23/09/2022
Entidades sindicais cobram resultado de investigações de assédio na Caixa

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), representando o Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, cobram resposta ao ofício enviado ao banco no dia 16 de setembro solicitando informações sobre a apuração das denúncias de assédio sexual contra Pedro Guimarães e outros ex-dirigentes da Caixa.
“Quando assumiu a presidência da Caixa, Daniella Marques prometeu apuração rígida e ágil. Mas, já se passaram quase 90 dias e, mesmo com as inúmeras denúncias, até o momento não houve desfecho das investigações”, disse o dirigente da Contraf-CUT, Rafael de Castro. “Será que vão querer imitar nosso digníssimo presidente da República e impor sigilo de 100 anos no processo? Ou estão esperando passar as eleições?”, questionou o dirigente, ao lembrar que Pedro Guimarães era braço direito de Bolsonaro.
Para a diretora executiva da Contraf-CUT, Eliana Brasil, a demora na resposta pode dar a impressão de que as denúncias ficarão impunes. “A demora na resposta faz com que a gente sinta cheiro de pizza. E tenho certeza que era justamente para se evitar esta impressão que, quando assumiu a presidência, a Daniella disse que haveria uma resposta rápida sobre o caso”, disse. “Agora, resta saber se ela realmente vai cumprir o que falou diante das câmeras da Globo para tentar apaziguar a situação naquele momento. A depender de sua atitude, vamos ver se ela realmente tem a intenção de defender as mulheres e lutar contra o assédio na Caixa”, completou.
Assédio sexual é crime!
O presidente da Fenae, Sergio Takemoto, lembra que, no Brasil, o assédio sexual é crime, definido no artigo 216-A do Código Penal, que prevê a pena de detenção de um a dois anos.
“Se apurada e comprovada a culpa, não se pode ‘passar a mão na cabeça’ somente porque trata-se de um ex-presidente do banco. Se é culpado, deve responder na Justiça comum pelo que fez, uma vez que o assédio sexual é um crime com pena prevista no Código Penal”, disse o presidente da Fenae. “Além disso, a legislação trabalhista também prevê indenização para reparação do dano causado às vítimas”, completou.
"Existe uma necessidade e preocupação urgente não só com as denúncias de assédio sexual e moral que saíram na mídia, mas também com a falta de punição aos responsáveis e, ainda, toda a institucionalização do assédio objetivadas em ferramentas de gestão. A naturalização de estruturas machistas deve ser confrontada e rompida para evitar violências em razão do gênero, independente de quem as tenha praticado ou do quanto isso pode prejudicar politicamente qualquer governo. Cobramos da direção da Caixa o combate a todo tipo de assédio de maneira firme e ágil, garantindo segurança para todas. Assédio é crime e não deve ser silenciado nunca”, acrescentou o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
Entenda o caso
Pedro Guimarães foi acusado de assédio sexual por várias empregadas da Caixa. A informação foi divulgada no dia 28 de junho de 2022 pelo site Metrópoles. Em poucos minutos a notícia ganhou repercussão nacional, em especial na Câmara dos Deputados, onde vários parlamentares pediram em plenário a demissão do executivo.
Segundo a reportagem, no fim de 2021, um grupo de empregadas, ligadas ao gabinete da presidência da Caixa, rompeu o silêncio com uma denúncia, ao Ministério Público Federal (MPF), de assédios sexuais que vinham sofrendo. Desde então, o MPF toca as investigações em sigilo. Cinco das vítimas falaram à reportagem citada sob anonimato.
Nos testemunhos, elas contam que foram abusadas com toques em partes íntimas sem consentimento, falas e abordagens inconvenientes e convites desrespeitosos, por parte do então presidente da entidade. A maior parte dos relatos está ligada a atividades do programa Caixa Mais Brasil, realizadas em todo o país. Pelo programa, desde 2019, já ocorreram mais de 140 viagens, em que estavam Pedro Guimarães e equipe. Nesses eventos profissionais, todos ficavam no mesmo hotel, onde ocorriam os assédios.
No dia 29 de junho, Pedro Guimarães entregou ao presidente da República, Jair Bolsonaro, seu pedido de demissão da presidência da Caixa.
“Quando assumiu a presidência da Caixa, Daniella Marques prometeu apuração rígida e ágil. Mas, já se passaram quase 90 dias e, mesmo com as inúmeras denúncias, até o momento não houve desfecho das investigações”, disse o dirigente da Contraf-CUT, Rafael de Castro. “Será que vão querer imitar nosso digníssimo presidente da República e impor sigilo de 100 anos no processo? Ou estão esperando passar as eleições?”, questionou o dirigente, ao lembrar que Pedro Guimarães era braço direito de Bolsonaro.
Para a diretora executiva da Contraf-CUT, Eliana Brasil, a demora na resposta pode dar a impressão de que as denúncias ficarão impunes. “A demora na resposta faz com que a gente sinta cheiro de pizza. E tenho certeza que era justamente para se evitar esta impressão que, quando assumiu a presidência, a Daniella disse que haveria uma resposta rápida sobre o caso”, disse. “Agora, resta saber se ela realmente vai cumprir o que falou diante das câmeras da Globo para tentar apaziguar a situação naquele momento. A depender de sua atitude, vamos ver se ela realmente tem a intenção de defender as mulheres e lutar contra o assédio na Caixa”, completou.
Assédio sexual é crime!
O presidente da Fenae, Sergio Takemoto, lembra que, no Brasil, o assédio sexual é crime, definido no artigo 216-A do Código Penal, que prevê a pena de detenção de um a dois anos.
“Se apurada e comprovada a culpa, não se pode ‘passar a mão na cabeça’ somente porque trata-se de um ex-presidente do banco. Se é culpado, deve responder na Justiça comum pelo que fez, uma vez que o assédio sexual é um crime com pena prevista no Código Penal”, disse o presidente da Fenae. “Além disso, a legislação trabalhista também prevê indenização para reparação do dano causado às vítimas”, completou.
"Existe uma necessidade e preocupação urgente não só com as denúncias de assédio sexual e moral que saíram na mídia, mas também com a falta de punição aos responsáveis e, ainda, toda a institucionalização do assédio objetivadas em ferramentas de gestão. A naturalização de estruturas machistas deve ser confrontada e rompida para evitar violências em razão do gênero, independente de quem as tenha praticado ou do quanto isso pode prejudicar politicamente qualquer governo. Cobramos da direção da Caixa o combate a todo tipo de assédio de maneira firme e ágil, garantindo segurança para todas. Assédio é crime e não deve ser silenciado nunca”, acrescentou o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
Entenda o caso
Pedro Guimarães foi acusado de assédio sexual por várias empregadas da Caixa. A informação foi divulgada no dia 28 de junho de 2022 pelo site Metrópoles. Em poucos minutos a notícia ganhou repercussão nacional, em especial na Câmara dos Deputados, onde vários parlamentares pediram em plenário a demissão do executivo.
Segundo a reportagem, no fim de 2021, um grupo de empregadas, ligadas ao gabinete da presidência da Caixa, rompeu o silêncio com uma denúncia, ao Ministério Público Federal (MPF), de assédios sexuais que vinham sofrendo. Desde então, o MPF toca as investigações em sigilo. Cinco das vítimas falaram à reportagem citada sob anonimato.
Nos testemunhos, elas contam que foram abusadas com toques em partes íntimas sem consentimento, falas e abordagens inconvenientes e convites desrespeitosos, por parte do então presidente da entidade. A maior parte dos relatos está ligada a atividades do programa Caixa Mais Brasil, realizadas em todo o país. Pelo programa, desde 2019, já ocorreram mais de 140 viagens, em que estavam Pedro Guimarães e equipe. Nesses eventos profissionais, todos ficavam no mesmo hotel, onde ocorriam os assédios.
No dia 29 de junho, Pedro Guimarães entregou ao presidente da República, Jair Bolsonaro, seu pedido de demissão da presidência da Caixa.
SINDICALIZE-SE
MAIS NOTÍCIAS
- Campanha Nacional: conheça os eixos temáticos dos debates das conferências regionais e estaduais
- Inscrições abertas para o 2º Festival Nacional de Música Autoral da Contraf-CUT
- Conferência Livre de Mulheres Trabalhadoras da CUT-SP destaca desafios da autonomia econômica feminina no Brasil
- Saúde dos bancários em foco: Sindicato participa de seminário sobre NR-1
- Coletivo Nacional de Segurança Bancária debate propostas para reforçar a proteção nas agências
- Contraf-CUT, Fenaban e Ceert avançam nos debates para o 4º Censo da Diversidade
- Contraf-CUT reforça luta da categoria na 113ª Sessão da Conferência Internacional do Trabalho da OIT
- Sindicalistas das Américas e da Espanha denunciam ataques do Santander aos direitos dos bancários e às representações sindicais
- Dia Nacional de Luta mobilizará empregados por reajuste zero nas mensalidades e melhorias no Saúde Caixa
- Folga assiduidade: bancários têm até 31 de agosto para usufruí-la
- Banco do Brasil abre canal para tratar casos excepcionais de compensação de horas negativas da Covid-19
- COE Itaú cobra banco sobre fechamento de agências, metas do GERA e segurança nos espaços de negócios
- Sindicato convoca para assembleia que elegerá delegação à 17ª Plenária Estadual da CUT/SP
- Funcef inicia o prazo da prova de vida para os nascidos em junho
- OIT reconhece importância de combater a precarização do trabalho em plataformas digitais