08/12/2020
Abuso: Santander reajusta convênio médico para aposentados e ativos; Sindicato contesta
O Santander anunciou um reajuste nos convênios médicos SulAmérica e Unimed em 17% para funcionários da ativa e aposentados. Todavia, o banco não aplicou o percentual na data-base (novembro) e agora decidiu cobrar o mês passado e dezembro dos aposentados, totalizando um abusivo aumento de 32%. Segundo a coordenadora da COE, Lucimara Malaquias, os aposentados receberam um comunicado e o boleto reajustado no mesmo dia.
“Tanto as operadoras dos planos de saúde quanto o banco tinham totais condições de informar e aplicar o reajuste na data correta. Quem cobra errado ou deixa de fazê-lo não pode somar as cobranças, o que configura abuso. Reivindicamos que o banco reveja imediatamente os descontos aplicados aos aposentados, mas ainda não obtevemos retorno por parte do Santander”.
Os trabalhadores da ativa também foram informados do aumento de 17% com data-base em novembro, mas o Santander ainda não disse se o reajuste terá a soma dos percentuais de novembro e dezembro.
O reajuste dos planos de saúde é baseado na inflação médica - muito maior que os índices oficiais de inflação - do período mais a sinistralidade destes planos. Há anos que o movimento sindical cobra que o aumento não seja repassado na totalidade para os trabalhadores.
“O banco alega que já arca com uma parte considerável do convênio, mas ele poderia fazer muito mais. Considerando que estamos em meio a uma crise sanitária e econômica, fica impraticável arcar com um aumento abusivo destes, pois o reajuste da categoria bancária este ano não repôs sequer a inflação”, acrescenta a coordenadora da COE, lembrando que os bancos continuam lucrando bilhões mesmo em meio à pandemia.
"Além da cobrança abusiva, o Santander desrespeita seus trabalhadores com a falta de respostas às entidades representativas. “O aumento imposto pelo Santander configura uma afronta ao trabalhador que adoece cada dia mais em consequência do assédio moral, pressão pelo cumprimento de metas abusivas e da sobrecarga de trabalho, que aumentou após o banco deflagrar um processo de demissão em massa. A falta de informações, de negociação com a categoria e de uma solução para a questão é um desrespeito com os funcionários que seguem colocando suas vidas em risco para atender a população e também com o movimento sindical. É um abuso total!", reforça o secretario geral do Sindicato, Júlio César Trigo.
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