03/07/2017

28º CNFBB aprova propostas nacionais contra desmonte e reestruturação do banco público

O 28º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (CNFBB), que teve início na sexta-feira 30 de junho , trouxe para debate com os mais de 300 delegados presentes no encontro as propostas levantadas pelos funcionários e funcionárias nos Encontros Estaduais a respeito das demandas específicas, com destaque para a resistência ao desmonte e às reestruturações que estão em curso nos bancos públicos federais.

"Estes congressos encerram uma fase importante da construção da nossa campanha nacional. Os delegados aqui presentes representam quase metade do conjunto dos bancários brasileiros. Muito do que foi discutido no CNFBB devem ser propostas de toda a categoria, como por exemplo a defesa dos bancos públicos, que é uma pauta também entre os funcionários dos bancos privados", afirmou Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

"O congresso ratificou o debate que já vinha sendo feito sobre a defesa dos bancos públicos e dos funcionários contra as consequências do desmonte do Banco do Brasil. Debatemos também várias propostas sobre saúde do trabalhador, Cassi, Previ e a luta contra a terceirização", disse Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa de Funcionários do Banco do Brasil (CEBB).

Após a abertura e o lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos, os funcionários do Banco do Brasil se dividiram em quatro grupos para debater as propostas vindas dos sindicatos e federações de todo o Brasil.

No grupo 1, a economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Cátia Uehara, apresentou o balanço do BB, com dados sobre o lucro e o número de demissões. “O que estão fazendo com o BB faz com que a população acredite que é melhor o banco ser privatizado. A reestruturação é muito ruim para funcionário, para os clientes e para o próprio banco”, disse a economista do Dieese, ao afirmar que o fechamento de agências do banco contribuiu para o aumento do número de municípios sem nenhuma agência bancária.

O grupo 2 debateu sobre a "Digitalização - o banco do futuro e a precarização do emprego. A contribuição no grupo foi do técnico do Dieese, da subseção do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Gustavo Machado, que fez uma apresentação sobre banco digital.

O Grupo 3 debateu emprego, carreira e igualdade de oportunidades. Antes do início dos debates, a economista da subseção do Dieese, Barbara Vallejos, fez uma apresentação sobre igualdade de oportunidade. Os números deixam claro que há cortes de postos de trabalho no BB e a necessidade de aumentar a política de inclusão de mulheres, negros e PCDs.

O grupo 4 abordou os temas terceirização, pejotização e os impactos no Banco do Brasil. A reunião começou com uma exposição sobre a reforma Trabalhista, apresentada pela economista Regina Camargos, do Dieese. “A aprovação da Lei da Terceirização eleva os riscos de precarização e rotatividade, e traz como conseqüência a excessiva fragmentação dos processos produtivos”, explicou.

Já na manhã do domingo (02), os 160 delegados e as 149 delegadas aprovaram as propostas debatidas pelos grupos na tarde do dia anterior.

Todos os anos os funcionários do BB se reúnem para definirem a pauta de reivindicações específicas com o banco. Neste ano, em decorrência do acordo de dois anos realizado em 2016, que garantiu aumento real dos salários e vales de INPC + 1% e manutenção do acordo de PLR, as propostas são apenas sobre os temas tratados na mesa de negociação permanente e de organização e luta contra o processo de reestruturação (desmonte) do banco.

"A conjuntura atual é muito adversa. Os bancos públicos estão sob forte ataque pelo governo Temer. Por isso, começamos os congressos dos bancários do BB e da Caixa com o lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos. Todas as correntes que atuam no movimento sindical bancário concordam com a defesa dos bancos públicos", afirmou Carlos de Souza, secretário Geral da Contraf-CUT. O lançamento da frente parlamentar contou com a presença de diversos deputados e senadores de diferentes partidos.

A Contraf-CUT, a Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), o Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas e demais organizações de representação dos trabalhadores, juntamente com parlamentares que defendem os bancos públicos como ferramentas importantes para o desenvolvimento socioeconômico do país, realizam diversas ações para conscientização da sociedade sobre o tema.

Clique aqui e confira alguns momentos do Congressos nacionais dos bancários da Caixa e do BB 2017.
Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Catanduva

SINDICALIZE-SE

MAIS NOTÍCIAS