06/05/2016

Movimento sindical pressiona Cade por acordo que garanta empregos

O movimento sindical apresentou recurso ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para reiterar a necessidade da preservação das vagas de emprego dos bancários no processo de compra do HSBC Brasil pelo Bradesco.
 
Em abril, a Superintendência Geral do Cade emitir parecer técnico favorável à transação, desde que condicionada à celebração de um Acordo em Controle de Concentrações (ACC).
 
“Esse acordo, entretanto, refere-se apenas ao atendimento aos clientes e à concentração bancária, e não ao emprego dos bancários”, diz o dirigente sindical Luiz Eduardo Campolungo - ele enfatiza que os funcionários também compõem uma parte interessada no processo.
 
Para a coordenadora nacional da Comissão de Organização dos Empregados (COE/HSBC), Cristiane Zacarias, o parecer do Cade evidencia que o Bradesco desrespeita seus clientes por oferecer um atendimento sem qualidade. 
 
Em 2015, os funcionários do Bradesco mobilizaram-se para exigir mais contratações para melhorar o atendimento e diminuir a sobrecarga de trabalho. “Para que haja atendimento de qualidade, é preciso bancários trabalhando”, defende.
 
Desde setembro do ano passado, quando aconteceu a última conversa entre o movimento sindical e a direção dos bancos, Bradesco e HSBC se negam a falar sobre empregos. O Bradesco até se recusou a assinar um acordo que estabelecesse garantias.

Lucro

O HSBC divulgou na terça-feira (3) que teve lucro líquido de US$ 4,3 bilhões no primeiro trimestre do ano, menor que o ganho de US$ 5,26 bilhões obtido em igual período de 2015. Na mesma comparação, a receita do banco britânico recuou 5,8%, a US$ 14,98 bilhões.

No Brasil, o banco informou que teve prejuízo ajustado de US$ 89 milhões no período, cerca de 315 milhões de reais. As perdas aconteceram especialmente por causa da alta das provisões contra calote. O processo de venda do HSBC para o Bradesco está em curso no Brasil.

Em relação ao balanço global, as provisões para perdas com empréstimos totalizaram US$ 1,16 bilhão entre janeiro e março, ante US$ 570 milhões no mesmo intervalo do ano passado.

Segundo o banco, as provisões foram impulsionadas pelos setores de petróleo e gás e de metais e mineração, e ganharam força em países como Brasil, Canadá e Espanha.

O HSBC, que já esteve presente em 87 países, vem saindo de alguns mercados, inclusive o Brasil, numa tentativa de melhorar sua rentabilidade e lidar com o endurecimento da regulação do setor bancário desde a crise financeira mundial. Suas principais operações estão hoje na Ásia, no Reino Unido e na América do Norte.

Em fevereiro, o HBC decidiu manter sua sede em Londres, após estudar a possibilidade de retornar para sua base original, em Hong Kong.

 

Fonte: Seeb Catanduva, com Seeb Curitiba e Revista Exame

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