicalização e diagnósticos em razão do assédio, não se verifica um impacto equivalente no percentual de afastamentos do trabalho. Ao menos 41% dos colegas nunca se afastaram. Dos que se afastaram, 82% não emitiram o Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT); destes, 37% justificaram com medo de retaliação ou recusa do gestor (7%). Os dados reforçam a hipótese de que o número de afastamentos é insuficiente para mapear o adoecimento e suas causas nos bancários da Caixa: há um grande número de empregados trabalhando doentes por medo ou desinformação.
Gerentes e bancários sem função são os mais vitimados pela imposição de sobrecarga de trabalho
Em relação à imposição de sobrecarga de trabalho, apesar de os percentuais serem próximos, na rede de agências 48% dos empregados da Caixa foram vítimas diretas ou indiretas, enquanto na área meio o percentual cai para 42%. Todas as funções experimentaram alta exposição total (direta e indireta) a esse tipo de assédio. As funções gerenciais e o Técnico Bancário Novo Sem Função (TBN S/Função) tiveram a maior exposição — 69% e 68%, respectivamente. O TBN Com Função Incorporada teve uma menor exposição (63%). Todas as demais ficaram no patamar de 67%.
Os resultados apontam para uma prática disseminada de forma homogênea. Ou seja, pelo menos seis empregados a cada dez foram expostos à sobrecarga de trabalho. Os bancários mais jovens e as mulheres são os mais expostos.
A partir dos resultados, identifica-se que a sobrecarga de trabalho é o assédio mais prevalente, seguido pela retirada de autonomia.
Confira os resultados da pesquisa completos
Dentre todas as práticas assediadoras analisadas, do ponto de vista da exposição geral (direta e indireta), lideram a classificação a sobrecarga de trabalho, retirada de autonomia e vigilância excessiva:
Realizada pela Acerte Pesquisa e Comunicação, a pesquisa investigou os riscos psicossociais e os aspectos da organização do trabalho no banco público. O objetivo do estudo foi compreender os indicadores de saúde da categoria e contribuir para o desenvolvimento de políticas de saúde efetivas, que tragam melhores condições de trabalho para os empregados da Caixa e assegurem a excelência dos serviços prestados à sociedade.
A pesquisa considerou a exposição a práticas assediadoras do ponto de vista direto (ter sido vítima) e indireto (ter testemunhado). A sobrecarga de trabalho é identificada pelos empregados da Caixa como a principal prática assediadora na instituição. Quase metade das pessoas entrevistadas afirmou ter sido vítima ou testemunha da prática, o que eleva em quase duas vezes o risco de uso de medicação controlada e de diagnósticos psiquiátricos.
Os resultados mostram também que as práticas assediadoras por imposição de sobrecarga e ameaça de perda de função aumentam em quase duas vezes tanto o risco de uso de medicação controlada quanto o de diagnósticos psiquiátricos. Naqueles bancários assediados com sobrecarga de trabalho, por exemplo, o percentual de uso de medicação sobe de 18,5% para 39,7%. Considerando que 32% dos bancários afirmam utilizar medicação de uso controlado por motivos relacionados ao trabalho, é possível supor que esse tipo de assédio responda por aproximadamente 10% da medicalização na Caixa.
Para o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, os números confirmam aquilo que o movimento sindical tem denunciado ao longo dos anos: a pressão por metas, associada a diversos fatores, como o medo do descomissionamento, tem afetado a saúde mental dos trabalhadores. “A direção da Caixa finge não ver que os empregados e empregadas estão sofrendo com diversos tipos de assédio. Além de não reorganizar a gestão do trabalho para evitar esse tipo de prática, agora impõe um reajuste no Saúde Caixa quase impossível para os trabalhadores. A categoria pede urgência nas condições de trabalho e no Saúde Caixa — este último é fundamental para garantir o tratamento adequado para os empregados que sofrem com assédio”, reforça Takemoto.
Apesar do aumento nos índices de medicalização e diagnósticos em razão do assédio, não se verifica um impacto equivalente no percentual de afastamentos do trabalho. Ao menos 41% dos colegas nunca se afastaram. Dos que se afastaram, 82% não emitiram o Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT); destes, 37% justificaram com medo de retaliação ou recusa do gestor (7%). Os dados reforçam a hipótese de que o número de afastamentos é insuficiente para mapear o adoecimento e suas causas nos bancários da Caixa: há um grande número de empregados trabalhando doentes por medo ou desinformação.
Gerentes e bancários sem função são os mais vitimados pela imposição de sobrecarga de trabalho
Em relação à imposição de sobrecarga de trabalho, apesar de os percentuais serem próximos, na rede de agências 48% dos empregados da Caixa foram vítimas diretas ou indiretas, enquanto na área meio o percentual cai para 42%. Todas as funções experimentaram alta exposição total (direta e indireta) a esse tipo de assédio. As funções gerenciais e o Técnico Bancário Novo Sem Função (TBN S/Função) tiveram a maior exposição — 69% e 68%, respectivamente. O TBN Com Função Incorporada teve uma menor exposição (63%). Todas as demais ficaram no patamar de 67%.
Os resultados apontam para uma prática disseminada de forma homogênea. Ou seja, pelo menos seis empregados a cada dez foram expostos à sobrecarga de trabalho. Os bancários mais jovens e as mulheres são os mais expostos.
A partir dos resultados, identifica-se que a sobrecarga de trabalho é o assédio mais prevalente, seguido pela retirada de autonomia.
Confira os resultados da pesquisa completos
Dentre todas as práticas assediadoras analisadas, do ponto de vista da exposição geral (direta e indireta), lideram a classificação a sobrecarga de trabalho, retirada de autonomia e vigilância excessiva:
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Quando se analisa apenas as situações de assédio indireto (testemunha), a classificação tem uma mudança substancial, subindo para a liderança a ameaça de perda de função:
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1. Expor a uma sobrecarga de trabalho
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- 1º em vivência direta (46% foram vítimas)
- 1º em exposição geral (67% foram vítimas ou testemunhas)
2. Retirar a autonomia
- 1º em exposição geral (67% foram vítimas ou testemunhas)
2. Retirar a autonomia
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- 2º em vivência direta (31% foram vítimas)
- 2º em exposição geral (56% foram vítimas ou testemunhas)
3. Gritar ou falar de forma desrespeitosa
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- 5º em vivência direta (29% foram vítimas)
- 3º em exposição geral (55% foram vítimas ou testemunhas)
4. Ameaça de perda de função
- 3º em exposição geral (55% foram vítimas ou testemunhas)
4. Ameaça de perda de função
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- 6º em vivência direta (27% foram vítimas)
- 3º em exposição geral (55% foram vítimas ou testemunhas)
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