11/07/2020
Campanha Nacional: 36º Conecef debate sobre saúde do trabalhador em tempo de pandemia

O segundo painel de reflexões do 36º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef) trouxe o debate sobre a saúde do trabalhador em tempo de pandemia, com a contribuição da médica sanitarista e pesquisadora da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), Maria Maeno.
Para Maria Maeno, o SUS é um grande desconhecido por boa parte da população brasileira, que pensa que ele se resume aos ambulatórios de especialidades, aos hospitais e às unidades básicas de saúde, que muitas vezes são pejorativamente chamados de “postinhos”.
A médica observou que, de 1990 a 2015 (25 anos), a população brasileira aumentou quase 40%, pulando de 150 milhões de habitantes para quase 206 milhões de habitantes, o que faz do Brasil um dos maiores países do mundo tanto em extensão territorial quanto em população. “E, infelizmente, de desigualdade, que é o nosso maior problema”, disse.
Maeno apresentou uma série de dados que indicam a melhoria das condições de vida e de saúde da população e lembrou que os profissionais do SUS estão nos quatro cantos do país, mesmo em locais que somente é possível chegar por barco ou aviões. A médica também listou uma série de situações em que as pessoas não conseguem enxergar a presença do SUS.
“E para os que acham que não dependem do SUS, vale lembrar que quando vamos ao bar, a algum restaurante e comemos alimentos não estragados, é a vigilância sanitária que funcionou. Quando se entra se entra em um local fechado e não tem gente fumando, é a vigilância sanitária a responsável, quem faz controle de foco do mosquito da dengue, da febre amarela em todos os lugares deste país é o SUS. Quando tem gente em barzinhos sem máscara, é a vigilância sanitária do SUS que fiscaliza e, muitas vezes, é ameaçada. Quando alguém precisa de transfusão de sangue, é a vigilância do SUS que garante a qualidade do Sangue. Quando alguém toma algum medicamento, é a Anvisa do SUS que liberou a medicação e garante a qualidade dela. Se alguém tem AIDS, não morre como acontecia há 30 anos, recebe tratamento gratuito que lhe permite qualidade de vida super boa por anos e anos. Se alguém quer parar de fumar, encontra equipes preparadas para tal e medicação para ajudar a lagar deste hábito. Quando alguém precisa de um transplante de órgãos como coração rins pulmões pâncreas fígado é o SUS que garante, pois 96% dos transplantes no país são custeados pelo SUS o Brasil tem o maior sistema de transplante de órgãos do mundo as diretrizes do SUS são a universalidade a integralidade e a participação da sociedade”, ressaltou.
Maeno ainda lembrou do atendimento de emergência, do atendimento neonatal, das campanhas de vacinação, controle de diabetes, hipertensão, quimioterapia e radioterapia, hospitais, UTI e etc.
“As pessoas lembram apenas das filas e do mau atendimento, mas não conseguem perceber que tem muita gente trabalhando contra o sucesso do SUS. Os planos de saúde privados, grande parte deles tendo sistema financeiro por trás, com seus parlamentares a votarem leis e emendas constitucionais que prejudicam o SUS e favorece o sistema privado de saúde e de seguros de saúde. O projeto do neoliberalismo é fazer um pacote mínimo para população carente e passar o restante para a iniciativa privada, com planos e baixa qualidade. São muitos os ataques de quem não quer que tenhamos um estado de bem-estar social no país com saúde educação de qualidade para todos”, disse Maria Maeno.
Maeno também falou sobre os ataques que estão sendo promovidos ao sistema de saúde e aos trabalhadores durante a pandemia, com consequências “drásticas” para os empregados da Caixa.
Veja abaixo o vídeo com as reflexões trazidas por Maria Maeno.
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