13/05/2021

Sindicato participa de reunião do Coletivo Estadual de dirigentes sindicais do Santander



O Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, representado pelo diretor Luiz Eduardo Campolungo, participou na quarta-feira (12) de reunião virtual ampliada com o Coletivo Estadual dos dirigentes sindicais do Santander.

O encontro debateu o balanço do banco referente ao primeiro trimestre deste ano, e contou com análise detalhada do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).

Em meio à maior crise sanitária e econômica vivenciada pelo país, o Santander bateu recorde de lucratividade trimestral do banco desde 2010, R$ 4,012 bilhões.

“Enquanto a economia sofre retração no Brasil e no mundo, os bancos continuam lucrando como nenhum outro setor. Contribuímos com 21% do lucro global do Santander, ficando atrás apenas dos EUA. Isso, porque bancos e empresas americanas receberam socorro financeiro do Banco Central para amenizar os efeitos da crise. Mesmo representando essa enorme parcela do lucro, os funcionários brasileiros seguem sendo explorados e desrespeitados”, ressaltou o diretor do Sindicato, Luiz Eduardo Campolungo.

Se por um lado o balanço demonstrou o aumento da inadimplência, muito se deve à redução das políticas sociais, como o auxílio emergencial que, com um valor irrisório, fez com que grande parte da população desempregada e desalentada se endividasse para sobreviver.

Outro ponto debatido pelos dirigentes sindicais foi a redução da Despesa Pessoal, que diminuiu com a transferência dos custos, antes do banco, para os funcionários em home office. O banco firmou acordos com bancários espanhóis, garantindo condições a esses trabalhadores, mas no Brasil segue intransigente, negando-se a negociar incentivo financeiro para a manutenção do teletrabalho.

“Essa situação tem gerado enormes prejuízos à categoria. Muitos funcionários não possuem equipamentos pessoais compatíveis com as exigências técnicas dos sistemas do banco, impossibilitando-os muitas vezes de realizar suas funções, sofrendo penalidades. O Santander se isenta de uma responsabilidade que é sua para lucrar ainda mais com a exploração dos bancários, justamente os maiores responsáveis pelo excelente resultado do banco’, denuncia Eduardo.

Os dirigentes sindicais debateram, ainda, sobre o termo de compensação de horas aos finais de semana e feriados e o banco de horas extras negativo, imposto pelo banco a todos os trabalhadores que registram jornada sem a participação dos sindicatos, desrespeitando o vasto histórico de negociação coletiva da categoria bancária brasileira. Acordos esses que resultaram em perdas de direitos para os trabalhadores. Uma nova reunião será marcada com a direção do Santander para cobrar do banco uma resolução positiva para os funcionários.

“Em um momento grave da pandemia, com mais de três mil mortes diárias, UTIs lotadas, o Santander não flexibiliza na negociação e não faz contraproposta. Estes bancários só estão acumulando horas negativas pelo fato de o Santander não oferecer alternativa para execução dos serviços em home office. É responsabilidade do empregador que estes trabalhadores tenham condições reais de compensar essas horas”, afirmou o diretor.

Outro ponto abordado foi o que o banco denomina de Personal Banker, o uber dos bancários. Muitos ex-funcionários estão sendo chamados a vender produtos de maneira terceirizada, contribuindo com o aumento da lucratividade e das demissões de trabalhadores CLT. Há ainda o chamado Influenciador 5.0, sistema que, além de cobrar o bancário sobre suas metas, expõem os “gastos” obtidos pelo banco com o funcionário, mais uma forma inventada pelo Santander para pressionar o trabalhador.

“Inúmeros são os ataques que a categoria e as entidades sindicais vêm sofrendo contra seus direitos. É lamentável que um banco que bate recordes de lucratividade insista em demitir e explorar. O Sindicato reforça à direção do Santander Brasil sua cobrança por responsabilidade social e respeito aos funcionários que tanto se dedicam e à população que paga tarifas e juros extorsivos, mesmo severamente impactada pela pandemia”, concluiu o diretor.
Fonte: Seeb Catanduva

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