06/05/2021

Na pandemia e com lucro crescente, banco Itaú massacra bancários com metas



 
Mesmo em meio à uma pandemia e com lucro de 6,4 bilhões no primeiro trimestre de 2021 - alta de 63,5% em relação ao mesmo período do ano passado e de 18,7% na comparação com o trimestre anterior - o Itaú segue massacrando os bancários com metas abusivas. De acordo com relatos dos trabalhadores, maio começou com muitas cobranças e aumento das metas. 

Itaú lucra R$ 6,4 bilhões no primeiro trimestre de 2021

Em reuniões com gerentes regionais, realizadas nesta semana, foi cobrado que não poderia haver nenhum produto zerado no Gera; atuação no VAI, com ligações efetivas (que resultam em venda); percentuais acima de 30% nos itens renegociação e crédito, na primeira semana; e mensuração de números específicos para PIC e seguro de cartão. Em maio, houve ainda aumento por volta de 17% no equilíbrio de contas (créditos), 10% no item sorte (PIC), e 12% em proteção (seguros). 

O bancário tem 22 dias úteis para cumprir as metas, mas o mês já começou com uma pressão absurda. O VAI virou um instrumento de tortura, uma vez que os clientes já não atendem mais as ligações. 

Também são cobradas ligações efetivas nas agências, um ambiente no qual o bancário precisa ainda atender os clientes, telefones, entre outros afazeres. O Itaú justifica a cobrança com a alegação de que houve uma diminuição no fluxo de clientes. 

Além disso, no item renegociação, os bancários que atingem a meta são “premiados” com aumento por volta de 25% na meta do mês seguinte. 

O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Sérgio Luís de Castro Ribeiro, defende que a rotina de uma agência não pode ser mensurada por ‘diminuição de fluxo’. Os bancários estão indo trabalhar com medo, expostos ao vírus. O cenário geral é de incerteza e grave crise econômica.

"As metas abusivas sempre foram um problema no setor financeiro, e as entidades representativas sempre atuaram tentando combater o problema. Mas, o Itaú está passando dos limites. Não bastassem as demissões que estão ocorrendo em todo o país, pressionar os trabalhadores desta forma é uma tortura psicológica. E isso em plena pandemia de coronavírus, momento em que a comercialização de produtos bancários está muito mais difícil. O compromisso de cobrar com razoabilidade já não atendia nossa reivindicação, mas nem isso o Itaú tem feito. Bom senso está bem longe das práticas de gestão que observamos no banco. A vida vale mais que o lucro e cobramos do Itaú respeito aos trabalhadores", ressalta o diretor.

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Fonte: Seeb SP, com edição de Seeb Catanduva

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