17/10/2022

Número de denúncias de assédio quadruplicou na gestão Pedro Guimarães

A ação do Ministério Público do Trabalho, que pede à Justiça a condenação da Caixa e do ex-presidente do banco ao pagamento de indenização por conta dos casos de assédio, revela o nível de sofrimento dos trabalhadores durante a gestão de Pedro Guimarães. 

De acordo com a conclusão do MPT, o número de assédio quadruplicou no banco durante a gestão do ex-presidente. Entre 2013 e 2018, a média de denúncias de assédio recebidas pela Caixa era de 80 por ano. A partir da gestão de Pedro Guimarães, em 2019, até o dia 1 de setembro de 2022, a média subiu para 343 denúncias por ano – um aumento de 425%. Pedro Guimarães deixou a presidência da Caixa em 29 de junho de 2022, mas o MPT considerou a data de setembro em razão de muitos empregados se encorajarem a denunciar após a saída de Guimarães.

“É um número absurdo. E a omissão do banco diante desses casos deve ser rigorosamente investigada, com as devidas punições”, destacou o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto. “Tentamos apurar com o banco o desenvolvimento das investigações, mas a Caixa não respondeu aos nossos pedidos. Para acompanhar de perto, pedimos à Justiça o nosso ingresso como assistente do MPT nesta ação”, disse. 

As denúncias protocoladas por assédio moral vão desde constrangimentos e tratamento aos gritos até agressão física - uma delas, inclusive, noticiada por uma jornalista que realizava a cobertura de um evento da Caixa. 

Na ação, o MPT também criticou a “conduta omissa” da Caixa acerca da primeira denúncia de assédio sexual contra Pedro Guimarães, apresentada em julho de 2019 – há apenas 6 meses no comando da instituição. A Caixa encerrou a denúncia, realizada no canal interno do banco, por “informações insuficientes”. No entanto, de acordo com o MPT, havia informações suficientes para apuração da denúncia.

“Não procede a conclusão da CAIXA de que a denúncia não apresentou informações mínimas. Trata-se de sofisma para escamotear a real intenção da Caixa Econômica Federal de não investigar o seu Presidente”, concluiu o MPT. 

Adoecimento mental – As licenças por transtornos mentais durante a gestão Pedro Guimarães, especificamente dos empregados lotados no prédio da Matriz 1, também foi alvo de apuração do MPT. O órgão solicitou ao banco uma relação de afastamentos médicos por transtornos mentais na Classificação Internacional de Doenças (CID). De 2013 a 2018, a média de afastamentos médicos era de 277 empregados por ano. A partir da gestão de Guimarães, em 2019, até 31 de agosto de 2022, o número saltou para 383 afastamentos por licença médica por ano – um aumento de 42,96%, calcula o MPT.

O ambiente adoecedor nas unidades da Caixa vem sendo denunciado há tempos pelo Sindicato, que segue empenhado em combater às práticas de assédio moral e sexual contra empregados e empregadas. 

"Há inúmeros relatos de empregados que já trabalham sob o efeito de medicamentos controlados, já que desenvolveram quadros de ansiedade, síndrome do pânico, depressão e síndrome de burnout pela cobrança abusiva de metas e extrapolação da jornada. Nós entendemos que valorizar os empregados é oferecer condições de trabalho adequadas, temos cobrado incessantemente a responsabilidade do banco. Falta compromisso da Caixa com a saúde das pessoas", reforça o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Antônio Júlio Gonçalves Neto.

"Estamos atentos a essa questão e não aceitaremos que trabalhadores sejam pressionados ou desrespeitados no desempenho de suas funções. Mas para que nossa ação seja bem-sucedida, é essencial a participação de todos. Se você for vítima de assédio ou presenciar esse tipo de situação em sua agência, entre em contato imediatamente com o Sindicato", orienta o diretor.

A ferramenta de prevenção e combate à prática abusiva é uma conquista dos bancários da Campanha Nacional Unificada 2010.  Através dela é possível formular denúncias ao Sindicato sobre atitudes praticadas por maus gestores com o objetivo de pressionar o alcance de metas cada vez mais altas, mediante cobranças constantes, muitas vezes constrangedoras e até humilhantes.

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Fonte: Fenae, com edição de Seeb Catanduva

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