18/05/2022

Presidente da Caixa continua fazendo "turismo às custas do povo”



O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, e uma equipe do banco terminaram, no último sábado (14/5), mais uma de suas viagens para troca de experiências sobre a concessão do microcrédito. Desta vez, a viagem foi para a Bogotá, capital da Colômbia. A comitiva já passou por Bangladesh, Quênia, México e Peru. Os próximos destinos são Ruanda, Tanzânia, Índia e Indonésia.

O programa de microcrédito é voltado para microempreendedores individuais (MEI) e para pessoas físicas. Segundo o banco, as viagens são importantes para que a Caixa desenvolva o modelo no país.

“O microcrédito é muito importante. É preciso incentivar os microempreendedores e pessoas físicas que precisam de recursos para manter suas fontes de renda. Mas, temos boas experiências neste segmento no país”, disse a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, se referindo aos programas de microcrédito desenvolvidos pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e pelo Banco da Amazônia (Basa). “Estas viagens são totalmente desnecessárias. O presidente da Caixa continua fazendo turismo às custas do povo brasileiro”, criticou.

O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Antônio Júlio Gonçalves Neto, acrescenta que desde 2019, quando assumiu o comando da Caixa, Guimarães tenta por meio de viagens se autopromover. Dados atualizados até dezembro do ano passado confirmam as andanças de Guimarães Brasil afora, e agora também fora do país. Só pelo Brasil foram mais de 202 viagens, que custaram aos cofres públicos R$ 2,75 milhões, apenas em passagens e diárias. 

"Pedro Guimarães parece ter tempo suficiente para viajar, mas estar sem tempo para proporcionar condições de trabalho adequadas para os empregados da Caixa. Enquanto realiza viagens internacionais, os trabalhadores adoecem, sobrecarregados, exauridos física e psicologicamente. Ele deveria visitar mais as unidades de trabalho para conhecer também a realidade diária dos empregados e empregadas e compartilhar as experiências sobre como é trabalhar com acúmulo de funções, defasagem de funcionários, metas abusivas e assédio moral", reforça o diretor. 

Crítica dos leitores

De acordo com matéria divulgada pelo jornal Correio Braziliense nas redes sociais, a viagem à Bogotá sofreu diversas críticas de leitores. “Gastando dinheiro público com turismo, igual a viagem a Israel com a comitiva gigante que não deu em nada, e depois colocou sigilo de cem anos”, disse um dos leitores. Outro disse: “Esse sujeito faz turismo às custas do povo, posando para fotos sem parar. Está igual ao genocida que o colocou. O pilantra deixará um rombo na Caixa para o povo pagar das tretas deles.” Um terceiro ressaltou os gastos desnecessários ao afirmar, “eu consigo me aprofundar com um clique no Google, tem um monte de artigos científicos disponíveis sobre o microcrédito na África.”

O programa Crediamigo, do BNB, também foi lembrado pelos leitores. “Mais barato se aprofundar na metodologia que é sucesso no Nordeste e é o maior programa de microcrédito do Brasil. #crediamigo”.

“O Banco do Nordeste já fez este estudo lá fora e tem um modelo bem sucedido e adaptado para o país. Sem dúvida é bom conhecer outras experiências, mas não há a necessidade de rodar o mundo como ele vem fazendo”, afirmou o Coordenador do Comitê em Defesa do Banco do Nordeste, Robson Araujo.

Experiência brasileira

O Banco do Nordeste lidera o financiamento a microempreendedores no país por meio do Crediamigo, o maior programa de microfinança urbana da América do Sul, com 2,4 milhões de clientes ativos, consagrando-se como líder no segmento, com a impactante marca de 50 milhões de operações contratadas, desde o início de sua criação, dado que traduz a importância do Crediamigo para o desenvolvimento econômico e social. Enquanto os empréstimos de curto prazo, destinados principalmente ao microcrédito urbano (Crediamigo), entre outros produtos, atingiram o valor de R$ 13,8 bilhões, com acréscimo de 2,8% em relação ao ano anterior, e representaram 33% do valor contratado no ano de 2021. O programa Crediamigo responde por 92,2% do volume total, com desembolso de R$ 12,7 bilhões de recursos aplicados em 4,2 milhões de operações de microcrédito urbano e que movimentaram a economia da Região, refletindo crescimento de 4,7% em relação a 2020.

No campo, o papel do Agroamigo, o programa de microcrédito rural do BNB terminou 2021 com a soma de R$ 3,39 bilhões aplicados, distribuídos em 589,7 mil operações, 16,89% a mais em termos de valores em relação a 2020. A carteira do Programa Agroamigo alcançou 1,4 milhão de clientes ativos, em que 73% estão no Semiárido – área prioritária de nossa atuação desenvolvimentista.
Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Catanduva

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