12/11/2019
Processo de reestruturação no Mercantil do Brasil demite dezenas de trabalhadores
Bancárias e bancários do Mercantil do Brasil amanheceram apreensivos na segunda-feira, 11 de novembro. Mostrando o lado perverso da chamada reestruturação de mercado e buscando insistentemente o lucro acima de tudo, dezenas de pais e mães de família foram sumariamente demitidos pela ganância e prepotência do banco.
As demissões ocorreram por todo o país e pegaram todos de surpresa. Muitos trabalhadores foram demitidos em pleno expediente bancário, deixando perplexos até os clientes e usuários dos serviços da instituição financeira. Também houve desligamentos de trabalhadores acometidos por problemas de saúde e com estabilidade provisória de emprego.
A Comissão dos Empregados do Mercantil do Brasil (COE BMB) entrou em contato com o banco logo após as demissões e exigiu explicações. O representante do Mercantil informou que as demissões ocorreram como parte da reestruturação e reposicionamento de mercado, garantindo que, por hora, não haverá mais desligamentos por conta desse processo.
Para Robson Marques, funcionário do Mercantil e coordenador nacional da Comissão de Empresa, o banco desrespeitou também seus clientes com as demissões sumárias de trabalhadores. “No momento em que o Mercantil venceu a renovação do leilão do INSS para pagamento de benefícios aos aposentados e pensionistas do órgão, as demissões vêm de forma contraditória à eventual expansão do fluxo de clientes. Com os desligamentos, haverá ainda mais precariedade e demora nos atendimentos bancários. Um total desrespeito e falta de sensibilidade da direção do banco, passíveis de reclamações de usuários junto ao INSS, o que poderá gerar, inclusive, o descredenciamento”, alertou.
Marco Aurélio Alves, que é funcionário do Mercantil e diretor do Sindicato dos Bancários de BH e Região, destacou que nada justifica as demissões de bancários no atual momento. “Orientamos bancários demitidos que, por ventura, tenham problemas de saúde ou outra estabilidade de emprego não observadas pelo banco, que procurem seus sindicatos representativos a fim de serem respeitadas as estabilidades e eventuais reversões de demissões através de ações judiciais cabíveis nesses casos”, afirmou.
Os sindicatos estão mobilizados para traçar políticas de luta e enfrentamento para a garantia de emprego no Mercantil do Brasil. "Um dos maiores desafios neste cenário neoliberal e de retirada de direitos é, de fato, lutar pela manutenção do emprego e garantir a valorização e melhoria na qualidade de vida dos funcionários. Nós, do movimento sindical e representantes dos trabalhadores, estamos atentos a esse processo e reivindicamos do banco o fim das demissões em massa e do processo de reestruturação que tem trazido grande ansiedade aos bancários", reforça o secretário geral do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Júlio César Trigo.
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