16/08/2023

Itaú anuncia terceirização da GAC (Gerência de Atendimento ao Cliente)

O Itaú comunicou aos seus trabalhadores que irá terceirizar a GAC (Gerência de Atendimento a Clientes). O grupo envolve 86 pessoas com jornada de 8 horas que fazem atendimento de segundo nível a clientes. O aviso foi dado no dia 4 de agosto.

Em reunião realizada com o movimento sindical, no dia 8 deste mês, o Itaú informou que a taxa de realocação tem ficado em 89% em processos de terceirização anteriores; e se comprometeu a analisar todas as possibilidades de manter esses trabalhadores dentro do banco. Reforçou, ainda, que parte das pessoas possuí certificação CPA-10 e 20, o que tende a facilitar o processo.

Na mesma reunião, representantes dos funcionários apresentaram duas propostas que o banco ficou de analisar e dar um posicionamento:

- Caso 80% dos bancários não sejam realocados ao final de 2 meses, o prazo será estendido por mais 1 mês;

- Acompanhamentos dos realocados: divulgação da área de destino e feedback trimestral durante 12 meses para verificar se eles continuam empregados e como está se dando a adaptação na nova área.

Também foi reforçada na mesa a preocupação do movimento sindical com as condições de trabalho dos empregados terceirizados nas empresas de atendimento. Esse movimento já ocorreu no passado, resultando inclusive na queda da qualidade do serviço prestado, o que levou o banco a internalizar essas áreas.

Os representantes do banco se comprometeram a apresentar as empresas de atendimento que prestam serviços ao conglomerado, e quais instrumentos garantem condições dignas de trabalho para eles.

Terceirização é sinônimo de precarização

A terceirização de todas as atividades de uma empresa foi uma das perdas da reforma trabalhista, que entrou em vigor em novembro de 2017, na esteira do golpe parlamentar de 2016.

Segundo estudo da CUT feito em parceria com o Dieese, os trabalhadores terceirizados ganham, em média 25%, menos do que os empregados diretos – e no setor bancário chega a ser 70% menos –; têm jornadas maiores (trabalham em média 3 horas a mais por semana) e ficam menos tempo em cada emprego (em geral saem antes de completar três anos, enquanto a média de permanência do funcionário direto é de 5,8 anos).

"Como expoente do setor que mais lucra no país, e operando por meio de uma concessão pública, o Itaú tem o dever de exercer a responsabilidade social que tanto destaca nas suas propagandas de TV. Nada justifica continuar eliminando postos de trabalho, implementar uma rotatividade tão alta e desrespeitar tanto os seus funcionários através do processo de terceirização, que reduz direitos, precariza a remuneração e visa acabar com a representação sindical. Defendemos a manutenção dos empregos e realocação imediata desses trabalhadores para as agências e departamentos do banco. Os que permanecem também ficarão sobrecarregados, com risco de adoecimento, pois os processos de tericeirização potencializam a pressão e o medo da dispensa, que já fazem parte do cotidiano", ressalta o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Ricardo Jorge Nassar Junior.

Bancários devem procurar o Sindicato se a área em que trabalham estiver passando por reestruturação ou terceirização. Veja contatos abaixo:
 

 
Fonte: Seeb SP, com edição de Fetec-CUT/SP e Seeb Catanduva

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