15/07/2019

Conservadorismo e retrocesso: Bolsonaro volta a atacar funcionários do Banco do Brasil



O presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a atacar o Banco do Brasil durante café da manhã com a bancada evangélica, na última quinta-feira (11), no Palácio do Planalto. Na ocasião, ele admitiu que ligou para o presidente do BB, Rubens Novaes, para evitar que a “esquerda” tomasse posse nos concursos públicos.

“E a mesma coisa foi com o Banco do Brasil. Tinha um concurso lá, para uma coisa simples, que, para você se inscrever, tinha que ter uma formação e ideologia de gênero. Liguei para o presidente e disse: ‘Pô, nós vamos conduzir de modo que só aqueles que interessam para esquerda possam entrar nesse serviço?’”, assumiu.

Em abril, Bolsonaro vetou uma campanha publicitária do banco, que era protagonizada por jovens negros e tatuados, além de uma transexual. “A linha mudou”, disse, na época, ao justificar a iniciativa.

Em março, Bolsonaro menosprezou o requisito dos processos seletivos da Previ voltados para funcionários do Banco do Brasil, segundo o qual os candidatos deveriam passar por cursos sobre diversidade e prevenção ao assédio moral e sexual. Bolsonaro disse que isso é “aparelhamento” e aconselhou os candidatos a entrarem na Justiça contra o requisito.

Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa do Banco do Brasil, o presidente Bolsonaro novamente tenta desviar as atenções para coisas que não entende. “Novamente cita o Banco do Brasil de forma equivocada. Ele não sabe diferenciar uma seleção interna de um concurso. Mistura diversidade e equidade de gênero com ideologia de gênero. O BB sempre foi reconhecido e até premiado por entidades internacionais em relação às políticas afirmativas. O que vemos agora é um retrocesso e uma ingerência jamais vista no Banco do Brasil.”

O secretário geral do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Júlio César Trigo, acrescenta que a posição equivocada de Bolsonaro vem na linha de seus discursos conservadores que tanto prejudicam o país. "A fala de Bolsonaro, além de representar um grave ataque à luta de décadas dos trabalhadores em busca da equidade de gênero se mostra ainda equivocada, demonstra desconhecimento total sobre o assunto tratado", reforça o dirigente.

Trigo ressalta, ainda, que o movimento sindical vem há muitos anos lutando pela igualdade de oportunidades nos bancos. "A promoção da equidade de gênero e o combate às discriminações são pautas prioritárias em todas as campanhas nacionais e debates. Seguiremos em luta para garantir igualdade dentro dos bancos e para que, cada vez mais, sejam promovidas campanhas internas que visem o respeito a todos".
Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Catanduva

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