15/04/2020
Pandemia: Home office vira moeda de troca para entrega de metas no banco Santander
O que deveria ser uma precaução pensando na saúde dos trabalhadores por conta da pandemia de coronavírus tem sido usado como moeda de troca no Santander. Isso porque gestor do Quarteirão de Investimentos condiciona a permanência dos bancários em home office à cobrança abusiva de metas: quem não cumpri-las, terá de voltar ao trabalho presencial.
Enquanto as cobranças acontecem até mesmo de forma pública, em grupos de Whatsapp, exponto rankings de equipes para todos, ainda há o constrangimento individual feito por vídeo.
Querem que os trabalhadores em home office entreguem 150% da meta, sofrendo ameaças diariamente de que, se não cumprirem a meta, voltarão ao trabalho no prédio, mesmo em meio à pandemia de coronavírus.
Além disso, os bancários relatam que os sistemas internos do banco estão lentos e que a situação caótica do país dificulta a entrega das metas, já que neste momento as pessoas estão preocupadas com sua saúde, e não em comprar serviços financeiros.
O home office é uma reivindicação do movimento sindical, para garantir segurança aos trabalhadores e menos aglomeração de pessoas nos prédios e agências. Não tem sido possível colocar 100% dos trabalhadores em casa, mas há avanços diários, graças à pressão do Sindicato e às negociações sindicais.
Já houve notificação ao RH do banco, quanto ao assédio e à cobrança abusiva de alguns gestores que insistem em descumprir a recomendação do próprio banco. A reivindicação das entidades representativas é de que as metas sejam suspensas e que haja apenas atendimento de serviços essenciais e isto não foi atendido até agora. Houve compromisso do Santander, em reunião com a Fenaban e os sindicatos, que haveria razoabilidade nas cobranças, mas nem isso vem sendo cumprido.
“Diante da gravidade de uma situação de pandemia, na qual as pessoas são obrigadas a se isolar em suas casas para que protejam a sua saúde e a da população, as cobranças de alguns dos gestores do Santander são, no mínimo, desumanas, para não dizer irresponsáveis, por atentar contra a saúde dos bancários e a saúde pública. Home office não é bônus ou prêmio para quem bate meta, mas sim dever do banco para com seus trabalhadores, no intuito de diminuir as pessoas nos locais de trabalho e reduzir o risco de contágio", explica o secretário geral do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Júlio César Trigo.
Celulares pessoais
Outra reclamação tem sido a exigência de ceder os contatos pessoais de celular para clientes. Embora o sistema de notebook bloqueie ao final da jornada, a demanda de clientes permanece ao final da mesma no Whatsapp, se estendendo até aos finais de semana, o que fere a legislação, a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e, principalmente, a intimidade do trabalhador.
O diretor do Sindicato, Luiz Eduardo Campolungo, reforça que a pandemia não pode ser justificativa para retirar e ou alterar direitos já consolidados dos trabalhadores. "Os bancários já estão passando por um momento de inseguranças e medos diante da situação atual. Temos buscado, desde o início da pandemia, inúmeras medidas que preservem a saúde da categoria. É um desrespeito com o trabalhador o banco colocar em risco seus direitos já conquistados."
O movimento sindical já cobrou do Santander que reveja esta exigência e mude seus métodos. Aos gestores que fazem essa cobrança abusiva, foi frizado que o método não é eficaz: trabalhador constrangido, ansioso e intimidado não produz mais, produz menos e pode levar ao seu adoecimento e afastamento das atividades. Ou seja, esses gestores terão que trabalhar com equipes reduzidas por conta do adoecimento, sobrecarregando os que ficam. É válido destacar. ainda, que os trabalhadores afastados oneram a Previdência Social e prejudicam toda a sociedade, ou seja, os métodos de trabalho dos bancos tem gerado um custo social irreparável.
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