Projeto de reestruturação do Banco do Brasil completa um ano e o banco ainda quer mais

O projeto de Reestruturação do Banco do Brasil completa um ano neste mês e parece estar longe de acabar. Depois de gerar muita insegurança aos funcionários com os boatos plantados nos corredores e com as mudanças que só pioraram o dia a dia dos trabalhadores, o banco ataca em outras frentes, como a de não reativar as agências explodidas em tentativas de assaltos. Aliado ao fechamento de centenas de agências neste período, o atendimento à população foi atingido diretamente.
A novidade da vez é o projeto de alienação da gráfica, criada em 1944, que vem sendo maturado ao longo do tempo. “Se a gráfica faz um serviço mais barato e de qualidade, nunca gerou um sinistro e ainda mantém um sinistro dos clientes, proque querem trocar?, questiona o secretário-geral da Contraf-CUT Carlos de Souza, que acredita haver interesses externos nessa concretização. “A depreciação dos serviços é um dos elementos de fundamentação. Recentemente, inclusive, houve um informe de que os e-mails internos sinalizariam o encerramento das atividades até o mês de dezembro deste ano. Com isso, todos os serviços gráficos sigilosos do banco passarão a ser acessados por empresas externas.”
Os argumentos para o fechamento são que nos demonstrativos de resultados, todas as diretorias apresentam superávit, menos a Diretoria de Suprimentos Infraestrutura e Patrimônio (DISEC). O custo do aluguel do espaço ocupado pela Gráfica é outro problema. Além do de que os serviços gráficos não integram a área de atuação do Banco.
Carlos de Souza lembrou que os custos dos serviços são repassados ao consumidor final. “Temos de considerar que a gráfica não visa lucro, observar que contratar no mercado, os custos são, necessariamente, majorados por custos diversos e a incidência de impostos, o que não ocorre quando prestados pela Gráfica, respeitar as Instruções Normativas (IN) sobre consulta prévia à Gráfica sobre prestação de serviços, antes de contratar no mercado. O não cumprimento tem levado à subutilização do parque gráfico”, explicou.
Agora, o BB inicia um processo de reestruturação que envolve as agencias Large Coorporate, Coorpate, Empresaria, CSA´s e a Rede Gecex. A reestruturação visa centralizar o que é parte da preparação da documentação, que envolve contato com o cliente, que sai das agências e passa para uma nova equipe que vai trabalhar junto com os CSA´s e Gecex Operacionais. Para as Gecex Negociais, na prática, significa a perda das bancadas de assessoria. As agências e as Gecex Negociais vão ficar somente com venda do produto. O projeto começa com um piloto em São Paulo, envolvendo tanto as três Gecex Negociais, como as agências empresariais.
Por enquanto, não altera dotação e as pessoas não mudam de prefixo. Mas, depois de junho, essas equipes vão ser incorporadas pela Gecex Operacional e pelo CSA ou serão criados novos prefixos.
Na prática, é um sério problema para os funcionários das agencias empresariais e das Gecex Negociais que não estão em nas capitais de São Paulo, Minas Gerais e Curitiba. Isso porque, parte do seu serviço vai centralizar nessas capitais, o que vai leva-las a perderem dotação. Além disso, a mudança de funcionários de prefixos sempre causa turbulências e normalmente é uma oportunidade para o banco atacar ativistas.
MAIS NOTÍCIAS
- Itaú apresenta avanços em resposta às reivindicações do GT Saúde
- Sindicato denuncia fechamento da agência do Bradesco em Pindorama
- BB lança protocolo de apoio a bancárias vítimas de violência doméstica
- Negros seguem como principais vítimas da violência no Brasil, mostra Anuário de Segurança 2025
- Segundo Dieese, altas rendas não contribuem sequer com 10% da alíquota do IR
- Encontro Nacional dos Funcionários do Santander debaterá cenário econômico, perspectivas do sistema financeiro e plano de luta da categoria
- Delegados aprovam Plano de Lutas na 27ª Conferência Estadual da FETEC-CUT/SP
- CEE cobra e Caixa garante que reestruturação não trará perdas financeiras
- Impactos da digitalização no mercado financeiro foi tema de encontro da UNI América Finanças
- Negociações sobre custeio do plano associados da Cassi avançam, mas ainda sem acordo
- 27ª Conferência Estadual da FETEC-CUT/SP reafirma defesa da soberania e dos empregos frente à IA
- Recorte da Consulta Nacional revela falta de comprometimento dos bancos com igualdade de oportunidades
- Bancários rejeitam pejotização irrestrita e defendem contratação via CLT
- Encontro Nacional dos Funcionários do Bradesco acontece em 22 de agosto em São Paulo
- Encontro Nacional dos Funcionários do Banco Itaú-Unibanco discutirá impactos da inteligência artificial e condições de trabalho