14/05/2018
Programa de controle de metas transforma a vida dos trabalhadores do Itaú num inferno
(Arte: Freepik)
Vender, vender, vender. Não se trata da tarefa em nenhuma loja de shopping ou comércio de rua, mas da função primordial dos bancários do Itaú. Essa rotina, com metas absurdas e punição, transforma a vida do empregado do Itaú num inferno. E só piora!
Há mais ou menos um ano o banco implementou o SQV, um sistema de qualidade de vendas por meio do qual o funcionário é avaliado em sete indicadores: nível de cancelamento de produtos; cancelamento de produto seguido de nova contratação; reclamações; ações cíveis; concentração de vendas no mesmo CPF; ressarcimentos e cancelamento de crédito.
A cada uma dessas “falhas”, o empregado recebe uma pontuação que se acumula e só expira quando completa um ano. Os relatórios das pontuações são gerados em relação a dois meses anteriores ao mês atual. Quando atingem a pontuação máxima, os bancários recebem uma advertência que tem durabilidade de um ano.
Isso tem se tornado um tormento para os bancários, pois, de acordo com as políticas de trabalho adotadas pelos bancos, após a segunda advertência, o trabalhador é imediatamente demitido.
“O Itaú tem praticado um enorme injustiça com seus funcionários ao impor metas inatingíveis e cada vez mais abusivas, além de usar as advertências para demitir por justa causa sem considerar que, muitas vezes, a pressão imposta pelo próprio banco sobre o trabalhador pode induzi-lo ao erro, denuncia Carlos Alberto Moretto, diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região.
Punição sem nem saber por quê
O Itaú prega que “o cliente sempre tem razão”. Assim, tem o direito de cancelar ou contratar a qualquer momento o produto que lhe for conveniente. E isso não deveria provocar nenhuma penalização ao trabalhador.
Moretto critica a falta de transparência do banco na apuração das pontuações. Ele explica que o Itaú nem sequer informa a área responsável pelo contato com o cliente para efetuar o pós venda dos produtos e que não há nenhum retorno aos funcionários pontuados no SQV. "O bancário apenas tem ciência quando já está advertido pelo banco, sem nenhuma oportunidade de se defender. Por medo de represálias, muitas vezes os trabalhadores acabam assinando o documento."
Há anos o Sindicato - e demais entidades representativas dos trabalhadores - tenta negociar os programas próprios do Itaú, a fim de diminuir as metas, e que elas sejam claras e alcançáveis. Entretanto, o banco se nega. Enquanto isso, cada vez mais trabalhadores são vítimas de adoecimento. Desde a implementação do SQV o movimento sindical cobra do banco uma apresentação explanando quais os benefícios que trazem aos trabalhadores, mas até o momento o Itaú finge não entender as solicitações.
O diretor do Sindicato lamenta a forma com que o Itaú tem tratado seus trabalhadores. “O trabalhador, que já sofria represálias se tivesse algum produto cancelado em até quatro meses, é agora penalizado de maneira ainda pior. É inaceitável que o banco prejudique seus empregados desta maneira."
Há mais ou menos um ano o banco implementou o SQV, um sistema de qualidade de vendas por meio do qual o funcionário é avaliado em sete indicadores: nível de cancelamento de produtos; cancelamento de produto seguido de nova contratação; reclamações; ações cíveis; concentração de vendas no mesmo CPF; ressarcimentos e cancelamento de crédito.
A cada uma dessas “falhas”, o empregado recebe uma pontuação que se acumula e só expira quando completa um ano. Os relatórios das pontuações são gerados em relação a dois meses anteriores ao mês atual. Quando atingem a pontuação máxima, os bancários recebem uma advertência que tem durabilidade de um ano.
Isso tem se tornado um tormento para os bancários, pois, de acordo com as políticas de trabalho adotadas pelos bancos, após a segunda advertência, o trabalhador é imediatamente demitido.
“O Itaú tem praticado um enorme injustiça com seus funcionários ao impor metas inatingíveis e cada vez mais abusivas, além de usar as advertências para demitir por justa causa sem considerar que, muitas vezes, a pressão imposta pelo próprio banco sobre o trabalhador pode induzi-lo ao erro, denuncia Carlos Alberto Moretto, diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região.
Punição sem nem saber por quê
O Itaú prega que “o cliente sempre tem razão”. Assim, tem o direito de cancelar ou contratar a qualquer momento o produto que lhe for conveniente. E isso não deveria provocar nenhuma penalização ao trabalhador.
Moretto critica a falta de transparência do banco na apuração das pontuações. Ele explica que o Itaú nem sequer informa a área responsável pelo contato com o cliente para efetuar o pós venda dos produtos e que não há nenhum retorno aos funcionários pontuados no SQV. "O bancário apenas tem ciência quando já está advertido pelo banco, sem nenhuma oportunidade de se defender. Por medo de represálias, muitas vezes os trabalhadores acabam assinando o documento."
Há anos o Sindicato - e demais entidades representativas dos trabalhadores - tenta negociar os programas próprios do Itaú, a fim de diminuir as metas, e que elas sejam claras e alcançáveis. Entretanto, o banco se nega. Enquanto isso, cada vez mais trabalhadores são vítimas de adoecimento. Desde a implementação do SQV o movimento sindical cobra do banco uma apresentação explanando quais os benefícios que trazem aos trabalhadores, mas até o momento o Itaú finge não entender as solicitações.
O diretor do Sindicato lamenta a forma com que o Itaú tem tratado seus trabalhadores. “O trabalhador, que já sofria represálias se tivesse algum produto cancelado em até quatro meses, é agora penalizado de maneira ainda pior. É inaceitável que o banco prejudique seus empregados desta maneira."
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