08/06/2020

Em meio à uma pandemia, Santander demonstra ser o pior banco para os brasileiros



Em mais uma demonstração de alinhamento com as políticas do governo fascista de Jair Bolsonaro, o Santander tornou-se o primeiro banco no Brasil a demitir trabalhadores sem justa causa durante a pandemia de coronavírus. Na última sexta-feira (5), o banco mandou embora ao menos 15 trabalhadores, descumprindo o compromisso público que havia assumido em interromper desligamentos durante a crise sanitária, denunciou o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região em matéria divulgada no site da entidade. 

As denúncias, segundo o Sindicato, são de demissões injustificadas e há registros de ao menos 15 delas nas áreas de auditoria e Asset.

Em março, o Santander se comprometeu publicamente em mesa de negociação com o movimento sindical em suspender as demissões que poderiam estar em andamento e a não demitir enquanto a pandemia perdurar no país.

"Em 23 de março anunciamos nosso compromisso público de não demitir funcionários durante o período crítico da pandemia. Na semana anterior, já havíamos divulgado a decisão de antecipar todo o 13.º de nossos funcionários para pagamento em 30 de abril", disse Vanessa Lobato, vice-presidente de Recursos Humanos do banco no Brasil, em declaração a imprensa.

“O que o Santander está fazendo é uma desumanidade, um desrespeito não apenas com os trabalhadores, mas com a sociedade. Os bancários estão na linha de frente, colocando suas vidas em risco para cumprir metas, correndo o risco de serem contaminados, como muitos foram. Além disso, eles têm viver com o terror de perder o emprego durante a maior crise sanitária da nossa geração”, critica a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE), Maria Rosani.

Além das demissões, o banco tem forçado o retorno ao trabalho presencial durante a pandemia, o que contraria as recomendações de especialistas em saúde e das autoridades sanitárias.

“O banco tem se comportado como se estivéssemos em uma situação de normalidade, o que claramente não tem a ver com a realidade que vemos, com mais de 35 mil mortos. Na Espanha, o Santander tem agido de forma totalmente diferente, o que nos deixa claro que por aqui a direção optou em se alinhar com Bolsonaro na tentativa de enfraquecer as quarentenas e de prejudicar os trabalhadores”, diz a dirigente sindical.

Tudo isso, com mais de R$ 1 trilhão liberado pelo Governo Federal aos bancos, o que desmente a justificativa do Santander em demitir por conta de ajuste econômico gerado pela crise.

“Se tem um segmento que, mesmo com a pandemia, está muito bem economicamente, este setor é o dos bancos. Eles receberam um pacote enorme de ajuda do Governo enquanto a maioria da população tenta sobreviver com R$ 600. Em contrapartida, o Santander demite trabalhadores que dificilmente conseguirão recolocação profissional durante a pandemia, agravando a crise social  no país que mais gera lucro ao banco mundialmente”, diz.

Seeb Catanduva cobra fim das metas abusivas e respeito aos bancários

Assim como tem ocorrido em diversas outras regiões, denúncias de bancários da base territorial do Sindicato relatam que os trabalhadores também estão sendo obrigados a cumprir metas de serviços e vendas inatingíveis. O banco cobra a venda de seguros, investimentos, abertura de contas, como se o país não estivesse enfrentando uma pandemia.

O diretor do Sindicato, Luiz César de Freitas (Alemão), critica a postura do banco, que, mesmo em meio à pandemia de Coronavírus, em um momento no qual bancários e clientes vivem uma situação muito distante de qualquer normalidade, não deixa de lado a política perversa de assédio moral. Pelo contrário, acentua a exploração.

O Sindicato já havia denunciado as práticas abusivas do banco, que, inclusive, volta e meia ameaça suspender o trabalho remoto para quem não atingir a meta de 150%, além de impor trabalho nos dias que foram antecipados os feriados. Também reivindicou, em contato com a Superintendência Regional, o fim do assédio moral e respeito aos trabalhadores, frisando que o método adotado pelo banco não é eficaz: trabalhador constrangido, ansioso e intimidado não produz mais, produz menos e pode levar ao seu adoecimento e afastamento das atividades.

“Diante da gravidade da situação, na qual as pessoas são obrigadas a se isolar em suas casas para que protejam a sua saúde e a da população, as cobranças de alguns dos gestores do Santander são, no mínimo, desumanas, para não dizer irresponsáveis, por atentar contra a saúde dos bancários e a saúde pública. O Santander tem o dever de tratar seus funcionários com respeito e honrar os compromissos assumidos em mesa de negociação com a Fenaban”, defende o diretor.

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O Sindicato pede que os bancários continuem enviando suas denúncias para que possamos tomar as medidas cabíveis para cada caso.

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Fonte: Seeb SP, com edição de Seeb Catanduva

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