14/08/2018
BB não apresenta proposta à categoria e direção diz que trabalhador é dono do banco
Sem apresentar uma proposta concreta na mesa de negociação da Campanha Salarial 2018, o Banco do Brasil (BB) anunciou que todos os trabalhadores e trabalhadoras do banco ganharam três ações da instituição. A direção do banco tem vendido a iniciativa como um plano de incentivo de resultados, mas, segundo os bancários, não passa de propaganda diante do valor irrisório de cada ação e da falta de propostas concretas de reajuste salarial e de renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
Em entrevista à Exame na última quinta-feira (9), o presidente do BB, Paulo Rogério Caffarelli, como se estivesse divulgando uma ação de marketing, disse que, mais do que o valor repassado aos funcionários, “a gente vai poder comunicar que todo empregado é também dono da empresa”.
“Nosso mote agora, nossa campanha é: no Banco do Brasil você é atendido pelo dono”, completou.
Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil e diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), o anúncio mostra que os setores do banco não dialogam entre si e que a atual direção não tem respeitado as instâncias de negociação com os sindicatos que representam os trabalhadores.
“Além de não apresentarem a proposta na mesa de negociação, a direção do banco usa um discurso muito perigoso para tentar vender a medida, que é tentar responsabilizar o trabalhador pelos resultados apresentados pelo banco”, diz.
“Quer dizer que o bancário terá de responder pelas filas e pela falta de funcionário para atender a demanda? Vão jogar as responsabilidades nas costas dos funcionários para dizer que são donos do banco por causa de apenas três ações?”, questiona.
“O efeito de propriedade é tão insignificante que é desonesto e absurdo dizer que somos donos do banco”, contesta o dirigente.
Negociação do sindicato é mais vantajosa ao trabalhador
Segundo Wagner, o valor total de 9,6 milhões de reais com a distribuição das ações aos trabalhadores representa 0,02% do total de ações do banco. “Esse valor é irrisório a cada trabalhador, muito inferior ao montante que conquistamos quando propusemos ao BB distribuir 200 ações a cada funcionário por ocasião dos 200 anos do banco.”
“Na época, não foi possível fazer o pagamento por meio das ações, então conseguimos o pagamento da bonificação de R$ 1.300 a cada funcionário independentemente do tempo de banco”, conta.
O valor negociado representou, na época, cerca de 93 ações para cada funcionário, conta Wagner. “Se tivessem colocado essa proposta na mesa de negociação, mostraríamos que o trabalhador merece muito mais do que três ações”, diz.
Segundo ele, desde 2016, quando uma nova direção assumiu o banco no pós-golpe, as negociações estão cada vez mais difíceis e o banco não apresenta mais nenhuma proposta, apostando que as ações de marketing “maquiadas” de benefício ao trabalhador possam enfraquecer a negociação com o sindicato.
“Eles apostam nessa postura, mas vão perceber que os trabalhadores sabem que quem luta e garante conquistas para a categoria é o sindicato.”
Campanha salarial 2018
O Banco do Brasil, que teve um lucro líquido ajustado de R$ 6,3 bilhões no 1º semestre de 2018, um aumento de 21,4% em 12 meses e 7,1% no trimestre, não apresentou uma proposta final concreta para a Convenção Coletiva na mesa de negociação e acompanhou os bancos privados na proposta de reposição da inflação nas cláusulas econômicas.
Diversos pontos de reivindicação dos bancários não tiveram retorno, como a proposta de renovação do protocolo de resolução de conflitos, que mantém um canal para as denúncias de assédio moral.
Na avaliação do movimento sindical, a proposta do banco foi insuficiente e incompleta e a categoria aguarda a próxima rodada de negociação, marcada para o dia 17 de agosto.
Em entrevista à Exame na última quinta-feira (9), o presidente do BB, Paulo Rogério Caffarelli, como se estivesse divulgando uma ação de marketing, disse que, mais do que o valor repassado aos funcionários, “a gente vai poder comunicar que todo empregado é também dono da empresa”.
“Nosso mote agora, nossa campanha é: no Banco do Brasil você é atendido pelo dono”, completou.
Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil e diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), o anúncio mostra que os setores do banco não dialogam entre si e que a atual direção não tem respeitado as instâncias de negociação com os sindicatos que representam os trabalhadores.
“Além de não apresentarem a proposta na mesa de negociação, a direção do banco usa um discurso muito perigoso para tentar vender a medida, que é tentar responsabilizar o trabalhador pelos resultados apresentados pelo banco”, diz.
“Quer dizer que o bancário terá de responder pelas filas e pela falta de funcionário para atender a demanda? Vão jogar as responsabilidades nas costas dos funcionários para dizer que são donos do banco por causa de apenas três ações?”, questiona.
“O efeito de propriedade é tão insignificante que é desonesto e absurdo dizer que somos donos do banco”, contesta o dirigente.
Negociação do sindicato é mais vantajosa ao trabalhador
Segundo Wagner, o valor total de 9,6 milhões de reais com a distribuição das ações aos trabalhadores representa 0,02% do total de ações do banco. “Esse valor é irrisório a cada trabalhador, muito inferior ao montante que conquistamos quando propusemos ao BB distribuir 200 ações a cada funcionário por ocasião dos 200 anos do banco.”
“Na época, não foi possível fazer o pagamento por meio das ações, então conseguimos o pagamento da bonificação de R$ 1.300 a cada funcionário independentemente do tempo de banco”, conta.
O valor negociado representou, na época, cerca de 93 ações para cada funcionário, conta Wagner. “Se tivessem colocado essa proposta na mesa de negociação, mostraríamos que o trabalhador merece muito mais do que três ações”, diz.
Segundo ele, desde 2016, quando uma nova direção assumiu o banco no pós-golpe, as negociações estão cada vez mais difíceis e o banco não apresenta mais nenhuma proposta, apostando que as ações de marketing “maquiadas” de benefício ao trabalhador possam enfraquecer a negociação com o sindicato.
“Eles apostam nessa postura, mas vão perceber que os trabalhadores sabem que quem luta e garante conquistas para a categoria é o sindicato.”
Campanha salarial 2018
O Banco do Brasil, que teve um lucro líquido ajustado de R$ 6,3 bilhões no 1º semestre de 2018, um aumento de 21,4% em 12 meses e 7,1% no trimestre, não apresentou uma proposta final concreta para a Convenção Coletiva na mesa de negociação e acompanhou os bancos privados na proposta de reposição da inflação nas cláusulas econômicas.
Diversos pontos de reivindicação dos bancários não tiveram retorno, como a proposta de renovação do protocolo de resolução de conflitos, que mantém um canal para as denúncias de assédio moral.
Na avaliação do movimento sindical, a proposta do banco foi insuficiente e incompleta e a categoria aguarda a próxima rodada de negociação, marcada para o dia 17 de agosto.
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