29/11/2016
Bancários param contra desmonte do BB; em Catanduva, dirigentes distribuem carta aberta
Os bancários do Banco do Brasil estão de braços cruzados nesta terça-feira 29 em Dia Nacional de Luta. Em São Paulo, estão parados mais de 3 mil funcionários, abrangendo a diretoria de tecnologia, o crédito imobiliário, a gestão de pessoas.
Grande parte desses bancários participaram de plenária, desde as 11h, em frente ao Complexo São João (que também está parado), no centro de São Paulo e votaram a interrupção das atividades durante todo o dia. Há paralisações também em cidades de Minas Gerais, do Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco e em Curitiba.
Em Catanduva, dirigentes do Sindicato estiveram na agência da rua Minas Gerais, que terá suas atividades encerradas, segundo anúncio feito pelo banco. Eles distribuíram uma carta aberta aos clientes denunciando o impacto do fechamento de agências na rotina de bancários e da população. Haverá restrição de acesso ao crédito, por exemplo. O desmonte do BB, na visão do movimento sindical, irá favorecer as instituições privadas - que não terão concorrência.
Na quinta-feira 1º, a Comissão de Empresa dos Funcionários volta a se reunir com a direção do banco público.
A quem interessa o desmonte do Banco do Brasil?
Essa é a pergunta que fica diante do anúncio feito pelo presidente da instituição, Paulo Cafarelli, do fechamento de 402 agências, transformação de outras 379 em postos de atendimento e a extinção de 18 mil cargos por meio de um plano de incentivo à aposentadoria.
A certeza é o quanto bancários e clientes serão prejudicados pela medida, que terá impacto não só na qualidade do atendimento ao público, mas no acesso ao crédito no país. Entre 2008 e 2016 os bancos públicos ampliaram de 38% para 57% a concessão de crédito. Durante o auge de crise financeira internacional, foram as políticas anticíclicas promovidas por intermédio das instituições financeiras públicas que permitiram ao Brasil manter o crescimento.
O exemplo de um bancário que há oito meses foi transferido pelo banco de Belo Horizonte para São Paulo ilustra a falta de respeito do BB com a vida de seus funcionários. A jornada começou em função de uma reestruturação do setor de licitação em BH. “Mudei meus filhos de escola, entrei no financiamento de uma casa própria em São Paulo e agora terei de mudar de novo”, relata o bancário que acaba de ser transferido para Curitiba, com essas últimas mudanças impostas pelo banco.
“Por isso estamos nas ruas protestando, trabalhadores e Sindicato juntos”, afirma o dirigente da entidade, João Fukunaga, funcionário do BB e integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários, responsável por negociar com a direção do banco. “Somente nossa união e mobilização pode garantir nossos direitos e o futuro da empresa.”
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