10/09/2021
Com reajuste de 10,97%, acordo dos bancários põe R$ 16 bi na economia
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) estima que o a Campanha Salarial dos Bancários 2021 injetará aproximadamente R$ 15,920 bilhões na economia do país. A estimativa do impacto econômico, elaboradas com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2019 e nos balanços dos bancos, realizada pelo Dieese, considera o reajuste nos salários, benefícios e a totalidade da Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR).
O reajuste conquistado pela categoria bancária neste ano foi negociado na campanha salarial de 2020. O acordo previa aumento real de 0,5% (INPC + 0,5%), ou seja, 10,97% de aumento. Considerando apenas os salários, a campanha injetará cerca de R$ 6,440 bilhões na economia brasileira ao ano.
“Nossa Convenção Coletiva de Trabalho é nacional, abrange todos os estados do país. Isso significa que os trabalhadores têm os mesmos direitos e terão os mesmos reajustes em São Paulo e no Rio de Janeiro do que os que foram concedidos em qualquer outra localidade”, observou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. “Foi importante termos feito no ano passado um acordo de dois anos. Foi isso que nos garantiu o aumento real neste ano, quando a grande maioria dos trabalhadores não conseguiu negociar reajustes acima da inflação e vai amargar perdas salariais. Imagina o quanto seria injetado na economia se todas as categorias obtivessem aumento real! Por isso, lutamos por reajustes para toda a classe trabalhadora. Todos os trabalhadores precisam que os reajustes reponham a inflação e lhes garanta ganhos reais”, disse Juvandia.
Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Roberto Carlos Vicentim, o reajuste salarial da categoria é resultado direto da unidade e mobilização dos trabalhadores junto as suas entidades representativas.
"Nossa categoria tem conseguido aumento acima da inflação. Esses ganhos, sobretudo o aumento real, contribuem, e muito, para fazer o país crescer, fomentando o desenvolvimento econômico com distribuição de renda, e reforça a importância da classe trabalhadora e de nossas lutas, sobretudo neste momento em que enfretamos uma grave crise econômica. Por tudo isso, a conquista dos bancários não beneficia somente a categoria. Ela tem efeitos positivos sobre todo o conjunto dos trabalhadores e a economia brasileira. Imaginem que sem a nossa Campanha e o acordo de 2 anos que possibilitou esse reajuste, estes bilhões ficariam concentrados no bolso dos banqueiros. A nossa luta injeta bilhões nos setores da indústria, comércio e serviços desenvolvendo, desconcentrando e gerando empregos", acrescenta Vicentim.
A presidenta da Contraf-CUT também ressaltou que a negociação antecipada, realizada em 2020, mostrou-se assertiva frente à alta escalada da inflação nos últimos meses. “Para nós, é motivo de comemoração, pois teremos reajuste com aumento real neste ano. No caso dos trabalhadores de bancos públicos, talvez sejam os únicos entre as empresas públicas a conquistarem aumento acima da inflação. Que bom seria se todos tivessem essa conquista, mas isso somente é possível com um governo que invista. Somente com investimento do Estado a economia voltará a crescer e poderá gerar empregos e os reajustes possam superar a imflação”, disse.
PLR e tíquetes
Em âmbito nacional, a Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR) da categoria bancária injetará por volta de R$ 8,439 bilhões na economia até março de 2022, sendo que, deste total, R$ 3,867 bilhões serão injetados na antecipação da PLR até o final de setembro de 2021.
Já o reajuste de 10,97% nos auxílios alimentação e refeição da categoria colocarão um adicional de R$ 1,040 bilhão no período de um ano. Isso ajuda mercados, bares e restaurantes, enfim, o setor de comércio, que precisa desta injeção neste momento.
Campanha “histórica” – relembre
Como as coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Ivone Silva e Juvandia Moreira, avaliaram o acordo celebrado no ano passado, no auge da pandemia, com validade até 31 de agosto do anos que vem.
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