24/09/2020

Bancários de todo o país protestam contra demissões e terceirizações no Santander



Sindicatos dos Bancários de todo o país realizam protestos nesta quinta-feira (24) contra as demissões realizadas pelo banco Santander. Entre as atividades, foi realizado um tuitaço, com início às 12h, com as hashtags #SantanderPareAsDemissões e #SantanderNãoTerceirize.

“O Santander serve de mau exemplo para outros bancos. Não bastasse as demissões pelo não cumprimento de metas, em plena pandemia, agora o banco passou a demitir gestantes e departamentos inteiros estão sendo substituídos por terceirizados”, disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco, Mario Raia. “Outros bancos já começaram a seguir esse mau exemplo. Todos os trabalhadores da categoria são afetados pela ‘fúria espanhola’. Temos que unir toda a categoria para barrar estas medidas e evitar que elas se generalizem”, completou.

O Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região vem há tempos denunciando as arbitrariedades do banco. Em recente matéria divulgada no site e redes sociais, a entidade relatou o quanto a irresponsabilidade do banco espanhol continua comprometendo a vida e a saúde física e mental dos seus funcionários. 

Diante desse quadro de exploração e desrespeito, o Sindicato tem buscado abrir um canal de diálogo com representantes do banco para cobrar o fim das demissões e do assédio moral, e melhores condições de trabalho. “O Santander ignora completamente sua responsabilidade social e criou uma realidade paralela, sem levar em consideração a crise socioeconômica que o país está vivendo. Quando em sua publicidade pergunta ´o que a gente pode fazer por você hoje?´, os trabalhadores conhecem a resposta: respeitar seus funcionários. Estamos acompanhando de perto a situação nas agências de nossa base, mas é fundamental também que os bancários denunciem os abusos e arbitrariedades através de nossos canais para que possamos tomar todas as medidas cabíveis”, reforça o diretor Luiz César de Freitas (o Alemão).

Demissões por telefone

Numa total falta de respeito com seus funcionários, o banco tem feito demissões por telefone ou com convocações para que os bancários compareçam à sede para trocar seus notebooks, e os surpreende com a demissão quando chegam.

“Tanto no Rio, quanto em São Paulo, as demissões também são constantes e confirmam as demissões em massa que vínhamos denunciando desde junho”, afirmou a coordenadora da COE, Lucimara Malaquias.

Terceirização do call center

Há meses, em meio à pandemia de Covid-19, o Santander vem alterando funções e o trabalho em diversas áreas do call center. São mudanças estruturais tanto no Vila Santander, em São Paulo, quanto no call center do Rio de Janeiro. Em paralelo, o banco vem implementando uma mega operação terceirizada de call center em Novo Hamburgo (RS), que já conta com 150 trabalhadores terceirizados.

“O banco não tem nenhuma transparência nos seus processos. Decide e implementa mudanças deixando os funcionários sem qualquer alternativa ou tempo para se planejar. Um desrespeito e uma forma cruel de gestão que tem deixado os trabalhadores apreensivos”, criticou a coordenadora da COE do Santander.

No Brasil tem lei

Nem as mulheres grávidas estão sendo poupadas pelo Santander. O banco tem promovido demissões de gestantes, o que é proibido por lei. E, segundo Lucimara, quando os sindicatos conseguem a reintegração o banco ainda assedia as funcionárias com propostas de acordos.

“O banco erra quando demite e demonstra total insensibilidade por deixar uma mulher grávida sem plano de saúde, justamente em um momento que ela mais precisa do convênio médico para fazer exames. Ainda mais em plena pandemia. E quando conseguimos que a Justiça determine a reintegração, o banco ainda apresenta a possibilidade de acordo para não promover a reintegração”, disse a coordenadora da COE, que recentemente acompanhou a reintegração de uma funcionária e presenciou a proposta de acordo feita por advogadas do banco. “E ainda disseram que a proposta de acordo para as gestantes demitidas é comum”, concluiu.
Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Catanduva

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