02/12/2020
Entidades cobram explicações sobre onda de reestruturação e desocupação de imóveis
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), representando o Sindicato, enviou na última sexta-feira (27), ofício ao presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, solicitando explicações sobre a onda de reestruturação e desocupação de prédios e salas do banco público, além de esclarecimentos quanto aos empregados atingidos, bem como que haja negociação com as entidades sindicais representativas para a melhor solução e acolhimento das empregadas e dos empregados envolvidos nesta decisão.
Assinado pela presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, e pela coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, o documento ainda ressalta os protestos e discordância da entidade nacional dos bancários quanto a não renovação de aluguéis de imóveis onde se encontram inúmeras unidades da Caixa, com o deslocamento dos empregados cujas lotações físicas se dão nos respectivos prédios e salas, sem o devido aviso prévio.
Entenda
Uma reestruturação pegou os empregados da Caixa de surpresa no início desta semana. Cerca de 170 imóveis não terão seus aluguéis renovados e outros prédios serão vendidos. Como consequência, muitos empregados chegaram para trabalhar já com o aviso de mudança, sem saber para onde seriam transferidos. A medida, feita sem negociação com os trabalhadores, causou pânico e insegurança entre os empregados que foram atingidos, muitos temem que a mudança possa interferir na vida funcional e nas remunerações.
A mudança ocorre mais uma vez sem planejamento da direção da Caixa. Os empregados estão perdidos e correm o risco de serem transferidos para outras cidades e de perderem suas funções, faltando poucos dias para o fim do ano.
As mudanças estariam ligadas as áreas da vice-presidência Rede de Varejo (Vired), vice-presidência Tecnologia e Digital (Vitec), vice-presidência Logística e Operações (Vilop). Gerências como de tecnologia (Gitec), de logística (Gilog), de segurança (Giseg) e de Alienação de Bens Móveis e Imóveis (Gilie), teriam as filiais extintas e parte de suas atividades seriam transferidas para centralizadoras que seriam criadas.
“É lamentável ver a direção da Caixa fazendo mudanças de forma brusca, sem aviso prévio e nem diálogo com os empregados nem com seus representantes sindicais. A insegurança está instalada nos locais de trabalho, visto que os funcionários são pegos de surpresa, sem saber como ficam as alterações na vida funcional e em suas remunerações. Por isso, solicitamos esclarecimentos e discussão sobre um possível processo de reestruturação em curso”, afirmou Juvandia.
No documento, a Contraf-CUT ressalta que a forma abrupta como a Caixa comunicou os deslocamentos ocasionou pânico e insegurança nos empregados atingidos, que temem alterações significativas na vida funcional e em suas remunerações. As entidades sindicais receberam denúncia quanto a não renovação do contrato de locação de 170 imóveis e a venda de alguns próprios.
“O que nos deixa estarrecidos é que o banco não fez planejamento, discussão, nada. Isso prejudicará as condições de trabalho dos empregados e ampliará a aglomeração nas agências, no momento de aumento da Covid-19, visto que os locais de trabalho estão sendo extinguidos”, ressaltou Fabiana. “Tais medidas são realizadas pela vice-presidência de logística da Caixa, que quer mostrar serviço, visto que comandará futuramente o banco digital. Temos que intensificar nossos protestos e mostrar nossa indignação. Não deixaremos a direção da Caixa em paz”, acescentou abiana.
"Novamente o que constatamos com a medida, imposta de maneira abrupta e sem nenhum tipo de negociação prévia com os empregados, é o total desrespeito da direção da Caixa com os seus trabalhadores. Não tivemos nenhum tipo de informação oficial sobre o que está acontecendo, nem sabemos em quais circunstâncias serão realocados os trabalhadores das unidades fechadas. Esse processo está acarretando ainda mais pânico e insegurança entre os empregados, que já estão sobrecarregados com a alta demanda de trabalho e falta de funcionários nas agências, sem contar o medo daqueles que permanecem na linha de frente de contrair o Covid-19, sobretudo neste momento em que há uma segunda onda da pandemia no país. Na contramão, a direção Caixa mais uma vez coloca saúde dos trabalhadores e população em risco ao promover uma aglomeração nas agências. Nós temos um Acordo Coletivo que prevê a negociação com a categoria antes de mudanças como essas. Reivindicamos que haja um processo de debate com a representação dos trabalhadores e a garantia de acolhimento dos empregados envolvidos nesse processo", reforça o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
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