Injustiça e desvalorização: Política obscura de RH gera descontentamento no banco Itaú
Devido aos inúmeros processos de fusões e aquisições de outros bancos pelo Itaú – o que contribuiu para tornar o setor bancário brasileiro um dos mais concentrados do mundo –, é comum a existência de discrepâncias salariais entre empregados que exercem as mesmas funções.
Em matéria divulgada pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a entidade denunciou a falta de uma política de equiparação salarial estabelecida pelo Itaú. "Em algumas áreas os salários entre os bancários originários do Itaú e os oriundos das instituições incorporadas chegam a apresentar diferenças de até 50%. Os empregados se perguntam ‘por que eu tenho que entregar o mesmo resultado que o colega se meu salário é menor?”, relata Júlio César Silva Santos, dirigente sindical e bancário do Itaú.
Segundo denúncias, muitos gestores usam essa discrepância salarial como moeda de troca para arrancar o cumprimento de metas. “Mesmo sem autonomia, muitos gestores fazem chantagens do tipo: ‘se você conseguir atingir o resultado, eu equiparo seu salário’, o que contribui para um ambiente de trabalho desagregador”, relata Júlio.
Além disso, para atrair profissionais de outros bancos, é comum o Itaú oferecer salários maiores do que os que são pagos aos seus próprios bancários que exercem as mesmas funções.
Para o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região Carlos Alberto Moretto, é necessário uma mudança de postura urgente do banco por meio da implantação de uma política clara e eficaz de RH. "Trata-se de um problema geral dentro do Itaú, que tem gerado descontentamento entre os empregados de todos os departamentos. Reivindicamos regras transparentes e o fim das diferenças salariais entre bancários que exercem a mesma função."
O movimento sindical cobra um plano de cargos, carreiras e salários transparente, mas o banco se recusa a negociar, sob a alegação de que essa questão é um processo de gestão.
A orientação é para que funcionários obtenham provas de que realizam a mesma função que os colegas que ganham mais para que, em um eventual desligamento do banco, ajuizarem ação trabalhista requerendo equiparação salarial.
Constituição é o que vale – Um dos pontos da reforma trabalhista que entrará em vigor no próximo dia 11 permitirá às empresas pagar um salário maior ou menor a funcionários que cumprem a mesma jornada de trabalho e exercem a mesma função.
Entretanto, juízes do trabalho já deram declarações de que, mesmo nas ações judiciais futuras, submeterão a nova legislação à Constituição Federal e a tratados de organismos internacionais. “Por isso, mesmo assim vale a pena juntar as provas”, orienta Júlio César.
MAIS NOTÍCIAS
- Decisão sobre a adequação da meta atuarial da Funcef é adiada
- Vitória da construção: G20 histórico abraça pautas do G20 Social
- Eleição da ANABB termina hoje (22). Confira os candidatos apoiados pelo Sindicato e Contraf-CUT
- 24 anos de privatização do Banespa: luta segue para preservar direitos e conquistas dos banespianos
- Campanha 21 Dias de Ativismo reforça luta pelo fim da violência contra a mulher
- Conselho Deliberativo da Funcef vai votar adequação da meta atuarial nesta quinta-feira (21)
- Em defesa do Saúde Caixa viável e sustentável, empregados cobram fim do teto de 6,5% e medidas de prevenção
- Sindicato e Fetec-CUT/SP debatem conjuntura e perspectivas para a categoria bancária
- Fim da escala 6x1 é tema de debate do Coletivo Nacional de Relações do Trabalho da Contraf-CUT
- Alô, associado! Venha curtir o feriado de quarta-feira (20) no Clube dos Bancários
- Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra é conquista dos movimentos sociais
- Agências não terão expediente bancário nesta quarta-feira (20), Dia da Consciência Negra e Zumbi de Palmares
- Organização do trabalho nos bancos leva a adoecimento mental da categoria
- Caixa: Representação dos empregados entrega contraproposta para caixas e tesoureiros
- O sangue dos ancestrais negros continua a ser derramado, agora pelas ações policiais