13/03/2017

Pagamento de contas inativas do FGTS abre chance para defender a Caixa 100% pública

A liberação das contas inativas do FGTS será motivo de grande demanda para os empregados da Caixa Econômica Federal, com rotina de mais trabalho e contingente cada vez mais reduzido de pessoal, no momento em que está em vigor o Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVE). De acordo com o cronograma, que teve início na sexta-feira (10), aproximadamente 10 milhões de cidadãos brasileiros terão direito a sacar um montante de mais de R$ 30 bilhões. Para isso, agências serão abertas aos sábados e haverá horário estendido de atendimento.

Além da dinâmica de trabalho estabelecida sem prévia negociação com as entidades representativas, a medida ainda é vista como ameaça direta ao banco 100% público e à manutenção da gestão do FGTS na Caixa, podendo ainda acarretar em prejuízo para o financiamento da casa própria e investimentos em políticas púbicas. Os recursos do Fundo de Garantia provêm da contribuição de milhões de trabalhadores e impulsionam setores essenciais da economia nacional.

O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, diz que cabe à Caixa remunerar todas as horas a mais efetivamente trabalhadas. “O momento é propício para focar na defesa do banco 100% público junto à população, pois o esforço e o compromisso dos empregados perante a sociedade estarão em evidência, assim como a importância da centralização da gestão do FGTS no âmbito da Caixa”, afirma.
E complementa: “É uma agressão a direção do banco lançar o PDVE antes do início dos saques do FGTS. Nossa reivindicação sempre foi por mais contratação de empregados, com o propósito de diminuir a sobrecarga de trabalho e fortalecer o banco público. Portanto, é uma contradição a empresa diminuir o número de bancários justamente quando adota uma política de aumento significativo da rotina de trabalho”.

O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região Antonio Júlio Gonçalves Neto, o Tony, critica o posicionamento da Caixa em não respeitar o aumento de contratações para reduzir a sobrecarga e melhorar o atendimento, como acordado em negociação. "É urgente que se valorize os empregados, que são os grandes responsáveis pela atuação da Caixa e que fazem, no dia a dia, os resultados positivos. Esse discurso falso de ‘dificuldades’ tem sido utilizado para justificar a não adoção de medidas que melhorem as condições de trabalho nas unidades. As longas filas para o resgate do FGTS inativo é só mais um exemplo dessa política que visa apenas o lucro, sem nunca se importar com a saúde mental dos funcionários e a qualidade do atendimento à população".
Fonte: Fenae, com edição do Seeb Catanduva

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