17/04/2025

Governo propõe salário mínimo de R$ 1.630 em 2026

O salário mínimo em 2026 deverá ser de R$ 1.630, com aumento nominal de 7,37%. O reajuste consta do Projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2026, enviado na última terça-feira (15) ao Congresso Nacional.

Atualmente, o salário mínimo está em R$ 1.518. O reajuste segue a projeção de 4,76% para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para os 12 meses terminados em novembro mais o teto de crescimento de gastos de 2,5% acima da inflação, determinado pelo arcabouço fiscal. A estimativa para o INPC também consta do PLDO.

O projeto também apresentou previsões de R$ 1.724 para o salário mínimo em 2027, de R$ 1.823 para 2028 e de R$ 1.925 para 2029. As projeções são preliminares e serão revistas no PLDO dos próximos anos.

Em 2023, o salário mínimo voltou a ser corrigido pelo INPC do ano anterior mais o crescimento do PIB, soma das riquezas produzidas pelo país, de dois anos antes. Essa fórmula vigorou de 2006 a 2019. Por essa regra, o salário mínimo aumentaria 3,4% acima do INPC.

pacote de corte de gastos no ano passado, no entanto, limitou o crescimento. Isso porque o salário mínimo entrou nos limites do arcabouço fiscal, que prevê crescimento real (acima da inflação) dos gastos entre 0,6% e 2,5%. Dessa forma, foi criada uma trava que reduziu o crescimento real de 3,4% para 2,5%.

Segundo o Ministério do Planejamento e Orçamento, cada aumento de R$ 1 no salário mínimo tem impacto de aproximadamente R$ 400 milhões no Orçamento. Isso porque os benefícios da Previdência Social, o abono salarial, o seguro-desemprego, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e diversos gastos são atrelados à variação do mínimo. Na Previdência Social, a conta considera uma alta de R$ 115,3 bilhões nas despesas e ganhos de R$ 71,2 bilhões na arrecadação.

"Para a classe trabalhadora, a política de valorização do salário mínimo, recuperada no governo Lula, é fundamental. Nos últimos dias, vimos declarações preocupantes, como a do economista Armínio Fraga, propondo o congelamento do salário mínimo como solução para a questão da Previdência. Uma ideia que ignora completamente a realidade de milhões de brasileiros e brasileiras que dependem desse piso para sobreviver. Armínio Fraga é multimilionário e não depende da Previdência Social; está propondo que se faça uma nova redução de benefícios, afinal de contas ele não será atingido. Cada reajuste representa comida na mesa, acesso à saúde, à educação, ao transporte. Cada centavo a mais no salário mínimo movimenta a economia local, fortalece o comércio do bairro, gira a roda da economia real. Nós sabemos que a valorização do salário mínimo não é apenas uma questão econômica — é uma questão de justiça social. Não há desenvolvimento sustentável sem justiça social, e não há justiça social sem respeito e valorização da classe trabalhadora", destaca Roberto Vicentim, presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região.
Fonte: CUT, com edição de Seeb Catanduva

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