23/05/2025
Não à pejotização é hoje a luta mais importante dos trabalhadores!

“Todos perdem, principalmente a classe trabalhadora”, afirma o presidente nacional da CUT, Sergio Nobre, sobre a possibilidade de o STF (Supremo Tribunal Federal) aprovar a pejotização irrestrita, "porque haverá um enorme prejuízo econômico para trabalhadores e trabalhadoras, mas também para o país, e os empresários".
A pejotização trata-se de um modelo por meio do qual as empresas poderão contratar como pessoas jurídicas, os chamados PJs, sem nenhum direito exigido e garantido pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), como férias, 13º salário, aposentadoria, licença-maternidade, entre outros.
Para o presidente nacional da CUT, não houve nos últimos anos uma batalha a vencer tão necessária para a classe trabalhadora. Maior ainda do que a reforma trabalhista, que tornou legal a terceirização, entre outras mudanças na legislação. “É a luta do momento, porque o que está em jogo é a sobrevivência do trabalhador. Um jornalista, engenheiro, médico, se trabalha para várias empresas, ele pode ser um PJ. Agora, um pedreiro, uma faxineira, um montador, que ganha dois salários mínimos por mês, ou qualquer trabalhador com menos escolaridade do que o ensino médio, vai ser PJ?”, questiona Sergio Nobre, e acrescenta: “não tem sentido um negócio desse”.
O presidente nacional da CUT alerta ainda que as perdas não serão apenas para os trabalhadores, os empresários perderão o financiamento das nove entidades que compõem o Sistema S (Senai, Sesc, Sesi, Senac, Sebrae, Senar, Sest, Senat e Sescoop).
"O Sistema S faz grande parte da formação profissional no Brasil, inclusive, sustenta a estrutura sindical patronal, cobrada sobre a folha de pagamento. Sem trabalhador com carteira assinada, não se poderá fazer essa contribuição. Os empresários têm de ficar cientes dos riscos da pejotização irrestrita que vai matar o sistema S, a organização sindical patronal. O país pode perder o Senac, o Sesc. Todos perdem!", destaca Sergio Nobre.
O dirigente também chama a atenção para a Previdência Social, que ficará sem arrecadação, em um momento em que o país está envelhecendo e a expectativa de vida da população aumentou. “Metade da classe trabalhadora já não contribui para a previdência porque trabalha como autônoma, prestadora de serviços, em trabalhos precarizados e, se ninguém contribuir, como irão sobreviver sem aposentadoria, sem os benefícios sociais pagos pela previdência?”, questiona o dirigente.
Outro de alerta é o fim do FAT (Fundo de Amparo do Trabalhador), da arrecadação do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), que financia a casa própria, as obras de infraestrutura e 100% do saneamento básico. “Esses recursos do FAT e do FGTS são gigantescos. Então, não vai ter mais Minha Casa, Minha Vida, obras de infraestrutura, não vai ter absolutamente nada”, alerta Sergio Nobre.
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Decisão sobre pejotização no STF pode prejudicar trabalhador e contas públicas
Justiça do Trabalho
O presidente nacional da CUT critica a ingerência do Supremo na Justiça do Trabalho. “A maioria dos ministros não é defensora de proteção trabalhista e sim da linha de que é preciso haver liberdade para contratar, para demitir e, por isso, estão fazendo ingerência na competência da Justiça do Trabalho, sem analisar que o Brasil tem uma superestrutura para julgar os processos entre trabalhadores e patrões”, afirma.
A preocupação da CUT e entidades filiadas sobre a invasão da competência da Justiça do Trabalho pelo STF é compartilhada por entidades que representam o Judiciário no setor. Isso porque a pejotização irrestrita, se aprovada, acabará com os vínculos empregatícios, fazendo com que os contratos entre empresas e trabalhadores PJs se tornem de natureza civil, já que será uma empresa “contratando outra empresa”.
“Creio que os ministros do TST [Tribunal Superior do Trabalho] e os representantes das entidades da área trabalhista precisam se envolver mais e reagir a isso porque os impactos vão muito além do direito do trabalhador. Os prejuízos são sociais”, diz Sérgio Nobre.
Bancários na luta contra a terceirização
O presidente do Sindicato dos Bancários de Catandua e região, Roberto Vicentim, ressalta que a terceirização tem avançado de forma preocupante no setor bancário, representando uma grave ameaça aos direitos trabalhistas conquistados com décadas de luta pela categoria e suas entidades representativas. Essa prática, adotada de forma agressiva pelo banco Santander e seguida por outras instituições financeiras, desmonta a estrutura formal de trabalho.
"Os trabalhadores são demitidos e, logo em seguida, recontratados por empresas do mesmo conglomerado financeiro, agora sob regime de pessoa jurídica. É uma manobra fraudulenta que precariza as relações de trabalho, rebaixa salários, aumenta a carga horária, retira direitos e elimina a representação sindical. O objetivo é simples: cortar custos à custa da dignidade do trabalhador", denuncia Vicentim.
De acordo com estudo da CUT, em parceria com o Dieese, trabalhadores terceirizados ganham, em média, 25% menos do que os empregados diretos – e no setor bancário chega a ser 70% menos –; têm jornadas maiores (trabalham em média 3 horas a mais por semana) e ficam menos tempo em cada emprego (em geral saem antes de completar três anos, enquanto a média de permanência do funcionário direto é de 5,8 anos).
O movimento sindical bancário tem travado uma luta firme e incessante contra essa prática, mobilizando trabalhadores e pressionando autoridades e a sociedade para barrar esse modelo perverso.
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Sindicato visita agências do Santander para alertar sobre os impactos da terceirização e reforçar mobilização contra a prática
"É preciso dar um basta na lógica da exploração disfarçada de 'modernização'. Não aceitaremos a destruição dos direitos trabalhistas em nome do lucro. A luta contra a pejotização é a luta por trabalho digno e também por atendimento de qualidade, já que clientes e a população também sofrem os impactos com a precarização dos serviços. Por isso, essa é uma luta de todos", reforça o presidente do Sindicato.
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Entidades alertam para os riscos de retirada da competência da Justiça do Trabalho
Entenda a ação da pejotização no STF (Agência Brasil)
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, decidiu no dia 14 de abril, suspender temporariamente todos os processos que discutem a legalidade da chamada "pejotização”.
A decisão foi tomada depois que a Corte reconheceu, dias antes, a repercussão geral do assunto, ou seja, a necessidade de se tomar uma decisão que sirva de modelo para todos os casos semelhantes, unificando o entendimento da Justiça brasileira sobre o tema.
Essa uniformização se tornou necessária porque o TST já havia se posicionado contra a pejotização, o que impulsionou a justiça trabalhista a reconhecer o vínculo de prestadores pejotizados.
Em 2018, o STF julgou esse entendimento inconstitucional e decidiu liberar empresas privadas ou públicas a fazer a chamada terceirização, isto é, contratar outras empresas para realizar qualquer atividade, em vez de contratar pessoas físicas por meio de contrato assinado na carteira de trabalho. A partir daí, a decisão do STF passou a ser usada para derrubar milhares de vínculos empregatícios reconhecidos pela justiça trabalhista.
Para o ministro Gilmar da Mendes, a Justiça do Trabalho tem ignorado decisões da Corte sobre terceirização, o que tem gerado insegurança jurídica e lotado o tribunal com recursos repetidos.
Agora, o STF decidirá se a Justiça do Trabalho é a única que pode julgar casos de fraude no contrato de prestação de serviços, se é legal contratar pessoa jurídica em vez de assinar carteira de trabalho e quem deve provar se houve fraude: o patrão ou o trabalhador.
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Pejotização irrestrita fará trabalhador perder todos direitos, alertam ABRAT e MPT
A pejotização trata-se de um modelo por meio do qual as empresas poderão contratar como pessoas jurídicas, os chamados PJs, sem nenhum direito exigido e garantido pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), como férias, 13º salário, aposentadoria, licença-maternidade, entre outros.
Para o presidente nacional da CUT, não houve nos últimos anos uma batalha a vencer tão necessária para a classe trabalhadora. Maior ainda do que a reforma trabalhista, que tornou legal a terceirização, entre outras mudanças na legislação. “É a luta do momento, porque o que está em jogo é a sobrevivência do trabalhador. Um jornalista, engenheiro, médico, se trabalha para várias empresas, ele pode ser um PJ. Agora, um pedreiro, uma faxineira, um montador, que ganha dois salários mínimos por mês, ou qualquer trabalhador com menos escolaridade do que o ensino médio, vai ser PJ?”, questiona Sergio Nobre, e acrescenta: “não tem sentido um negócio desse”.
O presidente nacional da CUT alerta ainda que as perdas não serão apenas para os trabalhadores, os empresários perderão o financiamento das nove entidades que compõem o Sistema S (Senai, Sesc, Sesi, Senac, Sebrae, Senar, Sest, Senat e Sescoop).
"O Sistema S faz grande parte da formação profissional no Brasil, inclusive, sustenta a estrutura sindical patronal, cobrada sobre a folha de pagamento. Sem trabalhador com carteira assinada, não se poderá fazer essa contribuição. Os empresários têm de ficar cientes dos riscos da pejotização irrestrita que vai matar o sistema S, a organização sindical patronal. O país pode perder o Senac, o Sesc. Todos perdem!", destaca Sergio Nobre.
O dirigente também chama a atenção para a Previdência Social, que ficará sem arrecadação, em um momento em que o país está envelhecendo e a expectativa de vida da população aumentou. “Metade da classe trabalhadora já não contribui para a previdência porque trabalha como autônoma, prestadora de serviços, em trabalhos precarizados e, se ninguém contribuir, como irão sobreviver sem aposentadoria, sem os benefícios sociais pagos pela previdência?”, questiona o dirigente.
Outro de alerta é o fim do FAT (Fundo de Amparo do Trabalhador), da arrecadação do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), que financia a casa própria, as obras de infraestrutura e 100% do saneamento básico. “Esses recursos do FAT e do FGTS são gigantescos. Então, não vai ter mais Minha Casa, Minha Vida, obras de infraestrutura, não vai ter absolutamente nada”, alerta Sergio Nobre.
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Justiça do Trabalho
O presidente nacional da CUT critica a ingerência do Supremo na Justiça do Trabalho. “A maioria dos ministros não é defensora de proteção trabalhista e sim da linha de que é preciso haver liberdade para contratar, para demitir e, por isso, estão fazendo ingerência na competência da Justiça do Trabalho, sem analisar que o Brasil tem uma superestrutura para julgar os processos entre trabalhadores e patrões”, afirma.
A preocupação da CUT e entidades filiadas sobre a invasão da competência da Justiça do Trabalho pelo STF é compartilhada por entidades que representam o Judiciário no setor. Isso porque a pejotização irrestrita, se aprovada, acabará com os vínculos empregatícios, fazendo com que os contratos entre empresas e trabalhadores PJs se tornem de natureza civil, já que será uma empresa “contratando outra empresa”.
“Creio que os ministros do TST [Tribunal Superior do Trabalho] e os representantes das entidades da área trabalhista precisam se envolver mais e reagir a isso porque os impactos vão muito além do direito do trabalhador. Os prejuízos são sociais”, diz Sérgio Nobre.
Bancários na luta contra a terceirização
O presidente do Sindicato dos Bancários de Catandua e região, Roberto Vicentim, ressalta que a terceirização tem avançado de forma preocupante no setor bancário, representando uma grave ameaça aos direitos trabalhistas conquistados com décadas de luta pela categoria e suas entidades representativas. Essa prática, adotada de forma agressiva pelo banco Santander e seguida por outras instituições financeiras, desmonta a estrutura formal de trabalho.
"Os trabalhadores são demitidos e, logo em seguida, recontratados por empresas do mesmo conglomerado financeiro, agora sob regime de pessoa jurídica. É uma manobra fraudulenta que precariza as relações de trabalho, rebaixa salários, aumenta a carga horária, retira direitos e elimina a representação sindical. O objetivo é simples: cortar custos à custa da dignidade do trabalhador", denuncia Vicentim.
De acordo com estudo da CUT, em parceria com o Dieese, trabalhadores terceirizados ganham, em média, 25% menos do que os empregados diretos – e no setor bancário chega a ser 70% menos –; têm jornadas maiores (trabalham em média 3 horas a mais por semana) e ficam menos tempo em cada emprego (em geral saem antes de completar três anos, enquanto a média de permanência do funcionário direto é de 5,8 anos).
O movimento sindical bancário tem travado uma luta firme e incessante contra essa prática, mobilizando trabalhadores e pressionando autoridades e a sociedade para barrar esse modelo perverso.
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Sindicato visita agências do Santander para alertar sobre os impactos da terceirização e reforçar mobilização contra a prática
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A decisão foi tomada depois que a Corte reconheceu, dias antes, a repercussão geral do assunto, ou seja, a necessidade de se tomar uma decisão que sirva de modelo para todos os casos semelhantes, unificando o entendimento da Justiça brasileira sobre o tema.
Essa uniformização se tornou necessária porque o TST já havia se posicionado contra a pejotização, o que impulsionou a justiça trabalhista a reconhecer o vínculo de prestadores pejotizados.
Em 2018, o STF julgou esse entendimento inconstitucional e decidiu liberar empresas privadas ou públicas a fazer a chamada terceirização, isto é, contratar outras empresas para realizar qualquer atividade, em vez de contratar pessoas físicas por meio de contrato assinado na carteira de trabalho. A partir daí, a decisão do STF passou a ser usada para derrubar milhares de vínculos empregatícios reconhecidos pela justiça trabalhista.
Para o ministro Gilmar da Mendes, a Justiça do Trabalho tem ignorado decisões da Corte sobre terceirização, o que tem gerado insegurança jurídica e lotado o tribunal com recursos repetidos.
Agora, o STF decidirá se a Justiça do Trabalho é a única que pode julgar casos de fraude no contrato de prestação de serviços, se é legal contratar pessoa jurídica em vez de assinar carteira de trabalho e quem deve provar se houve fraude: o patrão ou o trabalhador.
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