04/05/2016

Caixa interrompe processo de reestruturação; luta agora é para reverter medidas

“Não há cronograma ou definições para outras etapas do Caixa + Forte que alcancem centralizadoras e filias”. Foi o que garantiu a Caixa Econômica Federal no dia 3 de maio, em e-mail enviado à coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), Fabiana Matheus.
 
Luta agora é para reverter as medidas que foram implementadas desde que o processo foi iniciado, no dia 10 de abril.
 
De acordo com a mensagem do banco, o que foi realizado até o momento priorizou a reestruturação da Matriz, já concluída, bem como das filiais de Retaguarda, de Pessoas, de Promoções Comerciais e de Marketing e Comunicação, agora em maio. 
 
A empresa informou ainda que 653 empregados foram movimentados, mas assegurou que operou, entre os dias 9 de março e 15 de abril, condições especiais para as realocações. No total, também segundo o e-mail, houve a redução de 532 postos de trabalho na Matriz.
 
“A mobilização dos trabalhadores e das entidades representativas foi importante, com dias de lutas e outras ações nas unidades de todo o país. Mas a luta continua. Queremos a reversão do que foi feito e continuaremos alertas em relação a uma retomada desse processo”, afirma Fabiana Matheus. 
 
Ela completa: “aqueles que foram prejudicados pelo que já foi feito devem continuar denunciando junto ao sindicato de sua cidade ou região”.
 
O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, reforça que o fortalecimento da Caixa Econômica Federal só é possível com a manutenção do papel social da instituição e com a valorização dos empregados.
 
“Vamos prosseguir na batalha diária para impedir qualquer retrocesso e retirada de direitos dos trabalhadores e daqueles que dependem das políticas públicas executadas pelo banco. Temos que resistir. Defender a Caixa é defender o Brasil”, diz.
 
O dirigente sindical Antônio Júlio Gonçalves Neto, o Tony, reforça que a união dos trabalhadores foi essencial. “Demonstramos que a luta vale a pena. Mesmo nos piores cenários, a união pode reverter situações que pareciam impossíveis. Não podemos nos conformar com o que está errado.”
 
Histórico
 
O modelo de reestruturação começou a ser elaborado no final de novembro de 2015. Em janeiro, questionada pela CEE/Caixa, a Gerência Nacional de Informações Corporativas e Negociações (Geing) disse não haver “informação oficial” sobre mudanças nas Gerências de Filia de Retaguarda de Agência (Giret). Mas no dia 10 de março, em uma reunião curta e sem dar muitos detalhes, a presidente Miriam Belchior anunciou as medidas.
 
Após pedido do Sindicato dos Bancários de Brasília (DF), o Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região suspendeu, em caráter liminar, a reestruturação no DF. Já a primeira grande mobilização contra o processo ocorreu em 24 de março, com a participação de empregados e entidades em todo o Brasil.

Outro Dia Nacional de Luta foi realizado em 12 de abril. Dois dias depois, na mesa de negociação permanente, os representantes dos trabalhadores criticaram a forma como tudo foi conduzido. Durante esse período, várias outros sindicatos entraram contra ações na Justiça contra as medidas.
Fonte: Fenae

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