22/03/2022
Salários perdem para a inflação: seis de cada 10 acordos ficam abaixo do INPC
Os acordos salariais têm mantido a tendência de ficar abaixo da inflação, que por sua vez segue sua trajetória de alta. De 119 reajustes com data-base em fevereiro analisados pelo Dieese, 60,5% ficaram abaixo da variação acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor, o INPC do IBGE. Segundo os dados, preliminares, outros 15,1% tiveram índice equivalente ao da inflação e 24,4% conseguiram aumento real.
Já a variação real (média dos reajustes após descontada a inflação) segue negativa. Em fevereiro, ficou em -0,98%.
O Dieese aponta um “agravamento do quadro” após ligeira melhora em janeiro. O reajuste necessário para acordos com data-base em março subiu para 10,80%, ante 10,60% no mês anterior e 10,16% no primeiro mês de 2022. “A situação tende a piorar nos próximos meses, em função do impacto da guerra na Ucrânia sobre o preço dos combustíveis e da alimentação”, alerta o instituto.
Pisos superam salário mínimo em 13%
No total do primeiro bimestre, os resultados mostram algum equilíbrio. São 37% dos reajustes abaixo do INPC, 32% acima e 31% equivalentes à inflação. A variação média também é negativa: -0,48%.
A situação é um pouco melhor na indústria, setor em que 39% dos reajustes no bimestre tiveram ganho real e 34% empataram com a inflação. Nos serviços, os aumentos reais contemplaram 30%, enquanto 43% ficaram abaixo do INPC. No comércio, metade dos acordos equivaleram à inflação.
O valor médio dos pisos salariais registrados em acordos coletivos de fica, até agora, em R$ 1.370,84. Ou 13,1% acima do salário mínimo oficial (R$ 1.212).
> Confira aqui a íntegra do boletim do Dieese.
“As negociações estão cada vez mais difíceis e revelam a persistência de um quadro desfavorável para os trabalhadores, que começou a se agravar em outubro de 2020. A categoria bancária, no entanto, é uma das poucas que conseguiram reajustes salariais acima da inflação, graças a atuação dos sindicatos que negociaram o Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2022”, ressalta o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Roberto Vicentim.
“O calendário da Campanha Nacional deste ano já foi apresentado. Diante do contexto que estamos vivenciando, de constantes ataques à classe trabalhadora, já prevemos que não será uma tarefa fácil, sobretudo, pelas transformações causadas pela pandemia de covid-19 - que impactaram as relações de trabalho -, somadas às eleições presidenciais. Para que tenhamos mais uma vez uma Campanha vitoriosa, com a renovação do acordo coletivo e todas as suas cláusulas, manutenção do emprego e melhores condições de trabalho e vida, a organização e a mobilização de todos os trabalhadores são peças fundamentais. Manter nossa união e organização é fundamental para resistir na luta. Sem mobilização não há conquistas!”, alerta Vicentim.
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