27/11/2020
Contraf-CUT e Sindicato repudiam charge do jornal A Tarde sobre empregados da Caixa
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) manifesta seu repúdio à charge divulgada pelo jornal A Tarde, periódico que circula no estado da Bahia, na edição de quarta-feira (25), na qual compara os empregados da Caixa Econômica Federal a um bicho preguiça.
“A charge não representa os bancários da Caixa e sim o preconceito do grupo do jornal A Tarde não só em relação aos empregados do serviço público, mas também em relação à população mais vulnerável que, sem outra alternativa, precisa buscar o auxílio emergencial, dado à gravidade do momento de crise causada pela pandemia da Covid-19, se expondo, inclusive ao risco de contaminação. É lamentável nos depararmos com uma visão tão pequena da realidade do nosso país”, destacou Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
Para a Contraf-CUT a comparação preconceituosa não condiz com a realidade dos trabalhadores e trabalhadoras da Caixa, que vêm se dedicando intensamente para atender a população e fazem parte da linha de frente contra a pandemia, sem o reconhecimento da sociedade como outras categorias, que se expõem bravamente diariamente ao vírus desde que a pandemia se iniciou.
O Sindicato dos Bancários de Catanduva e região também repudia a analogia utilizada de maneira extremamente ofensiva pelo jornal, e reforça sua solidariedade e apoio aqueles que têm se mostrado cada vez mais essenciais, por meio do trabalho desempenhado, para o Brasil seguir em frente.
"O jornal se esquece de tratar daquilo que realmente requer a atenção da sociedade e é digno de espaço em veículos de comunicação: denunciar a difícil rotina a que esses trabalhadores estão sendo expostos, com a precarização das condições de trabalho, extrapolação de jornada, pressão, cobranças por metas abusivas, além da exposição à contaminação por conta das aglomerações nas agências por todo o país. E que, apesar das dificuldades, os empregados não têm medido esforços, inclusive com trabalho aos finais de semana, para garantir que nossa população tenha condições de sobrevivência durante o período de pandemia. Mesmo com esses ataques - seja por conta de quem desconhece a importância do funcionalismo e da dedicação destes trabalhadores para cuidar do que é de todos ou de um governo que mira na privatização e busca o desmantelamento das instituições públicas a qualquer custo - os empregados já atenderam mais da metade da população brasileira, demonstrando ser a Caixa imprescindível e primordial em seu papel social. Defender a Caixa passa também pelo reconhecimento e valorização de seus empregados", ressalta o diretor do Sindicato, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
As entidades representativas lamentam a forma como a ilustração apresenta os empregados da Caixa, sendo retratados de forma mentirosa e desrespeitosa, num momento em que prestam um serviço essencial à população, arriscando suas vidas e de seus familiares, para atender milhões de brasileiros e brasileiras.
Segundo dados divulgados pela Dataprev, aproximadamente 58% dos cidadãos do país – 124,2 milhões de pessoas – estão sendo beneficiados direta ou indiretamente.
Segundo Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa e secretária de Cultura da Contraf-CUT os trabalhadores que estão na linha de frente, neste momento tão crítico, devem ser respeitados. “Esperamos que o jornal A Tarde se retrate. Graças aos empregados da Caixa, trabalhadores informais, microempreendedores individuais, autônomos, desempregados e a população de baixa renda estão recebendo regularmente o Auxílio Emergencial. Sabemos que o grande causador destas imensas filas não é o funcionário do banco público, mas sim o Governo Federal, que concentrou os pagamentos na Caixa, eximindo as demais instituições financeiras de exercerem um necessário papel social e imprescindível neste momento de grave crise”, disse Fabiana, que ainda citou os problemas do sistema de cadastro para recebimento do auxílio e o próprio sistema do banco como responsáveis pela fila.
Vale ressaltar também que o Auxílio Emergencial é fruto de uma intensa pressão política e social, já que o atual governo propôs o pagamento de apenas R$ 200, limitado a trabalhadores informais. Mesmo após a proposta de R$ 600 ser aprovada no Congresso, houve uma demora de quase um mês entre o início das medidas de distanciamento social, em março, e os primeiros pagamentos.
As aglomerações e o tempo de atendimento também poderiam ser menores, caso a Caixa não tivesse enfrentando redução do número de agências e fechamento de postos de trabalho.
Contudo, a Contraf-CUT e o Sindicato se solidarizam com todos os empregados da Caixa, visto que mesmo sobrecarregados, continuam prestando um excelente serviço à sociedade, arriscando suas vidas e de seus familiares. É extremamente ofensivo que o compromisso com a sociedade vulnerável seja tratado com tanto desprezo ridicularizando pessoalmente cada empregado.
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