31/03/2023

Penhor: mais um projeto da Câmara dos Deputados visa retirar monopólio da Caixa

O projeto de Lei Complementar (PLP) 230/2019, de autoria do ex-deputado Paulo Eduardo Martins (PL-PR), autoriza empresas a prestarem serviços de penhor, operação realizada hoje pela Caixa Econômica Federal, como garantia de empréstimos. O PLP foi redistribuído à Comissão de Desenvolvimento Econômico (CDE) e aguarda designação de relatoria.

A redistribuição ocorre após a reformulação das comissões da Câmara dos Deputados. Após deliberação pela CDE, a matéria passará pela Comissão de Finanças e Tributação (CFT) e Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), sujeita à apreciação do Plenário.

Para a deputada federal e ex-empregada da Caixa, Erika Kokay, a retirada da exclusividade do penhor visa enfraquecer a Caixa e atingir seu papel social.

“A Caixa tem credibilidade e conta com a confiança do povo brasileiro. Nossa luta contra essa pauta é histórica e se dá no Parlamento, mas principalmente, nas ruas e de forma coletiva. As funcionárias e funcionários da Caixa têm expertise no assunto e equipe preparada, advinda de concurso público específico”, disse a parlamentar (PT-DF).

Erika Kokay lembra que a Caixa oferece alternativas de créditos mais baratas para contemplar quem passa com dificuldades financeiras e não conta com outras garantias para apresentar. “Defendemos a Caixa porque acreditamos em seu papel estratégico e porque defendemos o povo brasileiro”, reforçou.

As representações dos trabalhadores do banco estão acompanhando a tramitação do projeto e buscando formas de barrar a quebra do monopólio.

“A exemplo do que aconteceu com PL 4188, a Fenae e demais entidades representativas dos trabalhadores vão se mobilizar para tentar derrubar mais esse ataque contra a Caixa”, enfatizou Sergio Takemoto, presidente da Fenae.

O Projeto de Lei 4188/2021, que dispõe sobre a exclusão do monopólio da Caixa Econômica Federal na operação de penhor, foi aprovado em junho de 2022  e encontra-se em tramitação no Senado.

O presidente da Fenae lembra que o monopólio da operação feito pela Caixa ocorreu por conta de abusos cometidos pelas casas de penhor. “Não podemos deixar a história ser esquecida. Pessoas escravizadas compravam sua carta de alforria através do empréstimo de penhor da Caixa. Mais uma vez, deparamos com a recorrente prática de desvirtuar o papel social do banco do povo brasileiro”, afirmou o dirigente.

O projeto é mais uma tentativa de desmonte na Caixa e menos um serviço para atendimento à população. A Caixa faz investimento nesses empregados que fazem a atividade de penhor e eles têm um conhecimento específico, são especializados. Ao tirar o penhor da Caixa, você deixa de ter um padrão nas avaliações, além disso, você tem a certeza da segurança no tratamento da operação e da lisura do processo. Ou seja, o fim da exclusividade do penhor na Caixa só representa prejuízos à população e aos empregados", reforçou o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, AntÇonio Júlio Gonçalves Neto.
 
Fonte: Fenae, com edição de Seeb Catanduva

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