03/05/2018

Banco Itaú lucrou mais de R$ 6,4 bilhões somente no primeiro trimestre de 2018


(Foto: Contraf-CUT)
 

O banco Itaú obteve um Lucro Líquido Recorrente de R$ 6,419 bilhões no 1º trimestre de 2018, com crescimento de 3,9% em relação ao mesmo período de 2017 e de 2,2% nos três primeiros meses. A rentabilidade (Retorno sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado – ROE) ficou em 22,2%, com aumento de 0,2 pontos percentuais em doze meses.

Do ponto de vista gerencial, os itens que impactaram o crescimento do lucro no ano não foram as receitas e sim a queda das despesas, principalmente o item custos de crédito (-11%), que inclui as despesas de Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) e as despesas não decorrentes de juros (-7,9%).

Para Jair Alves, coordenador da Comissão de Empregados do Itaú (COE-Itaú), o banco continua lucrando muito alto. “Os rendimentos dos funcionários não acompanham a rentabilidade do banco, nem mesmo no que se refere às receitas que o banco obtém com a cobranças de tarifas de serviços”, explicou.

A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceu 8,2% em doze meses, totalizando R$ 9,3 bilhões. Já as despesas de pessoal subiram 4,9%, chegando a R$ 5,5 bilhões. Com isso, a cobertura destas pelas receitas secundárias do banco foi de 167,87% em março de 2018, um aumento de 5,03 pontos percentuais.

Para o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Carlos Alberto Moretto, a alta na lucratividade do Itaú deveria motivar o banco a colocar em prática sua responsabilidade social, contratando mais trabalhadores, reduzindo a sobrecarga de trabalho nas agências e melhorando o atendimento ao cliente.  

"O Itaú tem todas as condições de contribuir com a geração de emprego no país. Mas ao invés disso, extingue vagas e sobrecarrega os funcionários, colaborando para o adoecimento físico e mental desses trabalhadores. Nossa luta por mais contratações no maior banco privado do Brasil continua."

A holding encerrou o mês de março de 2018 com 85.843 empregados no país, com abertura de 4.624 novos postos de trabalho em doze meses. Segundo o banco, a abertura de postos foi devido a contratação para a estrutura do banco de varejo, relacionado à rede de agências, ao mesmo tempo em que teve início um processo de contratação com o objetivo de reforçar o potencial de vendas da rede. Nesse total, estão inclusos os trabalhadores do Citibank (+2.897), no Brasil.

Numa análise rápida, o saldo aparente é de que foram abertas 34 agências físicas e 16 agências digitais, mas, ao se considerar que 71 agências físicas do Citibank foram incorporadas ao grupo, vê-se que o saldo, de fato, é de 37 agências físicas fechadas em doze meses.

"O Itaú, a exemplo de outros bancos, segue privilegiando o investimento em unidades digitais, em detrimento das agências físicas. Com um discurso pautado na comodidade do cliente e redução de custos, o banco ignora que, dessa forma, quase sempre a dotação de pessoal das unidades é diminuída e as cobranças por metas aumentam. O cliente, que paga altas tarifas por um serviço de qualidade, é quem deve escolher qual o melhor canal de atendimento para suas necessidades. O Itaú e nenhuma outra instituição financeira pode tornar esta decisão uma imposição do próprio banco", destaca Moretto.

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Fonte: Contraf-CUT, com edição do Seeb Catanduva

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