Banco ignora acordo coletivo e volta a criar jogos com cobrança de metas e ranqueamento
Um jogo anunciado pelo Banco do Brasil para ‘alavancar os números de indicadores’ descumpre o acordo coletivo da categoria. O ‘Valoriza BB’ expõe os bancários em rankings públicos, reforça a competição entre colegas de trabalho e incentiva o assédio moral.
O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região teve acesso a uma versão beta do jogo e atestou que, apesar da ‘apresentação amigável’, ele incentiva práticas que forçam a competição entre os funcionários e os expõe publicamente.
Segundo Silvia Muto, dirigente sindical e funcionária do BB, a cobrança de metas por meio do jogo naturaliza o assédio moral, faz da competição entre os funcionários uma constante e desestimula o trabalho em equipe, o que contraria a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), e por isso o movimento sindical cobrará que o banco não faça uso da ferramenta.
O jogo ainda está em versão de teste e não foi liberado para todos os funcionários. Nele, você pode ‘desafiar ‘ outros trabalhadores, ‘apostar’ quais colegas bateram mais as metas, além de publicar os resultados em rankings públicos. Todos têm acesso aos pontos que você conquista.
Valoriza BB é uma plataforma gameficada do Banco do Brasil, "com o objetivo de alavancar os números de indicadores estabelecidos pelas metas do Banco, que são alinhadas ao programa de avaliação de desempenho”, diz o texto do jogo na loja de aplicativos onde ele está disponível para download.
"Na própria descrição do APP, o próprio banco afirma que é uma ferramenta de cobrança de meta e exposição dos funcionários. Ele nada mais é do que uma forma ‘moderna’ e mais perversa de cobrar metas e expor resultados individuais de funcionários com rankeamento. É uma prática que incentiva até mesmo o assédio moral e a competição entre colegas de trabalho”, critica o bancário e dirigente Davi Basso.
Outro jogo – Em 2016, entidades sindicais já haviam denunciado que os bancários do SAC do BB estavam tendo de participar de um jogo onde ‘passavam de nível’ e recebiam troféus por ‘conquistas’ ao alcançar metas. Após pressão, o banco desistiu de usar o aplicativo.
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