22/11/2016

Sindicato cobra e BB marca reunião para esta 3ª

Se alguém ainda tinha alguma dúvida de que os bancos públicos estão na mira do governo Temer, comunicado de fato relevante do Banco do Brasil no domingo 20 é esclarecedor. Em uma só tacada, a empresa anunciou que irá fechar 402 agências e transformar outras 379 em postos de atendimento bancário (PABs), além de lançar Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (PEAI) que abrange cerca de 18 mil funcionários ou cerca de 16% do total.

A justificativa apresentada pela instituição é de que a medida impactará na redução das despesas anuais na ordem de R$ 750 milhões.  

> Veja a lista de agências que serão fechadas

Diante do anúncio, a Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil cobrou negociação urgente com a direção da instituição, que ocorrerá na terça-feira 22. “Tudo foi feito sem qualquer negociação ou conhecimento do movimento sindical. Uma reestruturação como essa mexe com a vida de milhares de trabalhadores, com instituições como Cassi, Previ e Economus, além de atingir em cheio o papel do banco público para auxiliar no desenvolvimento do país”, afirma o coordenador João Fukunaga.

Pelo comunicado do BB, os trabalhadores têm até 9 de dezembro para aderir ao PEAI e, se tiver a adesão de 18 mil bancários como é almejado, o quadro de funcionários cairá de 109 mil para 91 mil.  

“A decisão cabe a cada trabalhador. Mas é importante que antes de qualquer definição saiba como ficará a situação perante as caixas de assistência (Cassi) e de Previdência (Previ). E, no caso dos oriundos da Nossa Caixa, do Economus, que tem situação deficitária”, explica o integrante da comissão de empresa  “Sobre essas questões cobraremos explicações do banco.”

A Contraf-CUT emitiu nota para contestar a decisão do banco (veja abaixo). A entidade lembra que em outubro, após a finalização da campanha nacional dos bancários, o presidente Michel Temer concedeu entrevista afirmando que o "Banco do Brasil estava pensando em cortar uma porção de funções, de cargos que lá existem, que são absolutamente desnecessários", mas que vinha negando alterações. "Apenas após a informação ser divulgada pela imprensa no último domingo, o banco finalmente  divulgou a notícia aos seus funcionários. Um desrespeito com os trabalhadores", contesta.

Ataque ao banco público

O dirigente adverte ainda que se houver fechamento de agências e a transformação de unidades em PABs também provocará graves problemas tanto para bancários como para clientes e a população. “Para onde irão os trabalhadores que terão locais de trabalho fechados e como fica a questão dos cargos comissionados na redução dessas estruturas? São respostas que queremos e já deixaremos claro que não aceitamos redução de direitos ou de remuneração.”

O sindicalista adverte ser necessário esclarecer a população sobre tudo que está ocorrendo. “Há cidades em que o Banco do Brasil é a única instituição financeira presente. Como ficará, por exemplo, o atendimento nessas regiões?”, questiona.

“Por isso, é essencial que cada trabalhador faça um corpo a corpo com clientes e a população; o que verdadeiramente está camuflado nessa reestruturação é um ataque ao banco público. Só o envolvimento de todos irá impedir que as agências sejam fechadas.”

Região

O presidente do Sindicato, Roberto Carlos Vicentim, condenou o desmonte do banco público e afirmou que toda a sociedade sairá perdendo. "Esse processo é de interesse dos bancos privados, que não terão concorrência frente ao enfraquecimento dos bancos públicos. Os fechamentos vão prejudicar os funcionários que ficarem, bem como os clientes, já que o atendimento deve piorar". Segundo ele, o Sindicato irá monitorar os impactos do processo e defender os direitos dos bancários.

Na região de Catanduva, serão encerradas as atividades nas seguintes agências:
- Catanduva (rua Minas Gerais)
- Ibitinga (rua Prudente de Moraes)
- Itajobi (rua Toledo)
- Itápolis (Cidade das Pedras)
- Monte Alto (Zacharias)

As unidades do Fórum de Catanduva e de José Bonifácio (Cidade Amizade) serão transformadas em Posto de Atendimento.

NOTA DE REPÚDIO

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) repudia veementemente a reestruturação do Banco do Brasil, anunciada apenas em comunicado à imprensa e ao mercado. A entidade é contrária a qualquer projeto que tente destruir a política de valorização do Banco do Brasil e de seus funcionários.

O fechamento de 402 agência e a transformação de outras 379 em posto de atendimentos representam um retrocesso ao período de recuperação que o banco vinha apresentando. Mais do que isso, é o retorno da política neoliberal, que quase destruiu a instituição na década de 1990.

O plano de cortar R$ 750 milhões de gastos do banco, sendo R$ 450 milhões com a nova estrutura organizacional e R$ 300 milhões com redução de despesas com transporte de valores, segurança e imóveis vai na contramão do papel que o BB vinha desempenhando, nos últimos anos, de fomento ao desenvolvimento social e econômico do País.

A Confederação rejeita ainda o desrespeito do BB com os trabalhadores por não ter comunicado os representantes dos bancários um pacote de medidas tão significativas e que afetam tantos funcionários, antes da imprensa.

A Contraf-CUT informa que já entrou em contato com a direção do banco, neste domingo (2), para agendar urgentemente uma reunião para esclarecimento das medidas e negociação de garantias e direitos dos funcionários que serão afetados. A reunião ficou marcada para esta terça-feira (22) às 10 horas, em Brasília.

Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT


Fonte: Seeb SP, com edição de Seeb Catanduva

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