06/05/2020

Arbitrariamente, banco Santander muda procedimento em caso de Covid-19



Em matéria divulgada pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a entidade informou que desde a última segunda-feira (4), tem recebido denúncias de que o Santander alterou, sem negociação com o movimento sindical bancário, o procedimento para casos suspeitos e confirmados de coronavírus entre seus funcionários. O novo procedimento é menos ágil e rígido, expondo ao risco a vida de bancários e clientes. 

O procedimento que vinha sendo adotado até então era que, em casos suspeitos, ainda nos sintomas iniciais, o trabalhador comunicava o banco e era afastado. Agora, no caso de suspeita, o trabalhador deve entrar em contato com o teleatendimento do Hospital Sírio Libanês para o médico decidir se o funcionário será afastado ou não. Já em relação aos casos confirmados, a mudança é ainda pior. Antes da mudança, em caso de confirmação por Covid-19 fechava-se imediatamente o local de trabalho, agência ou departamento, e afastava-se, por 14 dias, todas as pessoas que tiveram contato direto com o colega infectado. Agora, após a mudança arbitrária, sem a devida negociação com o movimento sindical, o banco vai higienizar o local de trabalho e uma equipe médica vai avaliar se houve contato entre a pessoa infectada e os demais, se há risco de contágio ou não, e somente depois deste processo o local poderá ser isolado caso seja essa a recomendação, diz a matéria. 

Na avaliação do movimento sindical, o procedimento anterior era mais adequado para a proteção de bancários e clientes, uma vez que proporcionava maior agilidade no afastamento do trabalhador e no isolamento da agência ou departamento, reduzindo o tempo de exposição dos colegas, e também pelo fato de ser praticamente impossível determinar se houve ou não contato entre bancários que atuam no mesmo local de trabalho. 

A matéria exemplifica o risco contido nestas mudanças com um caso ocorrido em Osasco, na agência Marechal Deodoro, que teve o primeiro caso confirmado em 17 de abril. O funcionário foi afastado e, ainda assim, surgiram novos casos confirmados e suspeitos, que ainda aguardam resultados de exames. Mesmo assim, a agência só será higienizada na manhã do dia 7, o que só foi agendado após intervenção do Sindicato. Uma demora inadmissível que colocou em risco toda a equipe que atua no local e também os clientes. O movimento sindical acompanha de perto este caso para que todas as medidas necessárias sejam tomada.

Ao promover as mudanças de forma unilateral e arbitrária, apenas comunicando as entidades representativas quando já estavam implementadas, sem qualquer debate, o Santander desrespeitou compromissos firmados pela Fenaban (federação dos bancos), em mesa de negociação, com o Comando Nacional dos Bancários. 

Os números de mortes e contaminações por Covid-19, mesmo subnotificados, atingiram patamares alarmantes. Cidades e diversos especialistas já debatem a necessidade de um rígido lockdown para frear a propagação do vírus. Justo neste momento, que impõe muita cautela e responsabilidade, o Santander flexibiliza seus procedimentos, aumentando o risco para clientes e bancários.

O Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região reivindica que o banco reveja, com urgência, os seus procedimentos. Além disso, aguarda um posicionamento da Fenaban em relação à postura do Santander, que desrespeitou o compromisso, firmado em mesa de negociação, de que qualquer alteração nos procedimentos seria debatida previamente. "Qualquer situação semelhante à descrita na matéria deve ser imediatamente comunicada ao Sindicato para que tomemos as medidas cabíveis visando à proteção da saúde e segurança dos bancários em primeiro lugar", ressalta o secretário geral do Sindicato, Júlio César Trigo.

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Fonte: Seeb SP, com edição de Seeb Catanduva

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