12/07/2019

Equacionamento: política de investimentos adotada pela Funcef fez déficit crescer



 
Há tempos os representantes dos trabalhadores alertam para o problema da política de investimentos da Funcef. Nos últimos anos, a fundação tem contrariado as boas práticas de mercado sobre diversificação de investimentos aumentando, cada vez mais, o percentual de recursos alocados em renda fixa. Com todos os planos apresentando rentabilidade bem abaixo da meta e deficit crescendo R$ 300 milhões somente no último mês, o desequilíbrio acumulado nos planos já chegou a R$ 6.7 bilhões.

A despeito de seus próprios números, que indicavam ganhos mais elevados em renda variável e investimentos estruturados, a Funcef lançou, há menos de quatro meses, novas políticas de investimentos para o quinquênio 2019 – 2023, determinando retrair em 5.2 pontos percentuais os investimentos em renda variável e 3.1 pontos percentuais em investimentos estruturados.

Por anos, a Funcef se escondeu em um discurso de conservadorismo e cautela para justificar e enaltecer os investimentos de baixa rentabilidade, desse modo contribuindo com o crescimento do desequilíbrio dos planos e com o aumento do deficit acumulado.
 
Foi nesse cenário que a Funcef anunciou, para espanto de muitos, determinação de aumentar ainda mais o percentual de investimentos de todos os seus planos de benefícios em renda fixa.

O anúncio da mudança aconteceu dias após divulgação do Balanço 2018 e dos resultados de janeiro de 2019. A rentabilidade apresentada no balanço não deixava dúvidas sobre quais investimentos traziam mais retorno e o balancete de janeiro trouxe amargo resultado desse equívoco para os participantes do Reg/Replan Saldado. O plano não bateu a meta e o deficit aumentou. 

Precisou o desequilíbrio dos planos chegar no patamar de R$ 6.7 bilhões para a Funcef admitir seu erro e começar a corrigir a rota. Na divulgação dos resultados do trimestre de 2018, o presidente da Funcef, Renato Villela, admitiu a correlação entre os investimentos em renda fixa com o aumento do deficit e anunciou novas diretrizes para o futuro.

O “antes tarde do que nunca” não conforta porque o custo dessa insensatez foi muito alto para o participante. O Vilella justificou sua guinada à renda variável com matéria da revista Investidor Institucional. Se soubéssemos que era isso que faria ele abrir os olhos, teríamos assinado a revista para Funcef uns anos atrás...”, desabafa a diretora de Saúde e Previdência da Fenae, Fabiana Matheus.
Fonte: Fenae, com edição de Seeb Catanduva

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