23/01/2025
Aumento das taxas de financiamento compromete atuação da Caixa no financiamento habitacional

Em matéria publicada nesta última quarta-feira (22), o jornal O Globo informa que a Caixa Econômica Federal está com taxas mais altas para financiar imóveis com recursos da poupança ou com juros maiores pela recém-lançada linha indexada à Taxa Selic. Na avaliação da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) e do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, a situação é preocupante, coloca em risco a competividade do banco no setor e o seu papel social.
Em dezembro de 2024, a entidade apresentou à Caixa estudo com alternativas de funding para superar desafios do crédito imobiliário e reforçar a importância de estratégias que mantenham a Caixa como um banco público comprometido com o acesso à moradia e a redução do déficit habitacional no Brasil, estimado em 6,2 milhões de moradias.
Em reunião com a vice-presidente de Habitação da Caixa, Inês Magalhães, no dia 5 de dezembro, dirigentes da Federação alertaram sobre o problema.
“É fundamental preservar o papel social do banco e garantir que o acesso à moradia continue sendo um direito assegurado, não uma ferramenta de valorização de ativos financeiros”, destacou Sérgio Takemoto, presidente da Fenae. A Federação defendeu que as alternativas apresentadas no estudo fossem consideradas pelo governo, com apoio da direção da Caixa.
Conforme o estudo feito pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a pedido da Federação, o aumento dos saques na poupança e a redução na captação líquida têm desafiado a sustentabilidade do financiamento imobiliário, tradicionalmente sustentado pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
As estratégias, indicadas pela Fenae, buscam diversificar as fontes de recursos e minimizar o impacto da dependência de captações mais onerosas, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), cuja utilização cresceu 131% desde 2021.
Em outubro do ano passado, quando a Caixa decidiu reduzir a cota de financiamento habitacional para imóveis de até R$ 1,5 milhão, e exigir um valor de entrada maior dos compradores, a Fenae já alertava para a necessidade de o governo garantir novas fontes de recursos para manter o banco forte e competitivo no financiamento imobiliário.
Segundo o presidente da Fenae, “muitos brasileiros que dependem de financiamento habitacional para adquirir seu imóvel não terão condições de arcar com a entrada maior exigida. Isso significa menos imóveis vendidos, o que desacelera o mercado imobiliário e afeta diretamente a geração de empregos em um setor que estava começando a se recuperar e aquecer novamente".
"Nossa preocupação também é com a imagem da Caixa, conhecida historicamente como banco dos brasileiros pelo seu comprometimento com o social, e que pode ser afetada com a medida. São necessárias alternativas, como as propostas pela Fenae, que atendam à demanda sem desviar do papel e da responsabilidade que o banco público possui na promoção da inclusão social por meio da habitação", destaca o diretor do Sindicato, Antônio Júlio Gonçalves Neto (Tony).
Um levantamento do Dieese revelou que a escassez de funding para o crédito imobiliário foi um dos motivos que levaram a Caixa a adotar essa medida, com o saldo da poupança – principal fonte de recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) – registrando déficits consecutivos desde 2021.
Com essa mudança, a Caixa passou a oferecer a menor cota de financiamento entre os principais bancos do mercado. Enquanto Itaú Unibanco financia até 90% do valor dos imóveis, Bradesco, Santander e Banco do Brasil financiam até 80%, e o banco Inter oferece uma cota de 75%, maior que os 70% aplicados pela Caixa, colocando o banco público em desvantagem competitiva, especialmente para clientes que precisam financiar uma parcela maior do imóvel e que não possuem recursos suficientes para cobrir a diferença.
As linhas de financiamento do banco público são mais procuradas por oferecerem taxas mais baixas. Em setembro de 2024, a taxa de juros anual de financiamento imobiliário com taxas reguladas estava em 7,62% na Caixa, enquanto Itaú, Bradesco e Santander tiveram taxas de 10,43%, 10,44% e 11,25%, respectivamente.
Em reunião com a vice-presidente de Habitação da Caixa, Inês Magalhães, no dia 5 de dezembro, dirigentes da Federação alertaram sobre o problema.
“É fundamental preservar o papel social do banco e garantir que o acesso à moradia continue sendo um direito assegurado, não uma ferramenta de valorização de ativos financeiros”, destacou Sérgio Takemoto, presidente da Fenae. A Federação defendeu que as alternativas apresentadas no estudo fossem consideradas pelo governo, com apoio da direção da Caixa.
Conforme o estudo feito pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a pedido da Federação, o aumento dos saques na poupança e a redução na captação líquida têm desafiado a sustentabilidade do financiamento imobiliário, tradicionalmente sustentado pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
As estratégias, indicadas pela Fenae, buscam diversificar as fontes de recursos e minimizar o impacto da dependência de captações mais onerosas, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), cuja utilização cresceu 131% desde 2021.
Em outubro do ano passado, quando a Caixa decidiu reduzir a cota de financiamento habitacional para imóveis de até R$ 1,5 milhão, e exigir um valor de entrada maior dos compradores, a Fenae já alertava para a necessidade de o governo garantir novas fontes de recursos para manter o banco forte e competitivo no financiamento imobiliário.
Segundo o presidente da Fenae, “muitos brasileiros que dependem de financiamento habitacional para adquirir seu imóvel não terão condições de arcar com a entrada maior exigida. Isso significa menos imóveis vendidos, o que desacelera o mercado imobiliário e afeta diretamente a geração de empregos em um setor que estava começando a se recuperar e aquecer novamente".
"Nossa preocupação também é com a imagem da Caixa, conhecida historicamente como banco dos brasileiros pelo seu comprometimento com o social, e que pode ser afetada com a medida. São necessárias alternativas, como as propostas pela Fenae, que atendam à demanda sem desviar do papel e da responsabilidade que o banco público possui na promoção da inclusão social por meio da habitação", destaca o diretor do Sindicato, Antônio Júlio Gonçalves Neto (Tony).
Um levantamento do Dieese revelou que a escassez de funding para o crédito imobiliário foi um dos motivos que levaram a Caixa a adotar essa medida, com o saldo da poupança – principal fonte de recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) – registrando déficits consecutivos desde 2021.
Com essa mudança, a Caixa passou a oferecer a menor cota de financiamento entre os principais bancos do mercado. Enquanto Itaú Unibanco financia até 90% do valor dos imóveis, Bradesco, Santander e Banco do Brasil financiam até 80%, e o banco Inter oferece uma cota de 75%, maior que os 70% aplicados pela Caixa, colocando o banco público em desvantagem competitiva, especialmente para clientes que precisam financiar uma parcela maior do imóvel e que não possuem recursos suficientes para cobrir a diferença.
As linhas de financiamento do banco público são mais procuradas por oferecerem taxas mais baixas. Em setembro de 2024, a taxa de juros anual de financiamento imobiliário com taxas reguladas estava em 7,62% na Caixa, enquanto Itaú, Bradesco e Santander tiveram taxas de 10,43%, 10,44% e 11,25%, respectivamente.
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