28/04/2020
Lucro do Santander cresce 10,5% no primeiro trimestre deste ano e chega aos R$ 3,85 bi
O Santander Brasil divulgou, nesta terça-feira (28), os resultados obtidos no 1º trimestre de 2020. Segundo análise realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o banco registrou lucro líquido gerencial de R$ 3,85 bilhões nos três primeiros meses do ano, crescimento de 10,5% na comparação com o mesmo período de 2019 e de 3,4% com o 4º trimestre. A rentabilidade (Retorno Sobre o Patrimônio Líquido Médio) atingiu 22,3%, alta de 1,2 ponto percentual na comparação anual. O lucro gerencial exclui fatores extraordinários.
A matriz do banco espanhol, também divulgou nesta terça-feira o resultado do primeiro trimestre, com queda de 82% no lucro líquido do período depois que a instituição reservou 1,6 bilhão de euros para cobrir as perdas esperadas pela pandemia causada pelo novo coronavírus. Pelo terceiro trimestre seguido, o lucro obtido no Brasil representa 29% do lucro mundial do banco.
“Ao analisarmos o balanço do Santander, não podemos deixar de observar que o banco, assim como todas as outras grandes instituições financeiras do país, é altamente lucrativo. O Banco Central e todos os analistas do mercado financeiro classificam estas instituições como sólidas e sem risco de quebra”, disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e representante da Contraf-CUT nas negociações com o banco, Mario Raia.
“Entendo que é preciso garantir recursos para as empresas se manterem durante a pandemia e se reerguerem depois. Mas, é preciso garantir que esse dinheiro chegue às mãos de quem realmente precisa, não para servir apenas para que os bancos aumentem ainda mais os seus lucros. Como vemos, eles não precisam disso”, completou.
Mário se refere às medidas anunciadas pelo Banco Central no dia 23 de março, que liberam R$ 1,2 trilhão em liquidez no mercado e outros R$ 1,2 trilhão em liberação de capital das instituições financeiras, além de reduzir a alíquota de depósitos compulsórios, que liberam outros R$ 68 bilhões para os bancos injetarem da economia.
Serviços e tarifas X gastos com pessoal
A receita obtida com serviços e tarifas representa uma parcela muito pequena do lucro do banco, mas elas são mais do que suficientes para cobrir todas as despesas com os funcionários. Estas receitas cobrem 1,9 vezes as despesas com pessoal. Ou seja, é quase o dobro.
E esta relação deve continuar favorável ao banco, já que o mesmo continua fechando agências e reduzido seu quadro de pessoal. Nos 12 meses entre março de 2019 e março de 2020, foram fechadas 27 agências. Com isso, o Santander encerrou o 1º trimestre de 2020 com 2.259 unidades. O quadro de pessoal perdeu 1.040 trabalhadores em 12 meses, chegando ao fim de março com 47.192 funcionários. Nos três meses de 2020, foram fechados 627 postos de trabalho.
“É incrível como, com um lucro deste, o Santander continue fechando postos de trabalho”, criticou Mario. “Esperamos que o banco mantenha o compromisso assumido com o Comando Nacional dos Bancários de não demitir funcionários enquanto perdurar a crise gerada pela pandemia e não apenas no ‘período mais crítico da epidemia’, como passou a anunciar em nota em sua sala de imprensa”, concluiu.
"Diante de um cenário de pandemia que perdura desde o início de 2020, o resultado é excelente. Com isso, a prioridade do banco deveria e deve ser, se houver um real compromisso com seu papel social, a manutenção dos empregos e a saúde dos trabalhadores. Sobretudo, se considerado que é no Brasil onde o Santander tem sua maior fatia de lucro. As demissões realizadas no último período são uma decisão da direção do banco no país, que pratica uma enorme injustiça com os bancários e a sociedade. Reivindicamos do Santander o cumprimento de sua responsabilidade social”, reforça o secretário geral do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Júlio César Trigo.
Carteira de crédito cresce
Com 26,5 milhões de clientes ativos em março, alta de 7% em relação ao ano passado, a carteira de crédito ampliada do Santander alcançou R$ 463.393 bilhões no final de março, crescimento de 19,8% em doze meses. Em três meses, a carteira de crédito subiu 7,1%, com destaque para o segmento de pessoa jurídica, que cresceu 32%. A carteira pessoa física, por sua vez, cresceu 15,2%.
Inadimplência
O índice de inadimplência acima de 90 dias atingiu 3% em março, ante 3,1% no mesmo período do ano anterior, favorecido pelo menor índice no segmento pessoa jurídica. Em três meses, entretanto, a inadimplência apresentou alta de 0,1 ponto percentual.
O resultado de créditos de liquidação duvidosa cresceu 19% em 12 meses, somando R$ 3,586 bilhões. O Santander ponderou, porém, que o ritmo de alta foi inferior à expansão da carteira de crédito no mesmo período.
Veja abaixo a tabela com o resumo da análise elaborada pelo Dieese.
A matriz do banco espanhol, também divulgou nesta terça-feira o resultado do primeiro trimestre, com queda de 82% no lucro líquido do período depois que a instituição reservou 1,6 bilhão de euros para cobrir as perdas esperadas pela pandemia causada pelo novo coronavírus. Pelo terceiro trimestre seguido, o lucro obtido no Brasil representa 29% do lucro mundial do banco.
“Ao analisarmos o balanço do Santander, não podemos deixar de observar que o banco, assim como todas as outras grandes instituições financeiras do país, é altamente lucrativo. O Banco Central e todos os analistas do mercado financeiro classificam estas instituições como sólidas e sem risco de quebra”, disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e representante da Contraf-CUT nas negociações com o banco, Mario Raia.
“Entendo que é preciso garantir recursos para as empresas se manterem durante a pandemia e se reerguerem depois. Mas, é preciso garantir que esse dinheiro chegue às mãos de quem realmente precisa, não para servir apenas para que os bancos aumentem ainda mais os seus lucros. Como vemos, eles não precisam disso”, completou.
Mário se refere às medidas anunciadas pelo Banco Central no dia 23 de março, que liberam R$ 1,2 trilhão em liquidez no mercado e outros R$ 1,2 trilhão em liberação de capital das instituições financeiras, além de reduzir a alíquota de depósitos compulsórios, que liberam outros R$ 68 bilhões para os bancos injetarem da economia.
Serviços e tarifas X gastos com pessoal
A receita obtida com serviços e tarifas representa uma parcela muito pequena do lucro do banco, mas elas são mais do que suficientes para cobrir todas as despesas com os funcionários. Estas receitas cobrem 1,9 vezes as despesas com pessoal. Ou seja, é quase o dobro.
E esta relação deve continuar favorável ao banco, já que o mesmo continua fechando agências e reduzido seu quadro de pessoal. Nos 12 meses entre março de 2019 e março de 2020, foram fechadas 27 agências. Com isso, o Santander encerrou o 1º trimestre de 2020 com 2.259 unidades. O quadro de pessoal perdeu 1.040 trabalhadores em 12 meses, chegando ao fim de março com 47.192 funcionários. Nos três meses de 2020, foram fechados 627 postos de trabalho.
“É incrível como, com um lucro deste, o Santander continue fechando postos de trabalho”, criticou Mario. “Esperamos que o banco mantenha o compromisso assumido com o Comando Nacional dos Bancários de não demitir funcionários enquanto perdurar a crise gerada pela pandemia e não apenas no ‘período mais crítico da epidemia’, como passou a anunciar em nota em sua sala de imprensa”, concluiu.
"Diante de um cenário de pandemia que perdura desde o início de 2020, o resultado é excelente. Com isso, a prioridade do banco deveria e deve ser, se houver um real compromisso com seu papel social, a manutenção dos empregos e a saúde dos trabalhadores. Sobretudo, se considerado que é no Brasil onde o Santander tem sua maior fatia de lucro. As demissões realizadas no último período são uma decisão da direção do banco no país, que pratica uma enorme injustiça com os bancários e a sociedade. Reivindicamos do Santander o cumprimento de sua responsabilidade social”, reforça o secretário geral do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Júlio César Trigo.
Carteira de crédito cresce
Com 26,5 milhões de clientes ativos em março, alta de 7% em relação ao ano passado, a carteira de crédito ampliada do Santander alcançou R$ 463.393 bilhões no final de março, crescimento de 19,8% em doze meses. Em três meses, a carteira de crédito subiu 7,1%, com destaque para o segmento de pessoa jurídica, que cresceu 32%. A carteira pessoa física, por sua vez, cresceu 15,2%.
Inadimplência
O índice de inadimplência acima de 90 dias atingiu 3% em março, ante 3,1% no mesmo período do ano anterior, favorecido pelo menor índice no segmento pessoa jurídica. Em três meses, entretanto, a inadimplência apresentou alta de 0,1 ponto percentual.
O resultado de créditos de liquidação duvidosa cresceu 19% em 12 meses, somando R$ 3,586 bilhões. O Santander ponderou, porém, que o ritmo de alta foi inferior à expansão da carteira de crédito no mesmo período.
Veja abaixo a tabela com o resumo da análise elaborada pelo Dieese.
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