30/11/2020
“Virou um inferno!” Aplicativos geram mais metas e transtornos para os bancários
Gestores do Santander estão obrigando os bancários a instalarem em seus celulares particulares os aplicativos WhatsApp business, para cobranças e alavancagem de produtos, e o chamado “Skore” ou “Performe-se”, sobre seguros.
Além do assédio para a instalação desses aplicativos, os bancários que já o fizeram reclamam que têm de salvar os telefones dos clientes nos seus celulares. Também relatam que muitos clientes não respeitam o horário bancário e ligam ou mandam mensagens fora do expediente, à noite, aos finais de semana e feriados.
Além disso, os bancários têm de usar seus pacotes particulares de dados para serem cobrados por clientes e gestores a todo o momento. Os acordos coletivos de trabalho dos bancários vedam a cobrança por mensagens no telefone particular fora do horário de expediente.
Como o banco demitiu este ano milhares de trabalhadores mesmo durante a pandemia, o que já era ruim se tornou insuportável. Os bancários que já trabalhavam por dois ou três trabalhadores e sofriam assédio para bater metas, agora têm mais metas de aplicativos para dar conta.
Os relatos que chegam ao representantes dos trabalhadores constatam a situação: “Virou um inferno”; "Meta de mensagens das 8h30 às 21h”; “Temos que dar conta de mais e mais atividades” são algumas das críticas dos trabalhadores.
A pressão por resultados e o ritmo de cobrança imposto pelo Santander está adoencendo os trabalhadores. O ambiente de trabalho está se tornando um lugar hostil. "O Sindicato cobra do Santander o fim do assédio e das cobranças abusivas, além do respeito à jornada de trabalho. O Santander acha pouco estar descumprindo o compromisso de não demitir durante a pandemia de Covid-19 e quer sobrecarregar ainda mais os bancários com metas abusivas e extrapolação da carga horária. Basta de colocar o lucro a frente da saúde dos trabalhadores", ressalta o diretor do Sindicato, Luiz Eduardo Campolungo.
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