16/08/2024
Nesta segunda-feira (19) categoria volta a se mobilizar por reajustes e direitos

A categoria bancária volta a se mobilizar nessa segunda-feira (19) para pressionar os bancos para que entreguem uma proposta completa de renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e que corresponda às reivindicações dos trabalhadores.
As manifestações, marcadas um dia antes da próxima mesa de negociação que irá começar no dia 20 de agosto, acontecerão, principalmente, nos locais de trabalho. No dia das negociações, a categoria fará uma nova ação, dessa vez voltada às redes sociais.
Na quarta-feira (15) a categoria realizou um dia nacional de luta, em bases de todo o país, com o retardamento da abertura em algumas agências.
> Sindicato protesta contra intransigência da Fenaban e cobra proposta digna
"Só em 2023, os bancos lucraram R$ 145 bilhões no Brasil. Nós estamos falando de lucro, já descontados impostos, provisões, gastos com funcionários e equipamentos. No primeiro semestre deste ano, quatro dos cinco maiores bancos do país, que já apresentaram seus resultados (Banco do Brasil, Itaú, Santander e Bradesco) lucraram juntos R$ 53,6 bilhões. Ainda assim, não apresentaram propostas de reajuste salarial, faltando duas semanas para o fim da campanha nacional de renovação da CCT", explica a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.
As principais reivindicações para remuneração da categoria para este ano são:
- Reajuste salarial que corresponda à reposição pelo INPC acumulado entre setembro de 2023 e agosto de 2024, acrescido do aumento real de 5%.
- Melhoria nos percentuais da Participação nos Lucros e Resultados (PLR)
O Dieese alerta que os percentuais de distribuição da PLR dos bancos caíram ao longo dos últimos anos, mesmo após reajustes, introdução da parcela adicional e mudanças de parâmetros dos cálculos de distribuição. Além disso, a distribuição da participação nos lucros não vem acompanhando o crescimento dos lucros no setor, ficando, na maioria dos bancos, abaixo do teto de 15% previsto na CCT.
- E melhorias nas demais verbas, incluindo tickets alimentação e refeição, auxílio creche e auxílio babá.
A Campanha
As negociações entre o movimento sindical bancário e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), para a renovação da CCT começaram em 18 de junho e precisam terminar antes da data base da categoria, que é em 1º de setembro.
Ao longo dos encontros, os bancos indicaram dificuldades em atender as principais reivindicações, argumentando a concorrência no setor.
“Nós rebatemos ao lembrar que os bancos estão longe de perigo e detém, no país, 82% do mercado de crédito e 81% dos ativos do mercado financeiro. Ainda que, no Brasil, a rentabilidade média dos bancos é 15%, enquanto nos Estados Unidos é 6,5% e em países da Europa, como Espanha e Inglaterra, 10% e 9%, respectivamente. Portanto, não há argumentos para não dar aumento real à categoria”, destaca Juvandia.
Os trabalhadores reivindicam ainda:
- Fim da gestão por metas abusivas e que tem gerado adoecimento na categoria;
- Reforço aos mecanismos de combate ao assédio moral e sexual;
- Direito à desconexão;
- Direito às pessoas com deficiência (PCDs) e neurodivergentes;
- Suporte aos pais e mães de filhos com deficiência;
- Mais mulheres na TI;
- Combate à terceirização e garantia de empregos;
- Jornada de trabalho de quatro dias;
- Ampliação do teletrabalho.
“Exigimos que, na próxima mesa, que irá começar no dia 20 de agosto, os bancos tragam respostas que reflitam o esforço da categoria no dia a dia. O lucro não pode estar acima da vida. Os trabalhadores devem ser valorizados", destaca a coordenadora do comando nacional.
Juvandia reforça que a mobilização dos trabalhadores bancários é importante para todas as demais categorias. "A organização e mobilização dos bancários conquistou, ao longo dos anos, os direitos que temos hoje. Não podemos pensar que a PLR, os vales alimentação e refeição, assim como a mesa de igualdade de oportunidade, onde conseguimos avanços, como a criação de canais de combate ao assédio, são bondade dos banqueiros. Pelo contrário, é fruto da luta dos trabalhadores que se tornou referência para que outras categorias no país alcancem direitos", concluiu.
As manifestações, marcadas um dia antes da próxima mesa de negociação que irá começar no dia 20 de agosto, acontecerão, principalmente, nos locais de trabalho. No dia das negociações, a categoria fará uma nova ação, dessa vez voltada às redes sociais.
Na quarta-feira (15) a categoria realizou um dia nacional de luta, em bases de todo o país, com o retardamento da abertura em algumas agências.
> Sindicato protesta contra intransigência da Fenaban e cobra proposta digna
"Só em 2023, os bancos lucraram R$ 145 bilhões no Brasil. Nós estamos falando de lucro, já descontados impostos, provisões, gastos com funcionários e equipamentos. No primeiro semestre deste ano, quatro dos cinco maiores bancos do país, que já apresentaram seus resultados (Banco do Brasil, Itaú, Santander e Bradesco) lucraram juntos R$ 53,6 bilhões. Ainda assim, não apresentaram propostas de reajuste salarial, faltando duas semanas para o fim da campanha nacional de renovação da CCT", explica a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.
As principais reivindicações para remuneração da categoria para este ano são:
- Reajuste salarial que corresponda à reposição pelo INPC acumulado entre setembro de 2023 e agosto de 2024, acrescido do aumento real de 5%.
- Melhoria nos percentuais da Participação nos Lucros e Resultados (PLR)
O Dieese alerta que os percentuais de distribuição da PLR dos bancos caíram ao longo dos últimos anos, mesmo após reajustes, introdução da parcela adicional e mudanças de parâmetros dos cálculos de distribuição. Além disso, a distribuição da participação nos lucros não vem acompanhando o crescimento dos lucros no setor, ficando, na maioria dos bancos, abaixo do teto de 15% previsto na CCT.
- E melhorias nas demais verbas, incluindo tickets alimentação e refeição, auxílio creche e auxílio babá.
A Campanha
As negociações entre o movimento sindical bancário e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), para a renovação da CCT começaram em 18 de junho e precisam terminar antes da data base da categoria, que é em 1º de setembro.
Ao longo dos encontros, os bancos indicaram dificuldades em atender as principais reivindicações, argumentando a concorrência no setor.
“Nós rebatemos ao lembrar que os bancos estão longe de perigo e detém, no país, 82% do mercado de crédito e 81% dos ativos do mercado financeiro. Ainda que, no Brasil, a rentabilidade média dos bancos é 15%, enquanto nos Estados Unidos é 6,5% e em países da Europa, como Espanha e Inglaterra, 10% e 9%, respectivamente. Portanto, não há argumentos para não dar aumento real à categoria”, destaca Juvandia.
Os trabalhadores reivindicam ainda:
- Fim da gestão por metas abusivas e que tem gerado adoecimento na categoria;
- Reforço aos mecanismos de combate ao assédio moral e sexual;
- Direito à desconexão;
- Direito às pessoas com deficiência (PCDs) e neurodivergentes;
- Suporte aos pais e mães de filhos com deficiência;
- Mais mulheres na TI;
- Combate à terceirização e garantia de empregos;
- Jornada de trabalho de quatro dias;
- Ampliação do teletrabalho.
“Exigimos que, na próxima mesa, que irá começar no dia 20 de agosto, os bancos tragam respostas que reflitam o esforço da categoria no dia a dia. O lucro não pode estar acima da vida. Os trabalhadores devem ser valorizados", destaca a coordenadora do comando nacional.
Juvandia reforça que a mobilização dos trabalhadores bancários é importante para todas as demais categorias. "A organização e mobilização dos bancários conquistou, ao longo dos anos, os direitos que temos hoje. Não podemos pensar que a PLR, os vales alimentação e refeição, assim como a mesa de igualdade de oportunidade, onde conseguimos avanços, como a criação de canais de combate ao assédio, são bondade dos banqueiros. Pelo contrário, é fruto da luta dos trabalhadores que se tornou referência para que outras categorias no país alcancem direitos", concluiu.
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