04/06/2018
Santander ignora responsabilidades e impõe ainda mais cobrança e punição para bancários
(Arte: Thiago Akioka)
Os caixas das agências bancárias do Santander já sofrem pressão para cumprir tempo de fila e, para piorar, ainda são orientados a empurrar produtos para os clientes. Não satisfeita, a direção do Santander inventou mais uma forma de cobrar esses funcionários com a pesquisa “Seu Atendimento é Show”, que pede para que os clientes avaliem o atendimento recebido.
O bancário que recebe avaliação negativa é punido com advertência. Uma medida completamente absurda e ilegítima, já que essa punição não está descrita no normativo do banco que enumera os casos que podem resultar em advertência.
A pesquisa está sendo implantada em meio a uma realidade de aumento da sobrecarga de trabalho causada pelo crescimento da quantidade de clientes enquanto inexiste a contratações de funcionários para atendê-los de forma satisfatória.
Para Aparecido Augusto Marcelo, diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, a medida vem apenas para punir e castigar bancários, como uma estratégia para transferir responsabilidades.
"O banco tenta culpabilizar os trabalhadores pela insatisfação dos clientes e ignora o real motivo das reclamações. A precarização do atendimento só ocorre porque faltam funcionários nas agências e há sobrecarga de trabalho", critica o diretor.
O aumento da sobrecarga de trabalho vem crescendo de forma vertiginosa no banco. De acordo com o próprio balanço do banco, em 2015 a instituição tinha 670 clientes para cada funcionário. Em 2017, a relação aumentou para 800 clientes para cada bancário, crescimento de 19,4%.
Não por acaso, no primeiro trimestre de 2018 o Santander foi o segundo banco com maior número de reclamações consideradas procedentes pelo Banco Central, de acordo com o ranking elaborado pelo órgão, no segmento de instituições financeiras com mais de 4 milhões de clientes. No quarto trimestre de 2017, o banco espanhol liderou o mesmo ranking.
No primeiro trimestre deste ano, as receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias tiveram alta de 11,5% em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a R$ 4,134 bilhões. Apenas com essa receita, o Santander cobre o total de sua despesa de pessoal, incluindo PLR, e ainda sobra R$ 1,8 bilhão.
Diretores executivos ganham 188% mais em dois anos
Se para os clientes e bancários do Santander a situação não anda muito favorável, para os diretores executivos do Santander, o aumento da lucratividade teve resultado muito mais satisfatório. Em 2015, quando o banco lucrou R$ 6,6 bilhões, cada um dos 42 diretores recebeu R$ 2,5 milhões. Em 2017, 44 diretores ganharam R$ 7,2 milhões, aumento de 188%. Os dados são da Comissão de Valores Mobiliários.
O banco espanhol registrou lucro de R$ 9,9 bilhões em 2017 e R$ 2,85 bilhões nos primeiros três meses deste ano. Ambos são os maiores resultados obtidos pela instituição financeira para os períodos.
"O banco deveria manifestar sua preocupação em oferecer atendimento de qualidade a seus clientes por meio de mais contratações, o que efetivamente solucionaria o problema. Ao porpor essa pesquisa, o Santander demonstra sua total irresponsabilidade ao tentar transferir aos trabalhadores uma culpa que é sua. Exigimos a suspensão dessa pesquisa, que apenas pune e castiga os bancários, e a contratação de mais funcionários”, afirma Marcelo.
O bancário que recebe avaliação negativa é punido com advertência. Uma medida completamente absurda e ilegítima, já que essa punição não está descrita no normativo do banco que enumera os casos que podem resultar em advertência.
A pesquisa está sendo implantada em meio a uma realidade de aumento da sobrecarga de trabalho causada pelo crescimento da quantidade de clientes enquanto inexiste a contratações de funcionários para atendê-los de forma satisfatória.
Para Aparecido Augusto Marcelo, diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, a medida vem apenas para punir e castigar bancários, como uma estratégia para transferir responsabilidades.
"O banco tenta culpabilizar os trabalhadores pela insatisfação dos clientes e ignora o real motivo das reclamações. A precarização do atendimento só ocorre porque faltam funcionários nas agências e há sobrecarga de trabalho", critica o diretor.
O aumento da sobrecarga de trabalho vem crescendo de forma vertiginosa no banco. De acordo com o próprio balanço do banco, em 2015 a instituição tinha 670 clientes para cada funcionário. Em 2017, a relação aumentou para 800 clientes para cada bancário, crescimento de 19,4%.
Não por acaso, no primeiro trimestre de 2018 o Santander foi o segundo banco com maior número de reclamações consideradas procedentes pelo Banco Central, de acordo com o ranking elaborado pelo órgão, no segmento de instituições financeiras com mais de 4 milhões de clientes. No quarto trimestre de 2017, o banco espanhol liderou o mesmo ranking.
No primeiro trimestre deste ano, as receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias tiveram alta de 11,5% em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a R$ 4,134 bilhões. Apenas com essa receita, o Santander cobre o total de sua despesa de pessoal, incluindo PLR, e ainda sobra R$ 1,8 bilhão.
Diretores executivos ganham 188% mais em dois anos
Se para os clientes e bancários do Santander a situação não anda muito favorável, para os diretores executivos do Santander, o aumento da lucratividade teve resultado muito mais satisfatório. Em 2015, quando o banco lucrou R$ 6,6 bilhões, cada um dos 42 diretores recebeu R$ 2,5 milhões. Em 2017, 44 diretores ganharam R$ 7,2 milhões, aumento de 188%. Os dados são da Comissão de Valores Mobiliários.
O banco espanhol registrou lucro de R$ 9,9 bilhões em 2017 e R$ 2,85 bilhões nos primeiros três meses deste ano. Ambos são os maiores resultados obtidos pela instituição financeira para os períodos.
"O banco deveria manifestar sua preocupação em oferecer atendimento de qualidade a seus clientes por meio de mais contratações, o que efetivamente solucionaria o problema. Ao porpor essa pesquisa, o Santander demonstra sua total irresponsabilidade ao tentar transferir aos trabalhadores uma culpa que é sua. Exigimos a suspensão dessa pesquisa, que apenas pune e castiga os bancários, e a contratação de mais funcionários”, afirma Marcelo.
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