15/10/2020

Você conhece os porquês de não migrar para Plano CD do Banesprev? Confira aqui!

Muitos se perguntam o que acontece com o Banesprev que parece trabalhar contra os participantes. A explicação é simples. Tempos atrás, o fundo de pensão era modelo de governança corporativa e tinha diretores indicados que – mesmo seguindo as orientações do seu patrocinador, o Santander – prezavam pela democracia, pelo respeito, seguiam rigorosamente as normas publicadas, regulamentos, estatutos, sempre com o objetivo final de pagar os benefícios aos participantes.

Hoje, os indicados seguem a linha mais dura do banco, que é a retirada de direitos a qualquer preço. Passaram por cima de acordos coletivos, do Estatuto, regulamentos, normas da Previc, tudo com o objetivo de criar o novo Plano de Contribuição Definida sem negociar com os representantes. Neste momento, se esforça para vendê-lo, usando todas as ferramentas disponíveis: telefone, sms, e vídeos no Youtube. A tentativa é, ao menos, torná-lo palatável, aceitável.

Muitos associados questionaram sobre esta pressão para migrar de plano. Perguntaram se não seria viável ingressar com processo contra o Banesprev. No entanto, o Jurídico da entidade analisou a questão e não considera assédio tentar convencer os banespianos.

A orientação a quem se sentir incomodado é que ligue na ouvidoria da Previc e registre que está sendo assediado. Além disso, os colegas também podem mandar suas queixas para o Jurídico da Afubesp. O email é juridico@afubesp.com.br.

Agora, a associação usa a mesma didática aplicada em uma animação disponível no canal do Banesprev para elucidar os pontos que o fundo de pensão “esqueceu” de contar em seu vídeo.

Bom para o banco

O Plano CD é mais seguro para o Santander e o mais praticado atualmente pelas empresas que pensam mais em seus lucros do que em seus participantes.

Nele, o valor do benefício recebido na sua aposentadoria é calculado a partir da reserva matemática individual de migração do participante e permanecerá guardado em uma conta exclusiva para ele.

As opções para receber o benefício durante a aposentadoria, neste caso, vão variar de acordo com o prazo que você escolher para receber (não é vitalício, o valor pode acabar no momento mais frágil da sua vida), percentual e valor (se optar receber uma complementação alta, vai esgotar seu dinheiro em menos tempo; se quiser receber pouco, não vai conseguir arcar com a Cabesp, por exemplo).

Lembre-se que não haverá mais reajustes fixos anuais e o benefício mensal sofrerá a volatilidade do mercado financeiro, podendo aumentar ou diminuir conforme o resultado dos investimentos.  Mesmo com essa instabilidade, a contribuição para a Cabesp continuará sendo reajustada.

Apenas os planos BD, que são de benefício definido, estão recebendo esta proposta criada pelo Santander dentro do Banesprev. São eles: Plano I, Plano II, Plano V e Pré-75, as caixinhas (DCA, DAB, Caciban) e Sanprev 1. Nesses, os participantes e assistidos não possuem reserva matemática individual, pois o patrimônio do plano é coletivo, ou seja, eles têm regime mutualista.

Segundo o dicionário Oxford, “mutualismo é o sistema que se baseia na entidade mútua, na contribuição de todos para benefício individual de cada um dos contribuintes”.

De forma aplicada no universo previdenciário, isso quer dizer que todos contribuem para a formação de uma reserva única e ao conquistar a aposentadoria todos irão receber até o fim de suas vidas a complementação de acordo com o que contribuíram enquanto na ativa. No caso de morte, o valor passa a ser recebido pelo companheiro ou companheira, se não tiver, nada há a ser resgatado.

Já no Plano CD, todo o dinheiro acumulado é individual e, quando ocorre o falecimento precoce, ele será destinado ao beneficiário ou à pessoa indicada pelo participante (herança). Mas, atenção! Dificilmente irá sobrar algum dinheiro para herdeiro, a menos que o aposentado morra muito cedo.

Pelo contrário, a tendência é que a reserva acabe antes da pessoa falecer. Outra característica do Plano CD é que, ao migrar, assistido pode receber 25% da sua reserva antecipadamente (em até 6 vezes). Porém, não se esqueça que, se escolher resgatar, incidirá Imposto de Renda de 27,5% sobre o valor, além de impactar fortemente a quantia recebida por mês como complementação. Ela passará a ser menor ou terá um prazo curto, podendo a pessoa ficar sem dinheiro no momento que mais precisará.

A migração é voluntária! Por isso é importante que você conheça todos os detalhes do novo Plano CD Banesprev antes de tomar sua decisão. Ao conhecer, a probabilidade de não assinar o termo é enorme, porque ela representa prejuízos de direitos e valores.

Esta já é a conclusão de várias pessoas que escrevem nas redes sociais das entidades de representação. Um desses comentários é digno de ser publicado aqui: “Contratamos o Plano “Benefício Definido” – então não tem que mudar nada – é só continuar como está. Essa balela do Santander não cola. O Banco não respeita nem os trabalhadores ativos e nem os aposentados, só pensam no lucro e tirar o dele das obrigações”, comentou um banespiano.

Ele continuou: “Ainda tem um item (no termo de migração) que quem optar não tem a possibilidade de voltar atrás. É só pensar um pouquinho, se fosse bom, maravilhoso como estão papagueando não teria esta restrição. Também estão colocando estimativa de vida das pessoas para não aparecer a miséria que vai ficar para nós ou até dívidas para os nossos dependentes. Deixar herança? Contem outra piada, essa não teve graça!”, completa.

Importante ressaltar que Plano I, Pré-75 e Plano V têm garantias de não retirada de patrocínio, pois o Santander é o único responsável por pagar benefícios e sanar déficits. Estes não deveriam nem cogitar fazer a migração, pois provavelmente teriam diminuição dos benefícios mensais.
Fonte: Afubesp, com edição de Seeb Catanduva

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