03/02/2021
Em meio a demissões em massa e fechamento de agências, banco lucra R$ 13,849 bi em 2020
O Santander teve um lucro líquido gerencial de R$ 13,849 bilhões em 2020, em pleno cenário de pandemia, desemprego e grave crise econômica. No ano passado, mesmo com o compromisso firmado com o movimento sindical de não demitir durante a crise sanitária e social causada pelo novo coronavírus, o banco espanhol fechou 3.220 postos de trabalho e 175 agências em todo o país. Somente entre o início de abril e dezembro, foram 2.593 postos de trabalho e 106 agências fechadas.
Em meio a uma das maiores recessões econômicas das últimas décadas (a projeção para o PIB brasileiro em 2020 é de uma retração de 4,41%), na sanha por lucros estratosféricos, o Santander deu de ombros para a sua responsabilidade social no país que responde pela maior fatia global do lucro mundial do banco e só fez engordar o número de desempregados brasileiros, que atingiu 14,1 milhões no trimestre de agosto a outubro do ano passado, de acordo com a Pnad do IBGE.
Em 2020, o banco espanhol lucrou R$ 18,464 bilhões apenas com tarifas e prestação de serviços, o suficiente para cobrir 204,4% da despesa com pessoal (remuneração dos bancários + encargos + benefícios e PLR), que totalizou R$ R$ 9,035 bilhões no ano passado (uma queda de 4,9% na comparação com 2019). Sobre as despesas administrativas, que somaram R$ 12,8 bilhões em 2020, o lucro com tarifas cobriu 144,3% deste montante.
Em 2019, o Santander lucrou R$ 18,684 bilhões com tarifas, 198,6% suficiente para cobrir os gastos de R$ 9,496 bilhões com despesa de pessoal.
“O lucro do Santander no Brasil, obtido à custa de demissões em massa, da pressão contínua por metas sobre os trabalhadores e de tarifas exorbitantes cobradas dos clientes, é um disparate ante um cenário de recessão econômica brasileira e mundial”, critica Rita Berlofa, presidenta da UNI Finanças Mundial e bancária do Santander.
“Apenas o arrecadado pelo banco com tarifas cobre mais do que duas vezes a folha de pagamento do pessoal, considerando salários e benefícios, o que é imoral. Em um momento como este, o banco, que deveria ter o mínimo de responsabilidade social com o Brasil, onde afere seu lucro e depois manda para fora daqui, tem uma postura inaceitável, irresponsável e cruel de demissão em massa de trabalhadores e trabalhadoras, a maioria pais e mães de família”, acrecenta a dirigente.
“Além de demitir em massa em plena pandemia e de não cumprir acordos com o movimento sindical, o Santander vai na contramão do mundo todo, exigindo que a maioria de seus funcionários no Brasil esteja presencialmente nos locais de trabalho, um risco à saúde e à segurança de todos. E mesmo com um cenário adverso, de pressão por metas, assédio, insegurança, são estes bancários que contribuem para a maior parte do lucro do Santander. E são eles, juntamente com os clientes e com toda a sociedade brasileira, que deveriam ter a maior atenção do banco”, afirma Rita.
SINDICALIZE-SE
MAIS NOTÍCIAS
- Decisão sobre a adequação da meta atuarial da Funcef é adiada
- Vitória da construção: G20 histórico abraça pautas do G20 Social
- Eleição da ANABB termina hoje (22). Confira os candidatos apoiados pelo Sindicato e Contraf-CUT
- 24 anos de privatização do Banespa: luta segue para preservar direitos e conquistas dos banespianos
- Campanha 21 Dias de Ativismo reforça luta pelo fim da violência contra a mulher
- Conselho Deliberativo da Funcef vai votar adequação da meta atuarial nesta quinta-feira (21)
- Em defesa do Saúde Caixa viável e sustentável, empregados cobram fim do teto de 6,5% e medidas de prevenção
- Sindicato e Fetec-CUT/SP debatem conjuntura e perspectivas para a categoria bancária
- Fim da escala 6x1 é tema de debate do Coletivo Nacional de Relações do Trabalho da Contraf-CUT
- Alô, associado! Venha curtir o feriado de quarta-feira (20) no Clube dos Bancários
- Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra é conquista dos movimentos sociais
- Agências não terão expediente bancário nesta quarta-feira (20), Dia da Consciência Negra e Zumbi de Palmares
- Organização do trabalho nos bancos leva a adoecimento mental da categoria
- Caixa: Representação dos empregados entrega contraproposta para caixas e tesoureiros
- O sangue dos ancestrais negros continua a ser derramado, agora pelas ações policiais