27/06/2016
Funcionário com paralisia cerebral relata falta de condições adequadas no BB

Bom desempenho profissional, nível superior e dedicação seriam atributos suficientes para que um trabalhador tivesse oportunidade de ascensão profissional. Infelizmente isso não se aplica a funcionários com deficiência no Banco do Brasil.
Um bancário com paralisia cerebral que, como vários empregados, ingressou no BB crente de que teria condições adequadas no ambiente de trabalho, enganou-se. Empregado do banco há cerca de dois anos, queixa-se de problemas com falta de estrutura e do trato com as pessoas.
“Desde os primeiros dias de trabalho percebi que muitos funcionários têm dificuldade, e até resistência, em lidar com uma pessoa com deficiência. Cheguei a ser discriminado por conta disso”, relata, descrevendo outras adversidades.
“Mesmo tendo dificuldade de locomoção me colocaram em um local sem elevador onde tenho de subir e descer escadas. Até equipamentos simples, como um headset, enfrentei resistências para conseguir. Mas, com muito esforço, consigo manter desempenho melhor que outros colegas que entraram no BB na mesma época. A diferença é que os vejo subindo na carreira, enquanto eu e muitos PCDs que conheço ficamos estagnados no cargo de escriturário.”
Para mudar essa dura realidade, começou a participar de fóruns de debate sobre condições de trabalho, sendo delegado no 27º Congresso Nacional dos Funcionários do BB. Partiu dele uma proposta para a pauta específica da Campanha 2016, aprovada por unanimidade: que o banco aumente sua contribuição à Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do BB) para que possa adotar regras similares do INSS e as pessoas com deficiência tenham direito à aposentadoria com menor tempo de contribuição e sem prejuízo no benefício.
“Na lei sancionada por Dilma Rousseff (147/2013) ficou definido que conforme o grau de deficiência – grave, moderado ou leve – esses trabalhadores reduzem o tempo de contribuição para a Previdência e para a aposentadoria. No meu caso, a redução seria de seis anos. Acho justo que isso seja feito também pela Previ, pois tanto eu como centenas de colegas teremos dificuldades em atender os requisitos atuais”, explica o bancário. “Decidi participar dessas discussões para chamar a atenção de todos para os problemas que enfrentamos e cobrar do banco que nos dê condições adequadas de trabalho e oportunidade na carreira.”
BB fora da lei
A dirigente sindical Silvia Muto, do Sindicato dos Bancários de São Paulo, reforça a crítica, acrescentando ainda que a instituição nem sequer cumpre a cota de 5% do quadro para os PCDs como manda a legislação.
“A direção do banco alega haver dificuldades em atender a exigência em função de as admissões serem feitas via concurso público. Mas o que notamos é falta de empenho em resolver essa questão, tanto no aspecto do encarreiramento quanto em estrutura adequada nos setores. O desinteresse é tamanho que em normativos da empresa e no balanço que divulga anualmente ainda constam incorretamente termos como pessoas portadoras de deficiência, embora já tenhamos feito diversas críticas em relação a isso. É muito importante que todos os funcionários participem da Campanha 2016. Há muitas questões que têm de ser resolvidas. A dos PCDs é uma delas.”
De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o balanço do BB de 2015 apresenta um total de 109.191 funcionários. Destes, apenas 1.484 (1,4%) são PCDs. Pelo seu porte, para cumprir a Lei das cotas (8213/91), a empresa teria de ter em seu quadro 5% de trabalhadores nessas condições – ou seja, faltam 3.976.
Um bancário com paralisia cerebral que, como vários empregados, ingressou no BB crente de que teria condições adequadas no ambiente de trabalho, enganou-se. Empregado do banco há cerca de dois anos, queixa-se de problemas com falta de estrutura e do trato com as pessoas.
“Desde os primeiros dias de trabalho percebi que muitos funcionários têm dificuldade, e até resistência, em lidar com uma pessoa com deficiência. Cheguei a ser discriminado por conta disso”, relata, descrevendo outras adversidades.
“Mesmo tendo dificuldade de locomoção me colocaram em um local sem elevador onde tenho de subir e descer escadas. Até equipamentos simples, como um headset, enfrentei resistências para conseguir. Mas, com muito esforço, consigo manter desempenho melhor que outros colegas que entraram no BB na mesma época. A diferença é que os vejo subindo na carreira, enquanto eu e muitos PCDs que conheço ficamos estagnados no cargo de escriturário.”
Para mudar essa dura realidade, começou a participar de fóruns de debate sobre condições de trabalho, sendo delegado no 27º Congresso Nacional dos Funcionários do BB. Partiu dele uma proposta para a pauta específica da Campanha 2016, aprovada por unanimidade: que o banco aumente sua contribuição à Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do BB) para que possa adotar regras similares do INSS e as pessoas com deficiência tenham direito à aposentadoria com menor tempo de contribuição e sem prejuízo no benefício.
“Na lei sancionada por Dilma Rousseff (147/2013) ficou definido que conforme o grau de deficiência – grave, moderado ou leve – esses trabalhadores reduzem o tempo de contribuição para a Previdência e para a aposentadoria. No meu caso, a redução seria de seis anos. Acho justo que isso seja feito também pela Previ, pois tanto eu como centenas de colegas teremos dificuldades em atender os requisitos atuais”, explica o bancário. “Decidi participar dessas discussões para chamar a atenção de todos para os problemas que enfrentamos e cobrar do banco que nos dê condições adequadas de trabalho e oportunidade na carreira.”
BB fora da lei
A dirigente sindical Silvia Muto, do Sindicato dos Bancários de São Paulo, reforça a crítica, acrescentando ainda que a instituição nem sequer cumpre a cota de 5% do quadro para os PCDs como manda a legislação.
“A direção do banco alega haver dificuldades em atender a exigência em função de as admissões serem feitas via concurso público. Mas o que notamos é falta de empenho em resolver essa questão, tanto no aspecto do encarreiramento quanto em estrutura adequada nos setores. O desinteresse é tamanho que em normativos da empresa e no balanço que divulga anualmente ainda constam incorretamente termos como pessoas portadoras de deficiência, embora já tenhamos feito diversas críticas em relação a isso. É muito importante que todos os funcionários participem da Campanha 2016. Há muitas questões que têm de ser resolvidas. A dos PCDs é uma delas.”
De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o balanço do BB de 2015 apresenta um total de 109.191 funcionários. Destes, apenas 1.484 (1,4%) são PCDs. Pelo seu porte, para cumprir a Lei das cotas (8213/91), a empresa teria de ter em seu quadro 5% de trabalhadores nessas condições – ou seja, faltam 3.976.
SINDICALIZE-SE
MAIS NOTÍCIAS
- Como 0,1% dos super-ricos do Brasil acumulou mais renda que 80 milhões de pessoas
- Chegaram os Canais do Sindicato no WhatsApp! Siga-nos agora!
- Sindicato denuncia fechamento da agência do Bradesco em Pindorama
- Itaú apresenta avanços em resposta às reivindicações do GT Saúde
- BB lança protocolo de apoio a bancárias vítimas de violência doméstica
- Segundo Dieese, altas rendas não contribuem sequer com 10% da alíquota do IR
- Encontro Nacional dos Funcionários do Santander debaterá cenário econômico, perspectivas do sistema financeiro e plano de luta da categoria
- Delegados aprovam Plano de Lutas na 27ª Conferência Estadual da FETEC-CUT/SP
- CEE cobra e Caixa garante que reestruturação não trará perdas financeiras
- Impactos da digitalização no mercado financeiro foi tema de encontro da UNI América Finanças
- Negociações sobre custeio do plano associados da Cassi avançam, mas ainda sem acordo
- 27ª Conferência Estadual da FETEC-CUT/SP reafirma defesa da soberania e dos empregos frente à IA
- Recorte da Consulta Nacional revela falta de comprometimento dos bancos com igualdade de oportunidades
- Negros seguem como principais vítimas da violência no Brasil, mostra Anuário de Segurança 2025
- Bancários rejeitam pejotização irrestrita e defendem contratação via CLT