24/02/2016

HSBC anuncia que não pagará PLR e bancários paralisam centros administrativos

Os bancários do HSBC foram surpreendidos pela notícia de que o banco não fará o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR 2015), nem do Programa Próprio de Remuneração (PPR Administrativo). A informação foi veiculada em um comunicado interno na terça-feira, 23 de fevereiro, e a justificava para o não pagamento foi resumida a “considerando o resultado do Grupo HSBC no Brasil”.

Um dia antes, o HSBC anunciou lucro global de US$ 13,52 bilhões em 2015, uma queda de 1,2% no lucro líquido e um prejuízo inesperado no quarto trimestre (US$ 858 milhões). Apesar da redução no volume de negócios (2,36%), o presidente do banco, Douglas Flint, chamou o desempenho do grupo de “globalmente satisfatório”.
 
Frente à postura do banco, os bancários paralisaram quatro centros administrativos do HSBC em Curitiba. “Com o anúncio de que não fará o pagamento da PLR, o HSBC gerou grande indignação entre os bancários, que aguardavam com expectativa a apresentação dos resultados de 2015”, afirma Cristiane Zacarias, coordenadora nacional da COE/HSBC.
 
Na semana passada, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região havia solicitado reunião com o HSBC para tratar dos pagamentos. Porém, o banco não deu retorno.

“Infelizmente, o HSBC preferiu o caminho do desrespeito e da intransigência! É importante considerar que os bancários trabalharam e produziram em 2015. Inclusive, alguns receberam premiações pelo desempenho”, desataca a dirigente sindical. “Não podemos ficar reféns das decisões globais que o banco toma, principalmente quando vemos a alta direção e os acionistas recebendo sua parte sem maiores contratempos”, acrescenta.

Compra pelo Bradesco

O processo de compra do HSBC Brasil pelo Bradesco continua sendo analisado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). No último dia 27, o Cade ordenou que o banco inglês explicasse por que escolheu a oferta de US$ 5,2 bilhões do Bradesco.
 
“Nós também queremos esclarecimentos, pois é inadmissível que um banco com valor de mercado de R$ 17 bi esteja apresentando prejuízos recorrentes. Ao que parece, quem fica de fato no prejuízo são os trabalhadores”, critica o presidente do Sindicato, Elias Jordão.

Fonte: Seeb Curitiba, com edição por Seeb Catanduva

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