29/06/2018
Santander demonstra sua crueldade ao demitir bancário com deficiência visual e doente
Marcos Freitas vive com deficiência visual severa e irreversível e foi demitido no início de maio
(Foto: Seeb-SP)
Mais de 26 milhões de pessoas estão desempregadas ou vivem de subempregos no Brasil, segundo o IBGE. Mas o mau momento da economia que afeta tantas famílias não atinge o Santander. No ano passado, o banco espanhol lucrou R$ 9,9 bilhões, crescimento de 35,6% em relação a 2016, de acordo com o balanço da instituição.
O cenário de desemprego crônico que domina o país é indiferente para os diretores executivos do Santander, que seguem promovendo política de demissão massiva de trabalhadores mesmo diante de seguidos recordes de lucro, aumento do número de clientes e consequente sobrecarga de trabalho aos funcionários remanescentes.
Matéria publicada pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região relata um caso particularmente cruel entre os mais de 600 demitidos pelo Santander apenas nos primeiros cinco meses do ano somente na base do Sindicato, que engloba São Paulo e outros 15 municípios.
Marcos Couto de Freitas vive com deficiência visual severa e irreversível e foi demitido no início de maio.
Ele acabava de retornar de um período de afastamento médico por causa de uma fratura no fêmur em decorrência de uma queda sofrida em sua casa.
Antes disso, também teve de se afastar do trabalho por conta de um quadro de depressão.
“Quando eu retornei do primeiro afastamento por causa da depressão, a gestora não me quis mais na área [SantanderPrevi]. Falou que já tinha colocado outra pessoa no meu lugar, e que eu teria de ir para outro setor. Eu cheguei a fazer uma entrevista, o gestor estava organizando lugar para mim, computador para poder me receber, e nesse meio tempo eu caí e acabei fraturando o fêmur”, conta Marcos.
Reforma trabalhista usada como desculpa
Ele foi demitido dois meses após retornar ao trabalho, em maio de 2018. Segundo Marcos, a nova lei trabalhista defendida pelo setor patronal – incluindo o Santander – e que aniquilou uma série de direitos foi usada como desculpa para justificar a demissão.
“O gestor alegou que por conta dessa nova lei trabalhista, futuramente a área [Central de Prepostos] pode vir a ser terceirizada, mas é algo que ele nem tem certeza se irá ocorrer”, relata Marcos.
Na data da demissão, sua esposa, que também vive com deficiência e não tem emprego, estava grávida de oito meses. Por essa razão, o convênio médico disponibilizado pelo banco era muito importante.
“Minha esposa estava grávida, precisando muito do convênio. Eu achei muito injusta essa demissão, porque o banco não levou em conta todos os problemas que eu estou passando e os tratamentos que eu estou fazendo, também tem a questão da deficiência visual”, desabafa Marcos.
“Hoje em dia o mercado está muito difícil, principalmente para quem tem deficiência. Tenho amigos com deificência visual que foram demitidos há dois anos e ainda não conseguiram outro emprego. Sinceramente não sei como vou fazer para manter o sustento da minha família”, lamenta.
Banco se mostra irredutível
Ao tomar conhecimento do caso, o Sindicato entrou em contato com o RH do banco a fim de tentar reverter a demissão. Em vão. O Santander se mostrou irredutível.
“Esse caso mostra a falta de humanidade que impera na mentalidade dos executivos dos bancos. Indivíduos que sacrificam o emprego de milhares de pais e mães de família em detrimento de uma lucratividade cada vez maior obtida através da redução de postos de trabalho, sobrecarga de trabalho imposta aos bancários remanescentes e juros e tarifas cada vez mais extorsivos. Um cenário que só beneficia os próprios diretores executivos, que recebem remunerações cada vez mais altas por causa dessa espiral de exploração que afeta toda a sociedade brasileira”, protesta Vera Marchioni, diretora executiva do Sindicato de São Paulo e bancária do Santander.
Em 2015, quando o Santander lucrou R$ 6,6 bilhões, cada um dos 42 diretores executivos recebeu R$ 2,5 milhões. Em 2017, 44 diretores ganharam R$ 7,2 milhões, aumento de 188%. Os dados são da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O cenário de desemprego crônico que domina o país é indiferente para os diretores executivos do Santander, que seguem promovendo política de demissão massiva de trabalhadores mesmo diante de seguidos recordes de lucro, aumento do número de clientes e consequente sobrecarga de trabalho aos funcionários remanescentes.
Matéria publicada pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região relata um caso particularmente cruel entre os mais de 600 demitidos pelo Santander apenas nos primeiros cinco meses do ano somente na base do Sindicato, que engloba São Paulo e outros 15 municípios.
Marcos Couto de Freitas vive com deficiência visual severa e irreversível e foi demitido no início de maio.
Ele acabava de retornar de um período de afastamento médico por causa de uma fratura no fêmur em decorrência de uma queda sofrida em sua casa.
Antes disso, também teve de se afastar do trabalho por conta de um quadro de depressão.
“Quando eu retornei do primeiro afastamento por causa da depressão, a gestora não me quis mais na área [SantanderPrevi]. Falou que já tinha colocado outra pessoa no meu lugar, e que eu teria de ir para outro setor. Eu cheguei a fazer uma entrevista, o gestor estava organizando lugar para mim, computador para poder me receber, e nesse meio tempo eu caí e acabei fraturando o fêmur”, conta Marcos.
Reforma trabalhista usada como desculpa
Ele foi demitido dois meses após retornar ao trabalho, em maio de 2018. Segundo Marcos, a nova lei trabalhista defendida pelo setor patronal – incluindo o Santander – e que aniquilou uma série de direitos foi usada como desculpa para justificar a demissão.
“O gestor alegou que por conta dessa nova lei trabalhista, futuramente a área [Central de Prepostos] pode vir a ser terceirizada, mas é algo que ele nem tem certeza se irá ocorrer”, relata Marcos.
Na data da demissão, sua esposa, que também vive com deficiência e não tem emprego, estava grávida de oito meses. Por essa razão, o convênio médico disponibilizado pelo banco era muito importante.
“Minha esposa estava grávida, precisando muito do convênio. Eu achei muito injusta essa demissão, porque o banco não levou em conta todos os problemas que eu estou passando e os tratamentos que eu estou fazendo, também tem a questão da deficiência visual”, desabafa Marcos.
“Hoje em dia o mercado está muito difícil, principalmente para quem tem deficiência. Tenho amigos com deificência visual que foram demitidos há dois anos e ainda não conseguiram outro emprego. Sinceramente não sei como vou fazer para manter o sustento da minha família”, lamenta.
Banco se mostra irredutível
Ao tomar conhecimento do caso, o Sindicato entrou em contato com o RH do banco a fim de tentar reverter a demissão. Em vão. O Santander se mostrou irredutível.
“Esse caso mostra a falta de humanidade que impera na mentalidade dos executivos dos bancos. Indivíduos que sacrificam o emprego de milhares de pais e mães de família em detrimento de uma lucratividade cada vez maior obtida através da redução de postos de trabalho, sobrecarga de trabalho imposta aos bancários remanescentes e juros e tarifas cada vez mais extorsivos. Um cenário que só beneficia os próprios diretores executivos, que recebem remunerações cada vez mais altas por causa dessa espiral de exploração que afeta toda a sociedade brasileira”, protesta Vera Marchioni, diretora executiva do Sindicato de São Paulo e bancária do Santander.
Em 2015, quando o Santander lucrou R$ 6,6 bilhões, cada um dos 42 diretores executivos recebeu R$ 2,5 milhões. Em 2017, 44 diretores ganharam R$ 7,2 milhões, aumento de 188%. Os dados são da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
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